Capitulo 29

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Diante dos meus olhos horrorizados, vejo um carro a dar duas voltas no pátio. Atrás do volante, o condutor com um rosto aterrorizado está a tentar recuperar o controlo do veiculo, ainda que mal.

Mas os pneus deslizam uma e outra vez no gelo.


MATT: Nicole!


Vejo o meu namorado a correr de volta para a entrada do pátio do hospital.

Eu tento saltar para trás, no entanto, o meu pé fica preso no primeiro degrau dos degraus e eu me deito.


SIMON: Nicole!


Simon apareceu nas minhas costas, entre as portas automáticas, e acho que ele também está correndo na minha direção.

Matt, que novamente caiu no gelo, está se levantando novamente e retomando o seu curso.

Enquanto isso, o carro louco continua a virar no pátio, sem que o motorista possa fazer nada. Ele não conseguiu recuperar o controle do veiculo, que atingiu as latas de lixo em um canto.

O carro acabou por cais pelas escadas num acidente ensurdecedor. Ao mesmo tempo, sinto que Simon pegou no colarinho do meu casaco para me puxar para trás, enquanto o Matt mergulhava na minha direção para me empurrar para fora do caminho do carro.


Algum tempo depois...


Ainda tremo um pouco quando Caroline me deixa ir. Ela me examinou rapidamente para ver se eu estava bem.

Mas, além dos hematomas nas costas, do impacto contra os degraus, não tenho nenhum arranhão.

Caroline também prescreveu uma consulta com um psicólogo hospitalar. Ela me disse que tal acontecimento poderia dar origem a pesadelos durante algum tempo.

Estar à beira do desastre não é insignificante, disse ela. E acho que ela tem razão.

Na verdade, desde então tive a impressão de que podia ouvir os sons do carro fora de controle o tempo todo na minha cabeça.


SIMON: Eu te escolto, Nicole.


Eu sorrio para Simon que me segue para fora da sala como um guarda costas.


NICOLE: Não estou a dizer que não. Esta desgraça me perturbou um pouco.


Simon acena com a cabeça.


SIMON: Devia estar.


Seguiu-se um silencio, durante o qual deixamos o Departamento de Ressuscitação e nos dirigimos para o oposto. Enquanto ando, me viro ligeiramente para Simon.


NICOLE: A propósito, muito obrigada por ter vindo em meu socorro.

SIMON: Não ia deixar que fosse esmagada diante dos meus olhos.



Eu rio um pouco, ainda um pouco nervosa.


NICOLE: Espero que não, mesmo!

SIMON: Mas eu não fiz muito. Fui apanhado em velocidade, vindo de uma distancia curta.


Simon não é normalmente do tipo expansivo, muito menos sentimental. No entanto, ele pára mesmo em frente à porta dupla das urgências e se vira para mim.


SIMON: Quando alguém está disposto a dar a vida por ti, valorize-o, Nicole. Não é todos os dias que se vê isso.


Eu aceno com a cabeça.


NICOLE: Eu aprecio isso.

DAVID: Ah, Nicole. Me contaram a história toda, ainda bem que você está bem.

Amor nas Urgências - 2ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora