O rapaz assinou a papelada em uma velocidade notável. Estava louco para sair daquele lugar. Roupas casuais estavam postas sobre a cama para serem vestidas pelo mesmo.
A enfermeira segurou os papéis assim que Reggie os assinou e retirou-se da sala com um sorriso simpático.
— Vou aguardar na recepção enquanto se veste. Não demore. — Mary disse.
Reggie apenas assentiu, observando a mulher se retirar da sala com a bolsa de sobre o ombro.
As mãos grandes passaram delicadamente na face coberta por curativos. Tudo latejava e ganhava uma coloração mais arroxeada à medida que o tempo passava. Os efeitos dos medicamentos estavam passando. O rapaz virou-se para pegar os objetos e adentrou o banheiro, logo retirando a roupa hospitalar e vestindo as casuais. O jeans, camiseta e tênis eram um diferencial aos ternos sempre usados e os davam um ar mais novo.
Saiu do banheiro e seu corpo entrou em alerta ao observar as duas pessoas na sua frente.
A latina estava perfeitamente acomodada na poltrona ao lado da cama. As pernas cruzadas subiam o vestido preto colado e deixavam à mostra parte das coxas morenas. Os dedos entrelaçados sobre o colo. Veronica sorria de maneira desdenhosa.
Archie se encontrava em pé em frente à porta. O blazer de seu terno estava jogado sobre a cama pouco tempo antes ocupada por Reggie. A gravata estava frouxa e os primeiros botões da camisa branca abertos. As mangas dobradas até os cotovelos e um sorriso semelhante ao da amiga banhava em seu rosto.
— Olá, Reggie. — A latina saudou.
O rapaz engoliu o nó na garganta e assumiu uma postura tensa.
— O que vocês estão fazendo aqui? — Indagou raivoso.
— Viemos apenas acertar algumas coisinhas. — Archie se manifestou, estalando os dedos da mão ainda sorrindo.
Reggie observou o barulho dos ossos sendo estalados e tentou não sentir medo. Seu corpo gritava para que ele saísse dali.
— É melhor vocês saírem antes que eu chame a segurança. — Proferiu, mantendo a voz firme.
— Você pode até tentar sair daqui, mas acho difícil conseguir. — Veronica respondeu, levantando-se e erguendo a mão, mostrando o aparelho celular de Reggie. — Não há para quem ligar, cara de feto. — Jogou o objeto no chão, pisando em cima com o salto fino de seus sapatos e abrindo quebrando a tela.
— Eu não vou ficar aqui com vocês! — Rosnou.
— E o que vai fazer? — Archie indagou. — Gritar por socorro?
Reggie até poderia gritar, mas seu ego também se manifestava dentro de si. O maior trincou o maxilar e partiu para cima de Archie. Seu punho fechou-se, mas antes de chocar-se contra a face do rapaz ruivo, o mesmo esquivou-se e acertou-lhe um soco na boca do estômago, fazendo Reggie curvar-se pela falta de ar e ser empurrado em direção ao chão.
— Sabe, Reggie, quando eu tinha onze anos, um garoto muito parecido com você entrou no orfanato. — A latina começou, enquanto o rapaz mantinha-se no chão, tentando recuperar o ar. — Ele era assim, babaca e covarde. Sempre destruía os brinquedos das outras crianças. Batia nos mais fracos e não era amigo de ninguém. Quando eu tentei fazer alguma coisa juntamente com Archie, a Toni disse que violência não ajuda em nada e que apenas gerava mais violência. — Caminhou até estar na frente do maior. — Esse mesmo garotinho fez questão de acertá-la propositalmente com uma bola onde saberia que ia doer. Ele machucou uma garota de onze anos que nunca fez mal a ninguém. — Abaixou-se, encarando os olhos de Reggie. — Archie e eu entramos em seu quarto durante a noite, amarramos a boca dele e o arrastamos até o jardim pelos cabelos. E sabe o que nós fizemos? — Segurou fortemente os cabelos de Reggie, fazendo-o gemer de dor e negar com a cabeça. — Nós o amarramos em uma árvore e chamamos todos os garotos em quem ele bateu para revidarem tudo. Ele desmaiou com a surra que levou. — Sorriu maldosamente. — E então você tenta agarrar a Cheryl e depois matar a Toni e espera que saia impune disso? — Riu, balançando a cabeça em negação. — Um erro enorme, Reginald. — Soltou os fios escuros e curtos do rapaz, levantando-se e acertando-lhe um chute na face.
VOCÊ ESTÁ LENDO
world on fire - choni & beronica
FanfictionA vida definitivamente não é fácil. Antoinette e Cheryl são duas garotas que cresceram em um orfanato e namoram desde os doze anos. Morando em Londres, conseguem dinheiro realizando pequenos furtos. Quando Thomas Topaz chega a falecer, um advogado s...