chapter 14

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Cheryl observou como Penelope não tirava os olhos de si e quando a mulher caminhou imponentemente em sua direção. Todavia antes de alcançar seu destino, foi parada bruscamente pela mão de Clifford em seu braço esquerdo.

Todos pararam de conversar quando notaram o clima tenso instalando-se naquela sala. O homem mantinha um semblante banhado de ódio e a veia de seu pescoço estava visível.

— O que você está fazendo aqui? — Clifford rosnou com o rosto próximo ao da mulher.

— Eu vim ver a minha filha. — Penelope puxou bruscamente seu braço da mão do homem.

— Sua filha? — Hiram manifestou-se, rindo em deboche. — Você assinou um contrato para abrir mão dela e depois a sequestrou, largando-a num orfanato imundo.

— Eu não a larguei. — A ruiva elevou a voz irada. — E eu irei conversar com Cheryl.

— Só por cima do meu cadáver. — Clifford esbravejou.

— Isso não seria um problema. — Ralhou firme.

A ruiva mais nova observava tudo estática. Balançou a cabeça abandonando o estado de torpor e agarrou a mão da namorada, puxando-a em direção aos pais e Penelope.

Assim que a ruiva mais alta observou a filha, abriu um sorriso amável.

O sorriso que continha na foto há dezesseis anos atrás. Cheryl sentiu o calor materno naquele sorriso e de repente pegou-se retribuindo aquele gesto, sorrindo na direção da mãe.

— Cheryl. — A voz de Mary adentrou seus ouvidos. — Vá com Antoinette para outro lugar e deixe os adultos conversarem, querida. — Aproximou-se vagarosamente.

— Conversar? — A ruiva olhou para Mary. — Eu estou vendo uma briga e não uma conversa aqui. E eu já tenho idade suficiente para escolher o que devo ou não fazer, não se esqueçam que cresci sem pais e sei como tudo funciona. — Virou o rosto para encarar Penelope. — Vamos conversar. — Determinou.

— Mas, querida. — Hiram aproximou-se da filha. — Essa mulher sequestrou você de nós.

— E agora ela está aqui. — Cheryl retrucou. — E eu quero ouvi-la.

— Vocês podem ir para o escritório. — Prudence pronunciou-se. — Lá tem a privacidade que precisam.

— Obrigada. — Cheryl agradeceu. — Vamos. — Apertou a mão da namorada e saiu da sala de estar junto à Penelope, deixando os homens Blossom irados.

— Você não acha melhor eu esperar lá na sala, Cherry? Essa conversa é entre vocês. — Toni murmurou sem jeito.

— Não precisa, Antoinette. — A mulher pronunciou-se antes da filha. — Isso também envolve os Topaz de algum modo. — Sorriu.

— E eu iria te contar tudo depois de qualquer jeito. — Cheryl completou, fazendo Penelope soltar uma risada.

As três passaram pelo hall e adentraram um pequeno corredor com apenas uma porta no final do mesmo.

O local era enorme e haviam dezenas de estantes com livros que cobriam todas as paredes. A mesa vultosa de tonalidade escura possuía a mesma cor da cadeira de couro e era composta por um laptop e papéis organizados.

Cheryl sentou-se no sofá de mesmo material nobre da cadeira do escritório com Toni ao seu lado e Penelope acomodou-se em uma das poltronas em frente às garotas, colocando a bolsa preta que segurava sobre seu colo.

— Bom... — A ruiva mais nova suspirou. — Comece. — Pediu.

Penelope respirou fundo e esfregou as mãos uma na outra antes de começar.

world on fire - choni & beronicaOnde histórias criam vida. Descubra agora