chapter 30

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Quando Toni abriu os olhos após a sedação que durou algumas horas, ela não se sentiu mais incomodada com a sonda que estava introduzida dentro de si, pois não havia mais nenhuma. Os castanhos com leves resquícios de dourados focaram a figura ruiva que falava com o doutor de meia-idade.

— O procedimento foi um sucesso. — A voz do homem soou em seus ouvidos e Toni piscou vagarosamente, sentindo-se um pouco lenta por conta dos sedativos usados.

A morena passou a língua pelos lábios levemente ressecados e sentiu o calor da mão de Cheryl segurando a sua, apertando levemente.

— Está com sede? — A ruiva indagou amorosamente.

Toni apenas assentiu e grunhiu baixo quando engoliu a saliva, sentindo a garganta seca. Cheryl cuidadosamente segurou o copo plástico, enchendo-o com água e pondo o canudo dentro do recipiente. A ruiva aproximou o copo do rosto da namorada e a morena não perdeu tempo em sugar o líquido para dentro da sua boca.

— Vá com calma. — O doutor advertiu. — Não tome muito rápido, pode fazer mal para a bile. Ela ainda está adaptando-se com a falta da sonda levando os nutrientes pra ela.

Toni não respondeu, apenas diminuiu a velocidade e passou a beber o líquido vagarosamente. Quando sua sede fora saciada, Cheryl depositou o objeto sobre a mesinha ao lado da cama e beijou a testa da namorada demoradamente, sorrindo para a morena, que retribuiu.

— Quando eu vou poder ir pra casa? — A voz saiu levemente rouca e ansiosa.

— Vamos mantê-la aqui em observação e amanhã mesmo se estiver tudo em ordem, os papéis da alta já serão providenciados. — Sorriu gentil.

Toni apenas soltou um barulho baixo de descontentamento em ter de esperar mais vinte e quatro horas naquele quarto e Cheryl soltou uma risada, agradecendo o doutor educadamente e vendo-o manear a cabeça levemente antes de retirar-se do local.

— Você poderia me ajudar, sabia? — A morena proferiu com a expressão encabulada.

— Ajudar em quê? — Cheryl arqueou as sobrancelhas.

— Me ajudar a sair daqui. — Respondeu passando a mão nos cabelos. — Você poderia me sequestrar fingindo ser médica ou algo parecido. Eu não aguento ficar aqui. — Finalizou suspirando.

Um mês havia se passado desde o dia que Toni fora transferida para o quarto e a cor das paredes sem vida juntamente com o cheiro superficial do hospital deixavam-na desconfortável quase o tempo inteiro. A morena mal podia esperar para ver a luz do sol e aspirar ares naturais.

Cheryl soltou uma risada extremamente alta e negou com a cabeça enquanto tentava cessar o riso, sentando na beirada da cama.

— Você acha mesmo que não seríamos pegas? — Indagou marota.

— Bom, eu com certeza seria, mas você não. Acho que ninguém enxergaria você devido ao seu tamanho. — Falou sarcasticamente e riu de forma contida.

— Isso não tem graça, sua idiota. — Ralhou.

— Tem sim. — Puxou a ruiva para deitar ao seu lado.

— Eu não sou alta demais. — Cheryl retrucou.

— Sim, você é. — Retorquiu, beijando-lhe o topo da cabeça. — Muito alta, e eu tenho que subir na ponta dos pés pra te beijar. — Sorriu. — E também é muito durona e eu morro de medo de você. — Finalizou.

— É bom saber o quanto você tem medo de mim. — Ergueu-se, encarando os olhos da namorada. — Assim eu posso sempre fazer você sentir mais. — Sussurrou, capturando os lábios carnudos em um beijo lento.

world on fire - choni & beronicaOnde histórias criam vida. Descubra agora