chapter 25

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Cheryl encarava pela enésima vez a aliança de Toni na palma de sua mão. Sua cabeça girava e as palavras do doutor Clarke ecoavam sem fim, causando-lhe uma sensação de náusea a apatia.

O peito contraía-se em dor e o nó na garganta foi sendo liberado enquanto as lágrimas pingavam no jeans, formando pequenas esferas molhadas no tecido.

— Eu sinto muito. — A voz do doutor preencheu seus ouvidos, trazendo-a para a realidade.

— Quais as chances de não acontecer? — Prudence indagou, enxugando as lágrimas.

— Eu não posso dizer um número exato. Há muitos poréns envolvidos. Vamos mantê-la entubada por vinte e quatro horas. Trocamos os medicamentos e iremos transportar nutrientes mais fortes através da sonda que está ligada ao seu fígado. Antoinette será monitorada minuto por minuto. — Garantiu firmemente.

— Então se nada disso der certo... — A voz da latina ecoou ao lado de Betty, que já estava aos prantos.

— Se nada der certo, Antoinette irá precisar de um transplante hepático urgente. — Respondeu suspirando.

— Ela tem chances de... morrer? — Archie questionou num tom baixo, mas o suficiente para Cheryl ouvir e seu estômago embrulhar.

— Todo paciente nessa situação tem chances de falecer. O estado de Antoinette é considerado crítico depois dessa hemorragia no fígado que nos pegou de surpresa, o que gerou as paradas cardíacas durante a cirurgia para conter o sangramento inesperado. Ela pode não suportar o transplante caso seja necessário. Tudo depende se ela aceitar os novos medicamentos ou se ela...

— Se ela...? — Prudence indagou num fio de voz.

— Se ela decidir parar de lutar.

O doutor finalizou a sentença e Cheryl se levantou, correndo para fora do hospital no mesmo segundo.

A ruiva aproximou-se da lata de lixo e o vômito saiu sem controle. Todo o resto de comida que havia em seu estômago esvaiu-se em segundos.

As pernas perderam as forças quando não havia mais nada para ser posto para fora e ela caiu de joelhos sobre a grama, abraçando o próprio corpo enquanto o vazio em seu peito era tão irremediável que a ruiva jurava não aguentar mais.

Braços morenos envolveram-na e Cheryl deixou-se cair contra o corpo de Prudence, enquanto chorava sem controle. Os soluços eram quebrados e a mão delicada agarrou-se com força na manga da blusa da cunhada.

— Ela não pode... não pode me deixar... não pode! — Repetia enquanto chorava copiosamente.

— Shh... — Prudence abraçava Cheryl com força, enquanto ela mesma sentia-se destruída. — Antoinette não vai nos deixar. Ela é forte. — Consolava, enquanto as lágrimas desciam pelo seu rosto.

— Eu não... não posso viver... viver sem ela. — A ruiva sentia o corpo fraco e o choro cada vez mais forte.

— Ela não vai morrer. Ela não vai. Antoinette nunca iria deixar você sozinha. — Prudence murmurou docemente.

Cheryl fechou os olhos e continuou chorando, enquanto agarrava-se ao fio de esperança que as palavras de Prudence transmitiam.

---x---

— Eu quero vê-la. — Sussurrou enquanto bebia o copo de água lentamente.

— Você tem certeza? — O doutor questionou após medir a sua pressão.

— Absoluta. — Assentiu.

— Você vomitou há quase trinta minutos, Cherry. — Betty sentou ao seu lado. — Não acha melhor comer algo para estar preparada? — Indagou docemente.

world on fire - choni & beronicaOnde histórias criam vida. Descubra agora