Terezin

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Julho de 2000

Fumiko não podia acreditar. Estava muito chateada consigo mesma e com sua falta
de sorte. Tinha chegado até ali e todos que podiam ajudá-la estavam de folga. “Como fui escolher justo hoje para visitar o Museu de Terezin? Como pude ser tão estúpida?”, pensou. “O que vou fazer agora?” Enquanto o sol esquentava-lhe o corpo, uma lágrima de frustração rolou pelo seu rosto.

Decidiu voltar ao museu e recompor- se. Talvez conseguisse pensar num plano alternativo. Quando se sentou num banco em frente à recepção, ouviu um barulho. Parecia vir de um dos escritórios no final do corredor. Ali, no último escritório à direita, encontrou uma mulher com óculos na ponta do nariz, examinando um enorme bloco de papéis.

Assustada, a mulher quase caiu da cadeira quando viu Fumiko.

– Quem é você? – perguntou. – O que você está fazendo aqui? O museu está fechado.

– Meu nome é Fumiko Ishioka – respondeu.
– Eu vim lá do Japão para encontrar informações sobre uma garotinha que viveu aqui em Theresienstadt. Temos a mala dela em nosso museu em
Tóquio.

– Volte outro dia – respondeu a mulher, educadamente – e alguém irá ajudá-la.

– Eu não tenho outro dia – exclamou Fumiko. – Meu voo para o Japão sai amanhã de manhã.
Por favor! – implorou. – Ajude-me a encontrar Hana Brady !

A mulher tirou os óculos. Encarou a jovem japonesa e percebeu como ela estava ansiosa e determinada. A mulher tcheca suspirou.

– Tudo bem – disse ela. – Não posso prometer nada, mas vou tentar ajudá-la. Meu nome é Ludmila.

A Mala De Hana - Parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora