Capítulo: 14 ✓

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Encontrou Marcos na sala do diretor João Pedro, falavam sobre Dinah e seu comportamento nesses três anos no presídio:

••••••••

- Ela é uma mulher enigmática. Sempre observando em silêncio.
As outras a procuram sempre. É a mais popular eu diria, talvez por ser tão bonita. Mais o fato é que quando ela está de bom humor, agrada até mesmo a mim. É doce, sabe conversar. Mais a maioria das vezes, Deus do céu, ela é o cão!

Allyson ficou na porta ouvindo, então falou:

- Ela voltou pra cela agora?

- Acho que foi para o banho de sol. Está na hora.

- Bem, não temos mais nada o que fazer aqui Allyson. Acho melhor voltarmos quando ela estiver um "DOCE". - Disse Marcos num tom de cinismo irritante.

- Pode ir Dr. Ainda vou insistir um pouco mais com ela.

- Faça como achar melhor. Até mais tarde.

Allyson esperou que Marcos deixasse a sala e então se aproximou do Diretor:

- Será que posso visitar a cela onde ela fica?

- Mais ela não está lá agora Doutora.

- Sei disso. Quero ver apenas, quem sabe eu não encontre uma luz para este caso.

Ela caminhou por um corredor, onde havia várias e várias celas, dentro delas havia beliches, roupas penduradas em varais improvisados, era uma bagunça. E para sua surpresa a cela de Dinah era a mais organizada. As duas camas 
belicheestavam organizadas. As roupas penduradas, mais o varal eram paralelos à parede, não estava desleixado:

- Onde ela dorme? - Perguntou Allyson curiosa.

- Na cama de cima Em baixo é a detenta Joana.

- Por que Joana está aqui? Qual o crime?

- Prostituição.

Allyson ficou em silêncio, queria não pensar, mais seu subconsciente a levou a imaginar se Joana seria bonita e atraente. "POR QUE QUERO SABER ISSO?" Perguntou-se intimamente.

Allyson subiu até a cama de Dinah, e por mais que tentasse era impossível não sentir seu cheiro naquele lençol desbotado. Ela não entendia o motivo de tantas sensações diferentes desde que conhecera sua "CLIENTE".

Então algo lhe chamou a atenção.

Haviam fotos coladas na parede ao lado de seu travesseiro. Fotos de uma criança, na primeira havia um bebê, em seguida o mesmo bebê uma pouco maior e na última, com mais ou menos três anos.

Allyson supôs ser a mesma criança pelos traços marcantes, os olhos bonitos, os cabelos e o sorriso cativante, que formavam covinhas adoráveis na bochecha rosada. 
- Quem é esta criança?

-Não sei. - Disse o diretor

O carcereiro, que estava acompanhando Allyson e o Diretor apressou-se em dizer:

- É o sobrinho dela. Ela ama este menino. Venera essas fotos.

Allyson deixou a cela intrigada com aquela foto. Provavelmente era o filho de Valmir, que constava no dossiê do processo. Onde dizia que ele havia deixado um filho de apenas três anos.

Ela precisava falar com Dinah novamente. E o mais rápido possível.

Acompanhou o Diretor João Pedro até o pátio. Ficou parada do lado de fora.

O pátio era todo cercado de tela. Lá havia quadras de esportes onde algumas garotas jogavam basquete, outras conversavam. E algumas faziam musculação, em aparelhos improvisados, e ali estava Dinah, deitada sobre uma base de madeira levantando peso, ao lado dela havia algumas mulheres conversando com ela, ela apenas acenava com a cabeça. De onde estava Dinah não podia ver Allyson então o Diretor falou:

- Quer que eu a chame?

- Não. Deixe-a terminar seus exercícios. Não vou atrapalhar

- Mas eu não posso ficar aqui Dra. Tenho muito trabalho e...

- Tudo bem. Posso ficar aqui, sem a sua presença, sem problemas.

- Mandarei um guarda ficar aqui com você. Por garantia.

- Obrigada Diretor.

Quando ele saiu, Allyson pode observar mais atentamente a mulher logo adiante fazendo musculação. Dinah agora tinha os cabelos presos num rabo de cavalo. Usava o mesmo uniforme azul, que parecia estar todo molhado de suor.

Então Allyson começou a caminhar lentamente paralela a tela, sem tirar os olhos de Dinah. Algo nela a hipnotizava.

Agora nesta área as detentas já podiam vê-la, e muitas delas começaram a olhá-la assoviavam e faziam brincadeiras. Allyson usava um tahier preto, e por baixo usava uma camisa branca. Os cabelos estavam presos, não se sentia atraente, mais os olhares de muitas mulheres a fez sentir-se nua. Então ela parou repentinamente, ao perceber que Dinah vinha em sua direção.

Parou bem a sua frente, apenas a tela as separava. Olhou-se por alguns instantes antes de Allyson dizer quebrando o silêncio:

- Posso falar com você um minuto?

- Perguntou um pouco excitante, via as veias no pescoço de Dinah pulsando descompassado, o uniforme suado colado no corpo definido dela devido aos exercícios que fazia antes.

- Onde está seu guarda-costas? - Perguntou Dinah provocando bem ao seu estilo.

- Não diga bobagens Dinah, ele só queria ajudar você. Olha, vamos parar com as brigas e...

- Senti saudades de você Allyson. - Disse Dinah repentinamente olhando nos olhos castanho de Allyson.

Ela desviou o olhar imediatamente, temendo entregar-se, admitir que também sentira muito a falta dela.

- Olhe pra mim. Por favor - Allyson obedeceu.

- Senti muito a sua falta. - Elas se olhavam de uma forma tão intensa que Allyson temia respirar e quebrar a magia daquele momento.

- Dinah eu... Eu não posso eu... Eu estou trabalhando, pare de...

- Não estou fazendo nada, estou apenas querendo que saiba, o quanto senti sua falta.

Então Dinah colocou uma das mãos na tela, fazendo seus dedos atravessarem as fendas da mesma. Suplicou:

- Toque-me Allyson. Deixe-me sentir sua pele.

- Está louca isto sim. Não farei isto.

- Toque meus dedos, é só isto o que eu quero, por favor. - Sua voz era um sussurro.

Allyson olhava para aqueles olhos suplicantes, que agora não eram sombra dos que antes ameaçavam a ela e a seu chefe. 

Dinah estava toda suada, a roupa colada ao corpo. Allyson fechou os olhos na tentativa de não imaginar o corpo de Dinah sob aquelas roupas.

 “PARE COM ISTO ALLYSON BROOKE, VOCÊ NÃO GOSTA DE MULHER!". 

Mas ao abrir os olhos percebeu que sua mão já estava espalmada na tela, e seus dedos entrelaçavam os dedos dela.

Desesperada Allyson olhou ao redor temendo que algum guarda surpreendesse o ato de carinho duvidoso da advogada.

Mas mesmo este temor não a deixou tirar a mão dali, as pontas dos dedos se tocavam numa carícia que causava arrepios por todo o corpo de Allyson. O que não era difícil de acreditar que ocorresse o mesmo com Dinah.

E ficaram por alguns segundos intermináveis naquele toque limitado, porém cheio de emoções, emoções estas que a advogada agora queria muito decifrar.



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