Capítulo: 02

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A audiência de Troy sairá exatamente como ele havia previsto. Vencera, ou seja, conseguiu condenar o réu. Mais Allyson sequer prestou atenção ao julgamento. Tanto que durante o jantar num restaurante muito charmoso na avenida principal, teve que inventar comentários a respeito da atuação do marido, pois não se lembrava de nada. A discussão com Camila não a deixava em paz:

-Esteve ótimo, como sempre querido. - A comentou tentando parecer interessada. 

-Foi perfeito. Tenho que dizer isso!- Ele estava muito satisfeito, feliz e realizado.

Ela apenas sorria para o marido que já tinha as faces coradas devido ao consumo exagerado de vinho. Ele sempre exagerava quando comemorava algo e principalmente em fins de semana. Ela já nem se importava mais. Apenas se comprometia a dirigir na volta pra casa.

Já estavam em casa e após um longo banho, Allyson resolveu descer até a sala. Queria ficar um pouco a sós com seus pensamentos. Troy chegava ao pontoda inconveniência quando estava embriagado. Então agora que o via dormindo, resolveu analisar novamente o dossiê de Dinah Jane Hansen.

Desceu as escadas da casa de três andares, num estilo tropical, em 
madeira escura e tijolos vermelhos. Tudo criação de Allyson, juntamente com o amigo arquiteto Louis. Na época ela ainda não era casada, sua intenção era ter a casa só para si, no entanto alguns meses apenas antes de mudar-se pra casa nova ela conheceu Troy e um ano depois já estavam casados e morando em sua casa.

Ele, na época havia sugerido que comprassem uma casa mais convencional, afinal logo teriam filhos e ele considerava aquele loft muito perigoso a uma criança, devido a falta de paredes em vários cômodos, principalmente nos cômodos superiores. Na época ela havia dito que ainda era cedo para pensarem naquele assunto, pois ela não tinha a menor intenção de mudar-se de seu reduto, o lugar que ela mesma criara. Cercado de plantas e árvores por todos os lados, e dentro de casa inclusive ela mantinha vários vasos de plantas e jardins.

Gostava daquilo, gostava  da 
natureza, se não tinha tempo pra passeios ecológicos ou algo do gênero, ao menos quando estava emcasa podia usufruir disto. Faltava apenas um animal, mais isto Troy não queria de maneira alguma.

Allyson desceu até seu escritório, usava apenas uma fina camisola branca, os cabelos soltos, pés descalços e uma xícara de café em uma mão e o dossiê na outra. Já era a quarta vez que lia aquele documento, e ainda não conseguia entender. Ao que parecia a ré era uma mulher idônea, uma cidadã comum, 25 anos, solteira, dona de uma clínica de relaxamento e autoajuda. Boa filha, boa irmã e principalmente boa tia.

Dinah não conhecia seu pai, que tinha descendência japonesa. Mais vivera com a mãe apenas, nem ao menos o sobrenome do pai ela levava. Mais sua mãe Blanca casara-se novamente e dera-lhe um pai. Blanca tivera com Augusto mais dois filhos Lara e Fernando gêmeos que hoje com 20 anos. Lara era casada e tinha um filho. Dinah, além de tia de Maurício era ainda madrinha dele. Tinha-o como seu filho. Sempre ajudava a família, muito dedicada a eles.

Residia sozinha em uma edícula, nos fundos da clínica. Que se situava num bairro de classe média na cidade, enquanto que o resto da família residia no centro em um modesto apartamento.

Na última página do documento havia uma fotografia de Dinah. Allyson observava aquele olhar, ela havia sido tirada três anos antes, no dia em que Dinah havia sido presa. Cabelos num estilo repicado nas pontas, loira, olhos levemente puxados e castanhos. Seu rosto estava pálido, muito branco. Allyson tentava definir o olhar
da mulher, e pôde notar que a foto não dizia nada, não existia emoção alguma nela.

No momento em que fora tirada, Dinah parecia estar longe dali,
emoutro plano talvez em um estado de alfa. Allyson surpreendeu-se ao perceber o adiantado da hora, já passava das 2 damanhã. 

 •Di̾n̾a̾l̾l̾y̾• √ I͟n͟  T͟h͟e͟  N͟a͟m͟e͟  O͟f͟  T͟r͟u͟t͟h͟  Onde histórias criam vida. Descubra agora