Capítulo: 17

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Até que um rosto lhe chamou a atenção. Uma jovem japonesa passava em frente a seu carro, cabelos soltos vermelhos e longos, caminhava lentamente. Allyson ficou observando a passar atentamente, mais quando esta se aproximou mais ela pode perceber que aquela mestiça não era tão linda, não tinha a pele tão branquinha e delicada, os cabelos finos e brilhosos, os olhos penetrantes e hipnotizadores...

- Tá dormindo moça?! - O grito irritado do motorista atrás dela a fez voltar de seu transe. O sinal já estava aberto.

Ela acelerou e seguiu, no entanto seu carro não seguia em direção ao centro ela agora pegava a autoestrada, seguia em direção ao presídio feminino.

- Sinto muito Dra Allyson, mais a cela que você costumava usar estão ocupadas. E além do mais, hoje é sábado. Dia de visitas, isto aqui está muito movimentado.

Allyson ouvia atentamente o diretor. Ainda não sabia o que estava fazendo ali, mais precisava vê-la, queria estar sozinha com ela, nem que fosse apenas por um minuto, mais sozinhas.

- Não há nada que possa fazer João Pedro? Poxa eu descobri algo muito importante e preciso que... Ela abra o jogo, e sei que não o fará com muita facilidade. Sabe o quanto é arredia, acha que todos estão conspirando contra ela. - Tentava persuadir o homem com tanto empenho que quase podia acreditar na própria invenção. Então ele falou:

- Olha Dra, o único lugar onde vocês duas poderiam conversar sem serem ouvidas ou incomodadas é... - Ele ficou em silêncio, parecia meio constrangido.

- Diga. Aceito qualquer lugar. É muito importante. - Ficou na expectativa olhando pra ele.

- Uma das celas que são reservadas as visitas íntimas.

Ela o olhou atônito. Atônita com a sensação de alegria que tomou conta dela. Mas disfarçou e disse, simplesmente.

- Ok, por mim... O lugar não importa, desde que... Desde que possamos conversar.

•••••••••

Enquanto ela acompanhava o homem negro a sua frente, sentia
o coração aos pulos, parecia que queria saltar do peito, ela jamais havia sentido tanta ansiedade, tanta expectativa. Entrou  na
cela e ficou em silêncio.

- Digo a ela que é a Sra Dra? - perguntou o guarda.

- Não. Ontem, como sabe ela estava muito arredia. Apenas a traga até aqui, por favor.

Assim que ele, o guarda, deixou a cela, Allyson tentou conter o nervosismo olhando aquele quarto improvisado, uma cama de casal apenas e uma cadeira, onde sobre esta havia alguns preservativos.

Allyson de repente teve consciência de onde estava, e no que tencionava fazer. Ela não queria conversar com Dinah, sabia disso.

Mais não podia, era algo impossível. Aquele ambiente degradante, ela não se submeteria àquilo. Então correu até a porta, com a intenção de sumir dali. 

Entretanto no momento em que alcançou a porta, esta foi aberta,
e Dinah entrou.

Quando Allyson viu Dinah entrar, e olhá-la surpresa e em seguida expor um sorriso no canto de seus lábios, Allyson desistiu imediatamente da ideia de fugir dali. Naquele momento estar ali, naquele lugar, com aquela mulher era tudo o que ela mais queria na vida. 

E ela estava chocada com a descoberta.

Olhavam-se. E olhavam-se mais ainda, na medida em que lentamente se aproximavam.

Dinah tinha a bandana na cabeça, mas assim que estavam a menos de um passo de distância, Allyson involuntariamente levantou a mão e a tirou. 

 •Di̾n̾a̾l̾l̾y̾• √ I͟n͟  T͟h͟e͟  N͟a͟m͟e͟  O͟f͟  T͟r͟u͟t͟h͟  Onde histórias criam vida. Descubra agora