Últimas Lembranças

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-Você realmente é resistente, uma guerreira.
- Quem é você??
Laurel acorda desorientada, numa areia fria, com várias nuvens no céu, um vento ameno e uma mulher com longos cabelos loiros e um vestido branco,assim como o seu, na verdade,era uma mulher mais velha.
- Eu sou a sua consciência.
- Onde estamos?
- Na sua cabeça, esse daqui era o seu lugar preferido lembra?
Com as pernas bambas, e o corpo molhado tremendo de frio, Laurel se levanta, e reconhece detalhes similares ao seu lugar preferido. Entretanto a atmosfera era totalmente outra,era tudo muito cinza, e não colorido como antes, como a praia em que estivera antes com Oliver.
Ela observa bem, a areia estava escura, as palmeiras estavam tombadas, os pássaros estavam mortos, mas seu choque mesmo, foi ver a casa de praia dos seus pais, totalmente às cinzas. Provavelmente a casa fora queimada recentemente, a fumaça ainda saia dos escombros.
- NÃO!
Com lágrimas nos olhos, Laurel corria em direção à casa, a areia parecia que a atrasava. Suas pernas estavam doloridas, seus ombros pesados, sua respiração ofegante além de estar com bastante frio pois acabou de ser retirada de um mar congelante.

Laurel não sabia o que dizer, caiu de joelhos ao chegar na varanda da casa, uma tristeza profunda tomou conta de seu coração.

- Não pode ser, aiii meu Deus...
Lutava contra o choro, mas nada adiantava, já estava em lágrimas, soluçando como uma criança que se perde dos pais, mas de certa forma, Ela se perdeu. Aquela casa era a única lembrança de sua infância. Lembrava das tardes de verão que passava lá, contava os dias para as férias, adorava brincar com Sara na areia da praia, e a noite, ela com a sua irmã e seus pais,se reuniam na varanda e viam o pôr do sol com seu pai tocando violão e sua mãe cantando "Yellow Submarine" dos Beatles. Sara era fascinada por essa canção, sempre sonhava em morar num grande submarino e viajar em busca de grandes aventuras. E hoje, Sara realizou esse sonho quando entrou para as "Lendas do amanhã", cada dia é uma aventura diferente.
Laurel adorava essa música, mas quando seu pai cantava "Heroes" do David Bowie, seu coração saltitava de alegria, sentia um arrepio toda vez que ouvia a parte que dizia "podemos ser heróis, apenas por um dia." Uma canção cujo o destino de Laurel se assemelha muito.
Aquela era sua música preferida da vida.

Mas agora, todas as memórias foram perdidas, sua infância fora perdida, queimadas pelo fogo, e agora, só restou cinzas.

Laurel lembrava do retrato em família que tirou no primeiro verão em que seus pais compraram a casa. Ela sabia que ficava em cima da escada. E em um impulso, Laurel entrou na casa coberta de cinzas, a escada ainda estava de pé, mas totalmente chamuscada. Subiu na ponta dos pés, quando estava chegando no topo,a escada se desfez, Laurel se jogou no segundo piso, o chão começou a estalar,o teto começou a cair aos poucos, Laurel viu a o retrato, como que por milagre, ainda estava intacto, exceto pelas cinzas. o chão começou a desmoronar, Laurel só tinha uma chance, se jogou em direção ao retrato na parede, agarrou com toda força que podia, e num só golpe arrancou o quadro da parede, e não sentiu mais nada, pois o chão se abriu aos seus pés, e foi engolida pelos escombros da sua última lembrança de sua infância,  abraçada com o retrato, sua casa caiu sobre sua cabeça.

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