. capítulo 06

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— Então, isso tudo significa o quê? — Durante todos os meus anos sendo mãe de Michael eu nunca presenciei ele tão sério e tenso. Naquele momento, com todos ainda sentados a mesa do café, ele tinha os olhos presos na panqueca pela metade em seu prato, a família estava tão quieta que o som do meu coração parecia mais alto na minha cabeça.

— Garoto, você não precisa se preocupar, com nada! — Killian toma vez para falar assim que nota o meu estado. — Vamos todos estar aqui para te proteger. — Era possível ver como ele estava tentando assegurar isso mais para nós do que para meu filho.

— Mas e quando chegar o momento em que eu não vou conseguir proteger vocês? — Mike olha para cada um de nós e termina me olhando. — E se eu não for o garoto da profecia? Se for um engano?

Não tive palavras para emitir, Michael levanta da cadeira e corre para fora do apartamento. Meu corpo trava enquanto minhas mãos começam a tremer.

— Quer que eu vá atrás dele? — Nathan me observa, o ter como pai foi algo incrível então sempre acreditei que ele seria a melhor imagem masculina que Mike poderia ter. Eu apenas aceno com a cabeça e ele se levanta, sabendo exatamente onde o neto teria ido.

Michael's Point of view

As ruas ainda não tão cheias passavam como borrões ao meu redor, sempre procurei não chorar perto de ninguém, até mesmo da minha mãe para evitar enormes dramas familiares. Seco as lágrimas grosseiramente enquanto atravesso a rua e sigo para dentro da floresta.

Antes de completar oito anos, meus avós e minha mãe queriam me dar um presente especial, um lugar onde seria apenas meu para os meus pensamentos. Tio Henry também tinha um, o castelo um pouco distante de casa onde teve uma conexão com a mãe biológica, mas eu sempre preferi a floresta e isso deu a ideia ao meu avô de arquitetar uma casa na árvore.

Ainda correndo eu sego por entre as conhecidas árvores, o cheiro de terra molhada me acolhe como sempre, para pessoas comuns eram todas árvores iguais mas eu sabia a diferença, conhecia aquela floresta com a palma da minha mão. Não fiz muito esforço para ver meu tão conhecido tronco, me aproximo rapidamente e puxo uma corda camuflada para ver a escada de madeira se desenrolar e se soltar como como uma cortina. Subo ela toda e me jogo no chão do meu local seguro sem me importar em puxar a escada de volta.

Liderar o exército.

Quem em sã consciência pensaria que eu, Michael Turner, o garoto da família de heróis que não tem uma só habilidade, que as vezes tem dificuldade em ler, que quase não tem amigos, irá liderar algum exército?

A guerreira e o flautista juntos ficarão.

A guerreira eu posso imaginar que seja minha mãe. Ela sempre me conta histórias de como foi sua vida antes e depois de me ter, ela realmente é uma guerreira mas, quem seria esse flautista?

— Permissão para subir, capitão? — A voz do vovô Nathan soa pela floresta como melodia, era incrível como ele sempre me encontrava.

— Permissão concedida... — Me odeio por mostrar o timbre choroso. Em poucos segundos meu avô surge da entrada, ele sorri e se arrasta para dentro do local feito de madeira grossa e se senta ao meu lado já que estou sentado com as costas na parede e abraçado as minhas pernas.

— Quer conversar?

Nego com a cabeça ainda encostada nos joelhos, ouso ele puxar ar antes de afagar meus cabelos.

ᴛʜᴇ ᴘʀᴏᴘʜᴇᴄʏ • ᴘᴇᴛᴇʀ ᴘᴀɴ [ᴏᴜᴀᴛ]Onde histórias criam vida. Descubra agora