world on fire - choni & beronica

chapter 22

Reggie mal teve tempo de discernir nada quando as mãos de Toni seguraram os dois lados de seu blazer, jogando-o com toda sua força sobre a enorme mesa, fazendo os objetos caírem no chão.

A morena enxergava vermelho e em sua cabeça a imagem do rapaz beijando Cheryl repetia-se como um loop infinito fazendo o ódio transbordar de seu corpo.

A mão morena fechou-se em punho novamente e atingiu em cheio o nariz do rapaz.

— Eu vou matar você. — A morena rosnou, desferindo outro soco no rosto de Reggie. — Seu nojento.

O rapaz cuspiu o sangue de sua boca no chão e sorriu em seguida.

— Você acha que a Cheryl vai ficar com você pelo resto da sua vida? — Riu em desdém, mostrando a fileira de dentes avermelhados. — Ela merece mais do que uma anormal.

O corpo pequeno tremia levemente consumido pelo ódio e Toni novamente avançou sobre o mais alto, empurrando-o sobre a mesa e subindo sobre o corpo de Reggie.

A mão da morena chocou-se outra vez contra o rosto do rapaz. O impacto fez Toni sentir uma dor aguda, mas ela não se importou, continuou socando cada vez mais forte.

O rosto do mais alto estava banhado em sangue. Cortes e hematomas iam formando-se à medida em que o punho da morena se chocava cada vez com mais agressividade contra sua face.

Reggie sentia a dor dos socos e suas mãos agarraram a gola da blusa cinza de Toni, empurrando-a e fazendo a morena cair no chão, do outro lado da mesa.

O rapaz caiu sobre o corpo da mais baixa.

— Você é uma aberração! — Reggie rosnou. — Não deveria ter voltado. Eu seria o herdeiro disso tudo.

A mão grande apertou-se em volta do pescoço moreno e a outra abriu a gaveta da mesa dos homens Blossom, retirando um objeto que Toni não soube identificar.

— Você... — A morena chocou as mãos contra o peito do rapaz, tentando tirá-lo de cima de si. — É só um babaca mimado e adotado. — Puxou o ar dos pulmões, sentindo o aperto em seu pescoço. — E nunca foi amado por alguém.

Os olhos do rapaz dilataram-se e logo o objeto foi levado até sua boca, onde seus dentes retiraram a tampa de proteção, revelando um canivete médio. Os olhos negros de Toni arregalaram-se.

— Pelo amor de Deus! — Cheryl gritava, atraindo a atenção de todos. — Onde estão os seguranças?

A ruiva ouvia o barulho de coisas quebrando-se e o desespero tomava conta de cada célula de seu corpo.

— Senhorita Blossom. — Uma voz grossa soou em seus ouvidos. — Saia de perto da porta. Por favor. — Pediu.

A ruiva assentiu nervosamente e afastou-se, observando o homem negro extremamente alto chutar a porta com força, abrindo-a no mesmo segundo.

Cheryl não perdeu tempo e adentrou a sala. O local estava uma bagunça. Reggie mantinha o blazer sobre o nariz, mas o que chamou sua atenção foram baixos gemidos de dor, proferidos sofregamente por Toni.

A ruiva correu até o outro lado da mesa e o ar fugiu de seus pulmões quando os olhos castanhos observaram aquela imagem dolorosa.

Vermelho. Cheryl via o vermelho do sangue que saía sem controle da barriga de Toni. As mãos pálidas estavam apertadas sobre o local, ambas completamente encharcadas do líquido escarlate.

— Oh, meu Deus. — A ruiva não perdeu tempo e ajoelhou-se ao lado da namorada, sem se importar com o sangue que sujava seu vestido. — Toni... — As mãos pequenas seguraram delicadamente a cabeça da morena, pondo-a sobre seu colo.