Terezin

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Julho de 2000

No museu do gueto de Terezin, Ludmila sentou-se e encarou a jovem japonesa
empoleirada na ponta da cadeira do outro lado da mesa. A forte determinação de Fumiko estava estampada em seu rosto. Ludmila gostou dela e queria ajudá-la a saber mais sobre essa garotinha, Hana Brady.

Ela puxou um grande livro da prateleira. Dentro dele, os nomes de quase noventa mil homens, mulheres e crianças que estiveram aprisionados em Theresienstadt e que depois foram levados para o leste.

Foram direto à página da letra B: Brachova, Hermina. Brachova, Zusana. Brada, Tomas. Bradacova, Marta. Bradleova, Zdenka.

– Aqui está ela! – exclamou Ludmila. E ali estava: Hana Brady, 16 de maio de 1931.

– Como posso saber mais sobre ela? – perguntou Fumiko.

– Gostaria de saber... – respondeu Ludmila.

– Mas, veja! – disse Fumiko, apontando para outra linha na página. Havia outro Brady, listado acima de Hana. – Será que são da mesma família? – Fumiko pensou alto.

Ludmila olhou as datas de nascimento. Apenas três anos de diferença.

– Sim – respondeu ela. – Há muitas chances de ser um irmão. Os nazistas costumavam listar familiares próximos.

Fumiko notou outra coisa: ao lado do nome de Hana havia uma marca de checagem. Havia uma marca em todos os nomes daquela página, exceto em um. Ao lado do nome de Brady, George Brady, não havia nenhuma marca. O que isso significava?

A Mala De Hana - Parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora