Quando Toni abriu os olhos após a sedação que durou algumas horas, ela não se sentiu mais incomodada com a sonda que estava introduzida dentro de si, pois não havia mais nenhuma. Os castanhos com leves resquícios de dourados focaram a figura ruiva que falava com o doutor de meia-idade.
— O procedimento foi um sucesso. — A voz do homem soou em seus ouvidos e Toni piscou vagarosamente, sentindo-se um pouco lenta por conta dos sedativos usados.
A morena passou a língua pelos lábios levemente ressecados e sentiu o calor da mão de Cheryl segurando a sua, apertando levemente.
— Está com sede? — A ruiva indagou amorosamente.
Toni apenas assentiu e grunhiu baixo quando engoliu a saliva, sentindo a garganta seca. Cheryl cuidadosamente segurou o copo plástico, enchendo-o com água e pondo o canudo dentro do recipiente. A ruiva aproximou o copo do rosto da namorada e a morena não perdeu tempo em sugar o líquido para dentro da sua boca.
— Vá com calma. — O doutor advertiu. — Não tome muito rápido, pode fazer mal para a bile. Ela ainda está adaptando-se com a falta da sonda levando os nutrientes pra ela.
Toni não respondeu, apenas diminuiu a velocidade e passou a beber o líquido vagarosamente. Quando sua sede fora saciada, Cheryl depositou o objeto sobre a mesinha ao lado da cama e beijou a testa da namorada demoradamente, sorrindo para a morena, que retribuiu.
— Quando eu vou poder ir pra casa? — A voz saiu levemente rouca e ansiosa.
— Vamos mantê-la aqui em observação e amanhã mesmo se estiver tudo em ordem, os papéis da alta já serão providenciados. — Sorriu gentil.
Toni apenas soltou um barulho baixo de descontentamento em ter de esperar mais vinte e quatro horas naquele quarto e Cheryl soltou uma risada, agradecendo o doutor educadamente e vendo-o manear a cabeça levemente antes de retirar-se do local.
— Você poderia me ajudar, sabia? — A morena proferiu com a expressão encabulada.
— Ajudar em quê? — Cheryl arqueou as sobrancelhas.
— Me ajudar a sair daqui. — Respondeu passando a mão nos cabelos. — Você poderia me sequestrar fingindo ser médica ou algo parecido. Eu não aguento ficar aqui. — Finalizou suspirando.
Um mês havia se passado desde o dia que Toni fora transferida para o quarto e a cor das paredes sem vida juntamente com o cheiro superficial do hospital deixavam-na desconfortável quase o tempo inteiro. A morena mal podia esperar para ver a luz do sol e aspirar ares naturais.
Cheryl soltou uma risada extremamente alta e negou com a cabeça enquanto tentava cessar o riso, sentando na beirada da cama.
— Você acha mesmo que não seríamos pegas? — Indagou marota.
— Bom, eu com certeza seria, mas você não. Acho que ninguém enxergaria você devido ao seu tamanho. — Falou sarcasticamente e riu de forma contida.
— Isso não tem graça, sua idiota. — Ralhou.
— Tem sim. — Puxou a ruiva para deitar ao seu lado.
— Eu não sou alta demais. — Cheryl retrucou.
— Sim, você é. — Retorquiu, beijando-lhe o topo da cabeça. — Muito alta, e eu tenho que subir na ponta dos pés pra te beijar. — Sorriu. — E também é muito durona e eu morro de medo de você. — Finalizou.
— É bom saber o quanto você tem medo de mim. — Ergueu-se, encarando os olhos da namorada. — Assim eu posso sempre fazer você sentir mais. — Sussurrou, capturando os lábios carnudos em um beijo lento.
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world on fire - choni & beronica
FanficA vida definitivamente não é fácil. Antoinette e Cheryl são duas garotas que cresceram em um orfanato e namoram desde os doze anos. Morando em Londres, conseguem dinheiro realizando pequenos furtos. Quando Thomas Topaz chega a falecer, um advogado s...