Capítulo sessenta e um

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Era isso, estava feito, meu plano deu cert.  Eu me levanto com dificuldade, ando até o quintal da frente do vizinho, vejo o desespero da vizinhança e tento sair sem ser percebida, logo caminho para longe, pego o meu celular da cintura - que incrivelmente foi o único que estava intacto - e mando uma mensagem com a localização para o grupo de garotos, me sento no chão gelado e seguro os machucados para tentar estancar o sangue, um tiro passou de raspão em meu ombro, o outro o acertou em cheio, então tomava cuidado com esse, apertava com força e a dor diminuía em quantidade mínima.
Eu esperava paciente pelas chegadas dos mais velhos, mas meu corpo não me deixava tempo, os carros da polícia, o corpo de bombeiros e as ambulâncias com sons alto de sirenes deixam-me ansiosa, respiração fora de compasso, meus olhos não queriam se manter fechados e eu tremia, trinta mil finais ruins me passavam na cabeça, oh céus, uma crise justo agora, eu contava até cem na tentativa de demostrar ao meu consciente que estava tudo sob controle. Logo eu ouço passos rápidos vindo em minha direção.

— Me diz que tudo ficará bem - Me dirijo ao garotos de cabelos bagunçados e escuros que corria em minha direção.

O garoto não estava assustado, exalava confiança e certeza no que fazia, ele se abaixa em meu lado e arruma uma longa mecha de cabelo suja de sangue que teimava permanecer em meu rosto.

— Tudo ficará bem, agora eu prometo que não irei sair de seu lado - Um curto selar em minha testa e o garoto levanta.

Ele me ajuda a levantar e me leva até o carro e fomos a caminho do hospital, sabe, está tudo acabado agora, esse seria o magnífico final tão aguardado por todos, mas as dúvidas ainda teimam em reinar em mim, é isso? Acaba assim, eu sobrevivo, tudo volta ao normal, eu moro com minha tia vivendo uma hipocrisia igual a do início, acabo tendo um namoro calmo com Jisung até um certo ponto e acabo morrendo com dúvidas. Não... Não deixarei assim, isso ainda não acabou, eu sinto, as cartas, os meus pais, as dúvidas vão continuar martelando até eu descobrir.

— Esse não é o fim... - Digo cerrando os olhos deixando uma incógnita para quem me acompanhava.

— Bia... Como assim... Você prometeu que se desse certo o plano, tudo estaria resolvido - Ouço a voz meramente alterada de Jisung.

— Era o que eu acreditava também... Eu falhei, errei, fudi tudo - mexo minha cabeça negando.

Era culpa minha criar estás dúvidas, abro os olhos vagarosamente, a expressão confiante em Jisung ainda se mantinha presa em seu rosto, o garoto abre um leve sorriso.

— Você é humana, minha rosa preciosa, pode manter a calma, está tudo bem, eu sei o que faço - Ele diz e olha para mim - Eu confio em você, sei que conseguiremos.

Ele tenta passar confiança para mim e eu apenas sorrio falso na tentativa de não tirar a confiança do menino.

— Não sorria! - Ele diz - Como pode sorrir com um machucado grave? - Ele questiona.

— O motivo de meu sorriso chega ser maior que a minha dor, já que ele tem quase um metrô e oitenta de altura né - O clima triste é logo substituído.

  Logo que chegamos no hospital Jisung insistia de não sair de meu lado, meus ferimentos são cuidados, ficaria por supervisão pois perdi muito sangue, por sorte a bala não pega em alguma coisa grave no qual poderia me deixar sem movimento no braço.

— Gostaria de saber o que houve - Um policial entra na sala preocupado.

— Minha avó e tio tentaram me matar, porém as bocas de gás de meu fogão novo estavam ligadas, eles atiraram em mim, a pólvora e a energia causou uma explosão - Analiso o rosto do policial em minha frente.

Olheira grandes, não dorme a um tempo, tênis de ginástica novo, ele não faz academia, usa mais pelo conforto, distintivo meio curvado para direta, fora tirada de sua casa as pressas e não gostaria de estar aqui, canhoto, barba mal feita sinal de que não tem muito tempo, ou seja, tem filhos. Não tem aliança mais foi tirada há pouco tempo, ele é separado ou apenas está dando um tempo com a esposa... Ele a traiu, o colarinho ainda está marcado e a blusa mal lavada.

— Certo, então tem haver com a explosão aqui perto - O homem afirma em um tom cansado.

— Sim sim, era lá que eu estava - Pelo meu breve saber do homem é capaz que ele faça apenas mais uma pergunta para mim e no máximo duas para Jisung e logo pedirá para que alguém venha fazer uma análise mais profunda.

— Certo, e porque eles queriam te matar? - Ele suspira.

— Descobri negócios da família que não deveria - Aceno com a cabeça concordando com o meu próprio dizer.

— Conhece ela? - Ele pergunta para Jisung.

— Sim, ela é minha namorada - Ele afirma.

— Como soube onde ela estava?

— Ela mandou um sms com a localização dela em um grupo comigo e meus amigos - Jisung olha para mim e sorri indicando que tudo ficará bem.

— Ok, eu vou passar para os superiores, é capaz que logo venham outros investigadores fazerem outras perguntas para vocês - Ele afirma fechando o caderno.

Bingo, que homem tão previsível. Eu me viro para o Jisung e suspiro, ele dá uma tocida falsa,  seus olhos estavam se desviando dos meus, mas mesmo assim estavam alegres, sorriso de canto agradável e confiante, seus dedos batiam em uma perfeita sincronia na cama, um balançar suave da cabeça e corpo, sobrancelhas erguidas.

— Jisung... Está tudo bem? Parece pensativo - Pergunto preocupada.

— Está sim, só estou feliz por que tudo deu certo - Ele mente - Eu preciso contar para os meninos que está bem! - Cabeça inclinada para direta...

Ele se levanta e pega calmo o celular discando um certo número... Ele mentiu para mim, se ele fosse contar para os meninos ele estaria avisando no grupo como ele fez todas as vezes...
Eu não tenho dúvida de que ele está tramando algo.

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