Capítulo: 12

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Já haviam se passado alguns dias desde o inexplicável encontro de Allyson e Dinah na cela isolada. 
Depois daquele dia Allyson decidira que não abandonaria seu caso, porém, evitaria ao máximo de ficar a sós com ela.

Não haviam se visto mais, entretanto Allyson já havia conversado novamente com sua mãe e para sua infelicidade, soube que Dinah havia conversado com Blanca e a proibido de falar sobre sua opção sexual.

Allyson tentou convencer a mulher mais ela estava irredutível. Falou também com o pai e o irmão de Dinah, e aí entendeu o porquê de ela não querer que eles soubessem de sua opção sexual. Eles aparentavam extrema intolerância, não demonstrando menor emoção quanto ao fato dela estar presa. Pregavam que se ela havia errado, então teria de pagar o preço. Enfim, Allyson sentia a frieza dos dois homens. Por vezes ela quis induzir uma conversa sobre a sexualidade de Dinah, mais desistiu. Sentiu-se a traindo se o fizesse.

Por outro lado, um dos alunos de Dinah, que fazia parte da turma que ela havia cancelado, trouxe-lhe mais pistas.

Gilberto havia dito que em sua turma eram 12 pessoas e todos eram seus colegas de trabalho, eles sempre iam juntos a aula e depois iam para o trabalho. Naquele dia ela inesperadamente ligou para todos avisando de que não poderia dar aula naquele dia. Ou seja, ela estava mentindo, pois havia dito a Allyson que cancelou por haver poucos alunos. Agora ela tentava investigar sobre esse fato.

Mais naquela manhã ela acordou agitada, sabia que não podia mais adiar, tinha que falar com Dinah o quanto antes, estavam a duas semanas da audiência.

Mal tomou seu café e saiu, sem ao menos beijar o marido, que há dias mal falava com ela.  Desde que aparecera sem a barba. Ele havia percebido a mudança daesposa, naquele dia quis fazer amor com ela mais ela virou-se para o lado e alegou muita dor de cabeça, e assim continuou por vários dias, até que na noite anterior, num acesso de raiva ele a obrigou a fazer sexo com ele. Allyson, quando percebeu que ele não desistiria deixou-se ser possuída. Não sentiu nada, nem mesmo dor. Ele gozou, virou para o lado e dormiu, deixando Allyson mirando o teto, perguntando-se se a culpa não era dela?

••••••

- Bom dia Dra. Têm novidades. - Disse Harry assim que avistou Ally deixando o elevador.

- Bom dia Styles, fale baixo, por favor. Minha cabeça parece que vai explodir.

- Desculpe. Posso pegar uma aspirina e...

- Não, eu já tomei antes de sair de casa. Mais diga quais as novidades.

Enquanto falavam, encaminhavam-se para sua sala. Allyson entrou e foi imediatamente para trás de sua mesa, deixando o corpo tombar sobre a cadeira:

- Fale Styles.

- Conversei com outro aluno de Dinah, o Juliano. E ele me disse que Dinah jamais gostou de homens, ela é mesmo lesbica.

Anahí suspirou resignada. "Isto eu sei, não preciso de provas". Pensou ela antes de dizer:

- E como ele tem tanta certeza assim?

- O Juliano é gay e eles frequentavam há alguns anos as mesmas boates GLS, inclusive ele apresentou a ela uma de suas ex.

- Ex-namorada? - Perguntou Allyson muito interessada.

- Ex-ficante. Para ser mais exato. Ele disse que ela nunca se amarrou deverdade. Não publicamente, e parece que essa ex dela que é amiga do Juliano, sempre quis namorar com ela de verdade, mas ela fazia questão de deixar claro que não se envolvia.

- Isso não ajuda muito. Se usarmos isto, ela mesma pode dizer que é bissexual. - Ela recostou-se em sua cadeira e brincando com uma caneta, tentava pensar em uma saída.

Então inesperadamente ela olhou atentamente para seu estagiário que agora buscava mais informações nos documentos sentadas a sua frente, e perguntou a queima roupa:

- Styles, você é gay não é mesmo?

- Sim. Sou sim. - Respondeu ele tranquilamente, mas surpreso com a pergunta.

- Então me diga o que teve que passar pra se assumir? Houve muito preconceito, digo, da família?
- Muito mesmo. Toda minha família me virou as costas.

Anahí mostrou-se totalmente interessada no que ele dizia, parou de brincar com a caneta e disse:

- Todos? Mas... Só porque você gosta de homens?

- Sim. Tive que sair de casa. Toda minha família inclusive eu somos do nordeste. Eu quis ficar o mais longe possível.

-Faz quanto tempo que não os vê?

-Saí de casa com 16 anos e nunca mais voltei. 

-Poxa. Seis anos... - Ela não quis perguntar mais nada, estava sentindo um estranho frio na barriga, pois ao ouvir o rapaz, ao invés de tentar imaginar o porquê do medo de Dinah, ela imaginava como sua própria família reagiria se um caso como aquele ocorresse no berço dos Brooke.

Ficaram num silêncio profundo, cada qual com seus pensamentos. Silêncio este que foi quebrado com o barulho da porta.

Marcos entrava:

- Dra Allyson, temos que conversar.
Harry sem pestanejar retirou-se. Marcos tinha uma maneira de impor respeito bem singular, um olhar e a pessoa se sentiam com ele lendo seus pensamentos.

Marcos sentou-se a sua frente.
- Bom dia Doutor - Disse ela excitante: - Algum problema?

- Quero saber como anda o caso Dinah. Estamos próximos do julgamento e espero não ter de lembrá-la sobre o que está em jogo neste caso.

- Não precisa me lembrar disso, estou pensando constantemente no que posso perder se não vencer esta causa.

- Alguma novidade?

- Dinah é lésbica. Mas não quer que isto conste em sua defesa.

- O quê? Como ela não quer? Isso ajudaria e muito, essa mulher tem algum problema mental?

- Acho que ela está protegendo alguém. Acobertando o verdadeiro assassino.

- Tem ideia de quem pode ser?

- Não.

- Tem falado com ela?

- Bem, eu falei com ela umas três ou...

- Três vezes Dra. Allyson? Como quer que a verdade saia de sua boca se não tem pressionado esta mulher?

- Eu ia..

- Allyson tem que encostar essa mulher na parede até que ela diga realmente o que aconteceu! Só ela irá esclarecer este caso, se é que não foi ela mesma que cometeu o crime.

- Tenho certeza que não foi ela.

- Mais não esta neste caso pra julgar se foi ela ou não. - Disse ele levantando-se impaciente, sua voz era grave: - Está neste grupo de advogados pra vencer, esta neste caso para vencer! Deixe que Deus julgue depois. Nunca ouviu esta frase antes?

- Ouvi sim.

- Então se levante daí e venha comigo.

- Vamos pra onde?

- Para o presídio falar com esta moça.

 •Di̾n̾a̾l̾l̾y̾• √ I͟n͟  T͟h͟e͟  N͟a͟m͟e͟  O͟f͟  T͟r͟u͟t͟h͟  Onde histórias criam vida. Descubra agora