Cheryl encarava pela enésima vez a aliança de Toni na palma de sua mão. Sua cabeça girava e as palavras do doutor Clarke ecoavam sem fim, causando-lhe uma sensação de náusea a apatia.
O peito contraía-se em dor e o nó na garganta foi sendo liberado enquanto as lágrimas pingavam no jeans, formando pequenas esferas molhadas no tecido.
— Eu sinto muito. — A voz do doutor preencheu seus ouvidos, trazendo-a para a realidade.
— Quais as chances de não acontecer? — Prudence indagou, enxugando as lágrimas.
— Eu não posso dizer um número exato. Há muitos poréns envolvidos. Vamos mantê-la entubada por vinte e quatro horas. Trocamos os medicamentos e iremos transportar nutrientes mais fortes através da sonda que está ligada ao seu fígado. Antoinette será monitorada minuto por minuto. — Garantiu firmemente.
— Então se nada disso der certo... — A voz da latina ecoou ao lado de Betty, que já estava aos prantos.
— Se nada der certo, Antoinette irá precisar de um transplante hepático urgente. — Respondeu suspirando.
— Ela tem chances de... morrer? — Archie questionou num tom baixo, mas o suficiente para Cheryl ouvir e seu estômago embrulhar.
— Todo paciente nessa situação tem chances de falecer. O estado de Antoinette é considerado crítico depois dessa hemorragia no fígado que nos pegou de surpresa, o que gerou as paradas cardíacas durante a cirurgia para conter o sangramento inesperado. Ela pode não suportar o transplante caso seja necessário. Tudo depende se ela aceitar os novos medicamentos ou se ela...
— Se ela...? — Prudence indagou num fio de voz.
— Se ela decidir parar de lutar.
O doutor finalizou a sentença e Cheryl se levantou, correndo para fora do hospital no mesmo segundo.
A ruiva aproximou-se da lata de lixo e o vômito saiu sem controle. Todo o resto de comida que havia em seu estômago esvaiu-se em segundos.
As pernas perderam as forças quando não havia mais nada para ser posto para fora e ela caiu de joelhos sobre a grama, abraçando o próprio corpo enquanto o vazio em seu peito era tão irremediável que a ruiva jurava não aguentar mais.
Braços morenos envolveram-na e Cheryl deixou-se cair contra o corpo de Prudence, enquanto chorava sem controle. Os soluços eram quebrados e a mão delicada agarrou-se com força na manga da blusa da cunhada.
— Ela não pode... não pode me deixar... não pode! — Repetia enquanto chorava copiosamente.
— Shh... — Prudence abraçava Cheryl com força, enquanto ela mesma sentia-se destruída. — Antoinette não vai nos deixar. Ela é forte. — Consolava, enquanto as lágrimas desciam pelo seu rosto.
— Eu não... não posso viver... viver sem ela. — A ruiva sentia o corpo fraco e o choro cada vez mais forte.
— Ela não vai morrer. Ela não vai. Antoinette nunca iria deixar você sozinha. — Prudence murmurou docemente.
Cheryl fechou os olhos e continuou chorando, enquanto agarrava-se ao fio de esperança que as palavras de Prudence transmitiam.
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— Eu quero vê-la. — Sussurrou enquanto bebia o copo de água lentamente.
— Você tem certeza? — O doutor questionou após medir a sua pressão.
— Absoluta. — Assentiu.
— Você vomitou há quase trinta minutos, Cherry. — Betty sentou ao seu lado. — Não acha melhor comer algo para estar preparada? — Indagou docemente.
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world on fire - choni & beronica
FanficA vida definitivamente não é fácil. Antoinette e Cheryl são duas garotas que cresceram em um orfanato e namoram desde os doze anos. Morando em Londres, conseguem dinheiro realizando pequenos furtos. Quando Thomas Topaz chega a falecer, um advogado s...