XII

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17 de Julho de 2019

- Juliana, por favor. - Nicolas me empurra levemente, beijando minha testa e tentando me aconchegar em seus braços para que eu deite minha cabeça em seu peito, mas eu me afasto irritada e sento na cama, encostando minhas costas na cabeceira e cruzando os braços. Estávamos assistindo a um filme após minha tentativa frustrada de conseguir dormir.

- Nicolas, pelo amor de Deus, olha o tamanho da minha barriga. Eu mal consigo lavar minhas partes sozinha, não enxergo meus pés há pelo menos dois meses, preciso fazer xixi a cada quinze minutos e sinto a fome de uma elefante grávida. - Digo tentando trazer todo o drama que aprendi anos atrás em minhas aulas de teatro. Lá fora um trovão se faz ouvido e meu marido simplesmente me olha com aquele olhar de devoção, não é esse olhar que eu desejo nesse momento. Não são os olhos azuis claros dele que eu quero ver, eu quero seu olhar azul marinho, tão escuro quanto o mar durante a noite. Quero sua cara de desejo, sua boca na minha e suas mãos passeando pelo meu corpo, mas ele insiste que eu não devo fazer esforço e me afasta a cada tentativa de eu me aproximar. - E além de tudo isso, você ainda me deixa aqui, com esses hormônios enlouquecedores, fazendo zero questão de me ajudar a liberá-los.

- Amor, eu não quero...

- Nem ouse terminar a frase. - O interrompo. - Não quero ouvir mais uma vez que você não quer me machucar ou que eu não posso fazer esforço. Eu sei o que é, Nicolas. - Sinto as lágrimas dominarem meus olhos e não consigo conter um soluço.

- Você está chorando? - Ouço o desespero em sua voz. - Ju, não chora. - Ele tenta se aproximar mas afasto suas mãos com meu cotovelo. - Amor, seja sensata.

- Sensata? - Me viro para ele com fúria, e uma pontada forte em minha barriga me faz parar por um seguro para respirar fundo. Ele parece perceber mas antes que possa perguntar, eu volto a falar. - No que exatamente eu preciso ser sensata? No fato do meu marido não querer me tocar porque estou parecendo uma bola prestes a explodir? - Escondo meu rosto nas mãos, odiando os hormônios que me fazem essa pessoa chorona quando tudo que quero é matar Nicolas. Outra pontada me faz respirar um pouco mais fundo entre o choro.

- Como você pode sequer pensar que eu não te quero? - Ele pergunta e eu tiro as mãos do rosto para encará-lo.

- Esse meu tamanho não é nada sexy. - Respondo ainda de cara fechada.

- Tem noção do quão difícil tem sido para mim? Ficar longe de você? Ter seu corpo ao lado do meu todas as noites e não poder me sentir em você? - Ele se aproxima enquanto fala, seu nariz em meu pescoço e uma força em meu ventre faz eu sentir minha calcinha pesada. Não consigo e nem quero afastá-lo, embora eu saiba que ele não irá muito além disso. - Tudo em você é sexy, Juliana. Eu acho você perfeita. - Um chupão em meu colo me traz uma sensação de quase dor na barriga e eu sei que é meu corpo implorando por ele. - Tudo que eu queria agora era te fazer minha e me perder em você. - Ele sussurra a última frase rente à minha orelha e uma mordida no lóbulo me faz criar força suficiente para empurrá-lo e subir em seu colo, uma perna de cada lado, suas mãos vão para minha cintura e eu vejo em sua face sua dificuldade em resistir a mim.

- Eu já sou sua. - Forço meu quadril sobre o seu, roçando nossas intimidades e ele fecha os olhos, jogando a cabeça para trás. Decido não dar tempo para que ele pense muito e junto nossos lábios, já invadindo sua boca com a língua. Assim que ele tenta me empurrar, eu grudo meus braços em seu pescoço e minhas unhas arranham sua nuca, eu sei que ele é incapaz de resistir a isso, e sorrio entre o beijo quando ele me puxa mais em sua direção, suas mãos agora em minha bunda, apertando com tal força que eu preciso parar o beijo para liberar o gemido preso em minha garganta. Ele inverte nossas posições, me deitando na cama e ficando ao meu lado, suas mãos e boca, no entanto, não deixam meu corpo. Aperto sua ereção sobre o shorts e o som do seu gemido me traz uma forte dor no ventre e eu me sinto extremamente molhada, mais do que jamais estive.

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