Capítulo cinquenta e sete

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Eles olham para baixo e me fazem perguntas sobre o meu plano, coisas do "porque não fez isso, porque não fez aquilo?"

- Câmeras! Ele tem câmeras, câmeras por toda a casa, o único lugar que não tem seria seu quarto e o banheiro, se eu demorasse mais de dez minutos em um desses cômodos ele iria atrás de mim, quando Jaemin chegou minha mala não estava pronta, ele iria desconfiar de uma mala com muitas coisas dentro, por isso arrumei de pouco em pouco, ele consegue ter acesso às câmeras pelo celular, eu fugi pela janela do quarto para ligar para vocês e voltei pela mesma o mais rápido que pude, essas perguntas me deixam sobrecarregada, tudo tem um porque, tudo tem um motivo, é tudo friamente calculado e pensado, então não me façam tantas perguntas, algumas coisas eu prefiro não dizer... - Digo meio aflita.

- Sem mais perguntas - Jisung diz para todos e entende meu cansaço, ele levanta e para em minha frente - Se não quiser contar não precisa - Ele sorri e põe uma mecha de meu cabelo atrás da orelha.

O sorriso sincero, os olhos brilhantes, o cabelo bagunçado, as bochechas levemente rosadas e a boca molhada, eu sentia falta dessa expressão calma que esse garoto tinha, cada detalhe era catalogado em minha mente, se acabar tudo dando errado, serei feliz de saber que consegui o amor de quem amo.

- O que? - Pergunta o garoto preocupado - Tem algo em meu rosto? - Ele limpa o canto da boca.

- Claro, um sorriso mais que perfeito - Canto o garoto que solta uma risada soprada.

- Estamos aqui ainda - Haechan notifica a nós.

- Certo, me perdoem - Digo limpando a garganta - Eu preciso ver as passagens, pretendo voltar pra Coreia o mais rápido possível - Digo voltando a realidade cruel que nada havia acabado.

- Mas já? Não tem como ficar conosco até terça? Aí volta com a gente - Haechan sugere.

- Infelizmente isso colocaria coisas em risco - Cerro os lábios tediosa.

A porta é tocada e entra Doyoung meramente preocupado.

- Desculpa atrapalhar - Ele sorri doce - Mas mandaram entregar isso para ela - Ele aponta uma carta em minha direção.

Eu me levanto já esperando alguma ameaça e notícias péssimas, pego a carta do garoto e agradeço, assim que ele se retira do quarto eu me sento na cama pegando fôlego, o envelope não tinha endereço, informações nem nada, era apenas mais um papel branco, assim que abro a carta retiro o papel que havia dentro, uma leve batida de olho e eu devolvo o papel para dentro, fecho meus olhos forte e as lágrimas já estavam a sair "como ela pode matar a própria filha?!" penso preocupada com a foto que eu recebi, os meninos se aglomeram a minha volta esperando uma resposta concreta.

- É apenas uma leve ameaça de minha avó, não tem o que se preocupar - Digo acalmando os garotos.

- Se fosse leve sua expressão seria de deboche, queremos a verdade - Chenle afirma.

- Vocês estão datando minha expressão agora? - Digo sorrindo fingindo estar bem.

- Sorriso falso... é algo muito ruim - Jisung aponta para mim.

- Céus porque me conhecem tão bem? - Pergunto meio cabisbaixa.

- Eu conheço quem eu amo, se não, não seria amor - Jisung afirma esticando as mãos pedindo a carta.

- É forte de mais, vocês precisam dormir, amanhã tem show e não quero vocês preocupado e muito menos traumatizados, que tal dormir? - Afirmo me levantando.

Guardo a carta no fundo da bolsa, os meninos observam cada passo meu aflitos, como se o que tivesse naquela carta fosse destruidor... O pior, é que era, estou segurando lágrimas, imaginando coisas terríveis e lembrando os bons momentos com minha mãe... Se minha avó a matou, ela me defendeu... olho para cima discretamente para impedir o choro.

- Bianca - Jisung chama minha atenção - Quer ir andar um pouco lá fora? Eu e você... Temos muitas coisas a conversar! E é bom para aliviar a cabeça - Ele sorri calmo.

- Claro! - Digo sorrindo junto.

Os meninos suspiram e começam a conversar entre si. Ele me guia para a parte do jardim do hotel, suas mãos em seus bolso do jaqueta jeans, cabelos que balançando a cada passo, ele me olha e sorri de lado.

- Ajuda aliviar a cabeça respirar um ar fresco - Ele aproxima lentamente a sua mão da minha.

Eu olho fixamente para minha frente, eu seguro sua mão e sinto algo dentro da mesma, ele para e eu também.

- Eu preciso começar a fazer as contas - Ele solta o item em minha mão - De quantas vezes eu preciso lhe devolver isso.

Era o colar, eu encaro o pingente de anel, era um item tão delicado e bonito, eu brinco com o mesmo entre meus dedos.

- Não precisa contar... Só deixa claro que todas as vezes sempre há algo de errado - Digo aos suspiros.

- Você precisa parar de me devolver, ele é seu e sempre será, nunca passará pelo pescoço de outra pessoa além do seu - Ele deixa mais amostra o colar dele o tirando dentro de sua blusa.

Eu estava sem reação, o menino pega o colar de minha mão e se aproxima de mim, de frente para mim sorri, abre delicadamente o colar e se aproxima ainda mais, sua cabeça fica por cima de meu ombro para que ele consiga ver e fechar o colar, assim que sinto o colar entrar em contato com a pele de meu pescoço eu apenas deito minha cabeça no ombro de Jisung, ele não reage, eu não aguento e me ponho a chorar, não era tão difícil minhas emoções correrem para fora com Jisung me acalmando, assim que solto um soluço o garoto me abraça, ele me acaricia quieto, sem perguntar o motivo de meu choro, ele apenas solta um "vai ficar tudo bem" e depois o silêncio retorna sendo possível ouvir apenas os meus soluços.

- Ela a matou Jisung - Afirmo me afasto do garoto - Minha avó matou minha mãe, ela mandou uma carta e uma foto - Digo limpando algumas lágrimas que impediam minha visão - Eu não tive coragem de ler a carta, eu só vi a foto e não quero mais... Minha avó não a mataria se ela não fosse contra ela.. Minha mãe provavelmente me defendeu - Eu digo liberando tudo.

O garoto me acalma acariciando cuidadosamente meu cabelo.

- Tem solução, precisamos honrar a sua mãe conseguindo concluir o seu plano - Sorri.

Andamos mais um pouco, sem muita conversa por conta da notícia, logo estávamos nos balançando no parquinho olhando o vasto céu escuro lotado de estrelas.

- Sabe o que me lembra? - Ele pergunta sorrindo.

- Talvez... - Digo tendo algo em mente.

- Nosso primeiro passeio - Ele afirma - No dia que eu pude me apaixonar só de passar um dia com você, nos balanços, de noite, sozinhos, ouvir você dizendo de meu talento e sorriso me fez ver que eu havia mais do que uma beleza exterior e que poucos viam isso, e você viu... E me deixou confuso e feliz e fazendo uma queda se tornar uma paixão - Ele afirma ainda balançando.

- Sério? - Olho para o garoto que começa a balançar baixo - Podia jurar que você não tinha gostado de minha fala - Olho para baixo.

- Um elogio sincero e diferente é prazeroso de ser ouvido, sabe, até hoje me perguntam o que tinha em você que me chamou atenção ou o porque de minha pessoa ter se apaixonado justo nessa fã - Ele sorri - e sempre é a mesma resposta, ela é diferente, ela se destaca na multidão, ela é inteligente, rápida e sabe lidar com os problemas... tudo o que faltava em mim... As vezes me pergunto se sou o suficiente para você, se você não merece alguém melhor

DOLLAR DOLLAR ←NCT DREAM (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora