Capitulo 2

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NICOLE: Em qualquer idade, quando se tem muitas dificuldades pelo caminho... Você pode precisar ser segurado por alguém pela mão através de uma parte do caminho. Você também me deu apoio, quando Adam estava em coma.


Com essas palavras, Matt me beija na testa.


MATT: Espero que nunca mais tenha que passar por isso. E também espero que você nunca tenha que caminhar através de um caminho cheio de dificuldades. Mas se você tiver que passar um dia... Eu faria por você o mesmo que você está fazendo por mim agora. Vou segurar a sua mão enquanto precisar para que não caia.


Tocada, eu me viro para ele. Os meus lábios encontram os dele, por um momento.


NICOLE: Isso significa muito para mim.


Eu sorrio para ele, então me levanto.


NICOLE: Mas neste momento, não vamos para a Grécia a pé, não devemos perder o avião! Talvez devêssemos encontrar o nosso portão de embarque!


Matt rapidamente pega a sua bolsa e me segue.


MATT: A voz da razão. Iria me incomodar ter ficado tão ansioso e ter preparado tudo isso e por fim ter perdido o voo. Além disso, também não quero que você perca a sua consulta no Mar Egeu!


Ele estende a sua mão livre até mim, na qual eu escorrego a minha.


NICOLE: Vou para o mar, deixo você no Egeu!


Matt ri de novo.

De mãos dadas, partimos à procura do portão de embarque. Ao fazê-lo, Matt inclina-se para o meu ouvido. A voz dele é um sussurro.


MATT: Vou levar você para o mar em vez disso.


Um calafrio delicioso percorre as minhas costas, enquanto eu coro um pouco.

Para manter um pouco da contenção, arqueio um sobrancelha.


NICOLE: Promete?


Me lembro de uma noite num banco ao longo do Sena... Agora espero tudo dele!

Incluindo coisas que eu não teria imaginado à primeira visto quando o vi.


MATT: Hmm, vamos ter que ver! Se encontrarmos um lugar deserto, por exemplo. Ainda não estou disposto a me despir ou a te despir em publico! Ainda há limites!


Eu desato a rir.


NICOLE: Espero que sim!


Dito isto, eu não me importaria com a ideia do mar. Imagino os nossos corpos debaixo da agua... as ondas deslizando entre eles, nos acariciando...

Matt nu em baixo da agua...

Sinto a minha garganta secar um pouco. Felizmente, a voz de Matt me tira do meu desvaneio antes que se torne aparente.


MATT: Aí está o portão de embarque!


O avião arrancou da pista de aterragem num rugido. Espera-se que o voo seja curto, uma vez que são necessárias apenas três horas para chegar de Paris a Atenas.

Matt não piscou na descolagem. Ele parece muito confortável num avião, como se estivesse pegando um trem.

Eu também não tenho qualquer problema em viajar de avião, acho que é realmente um meio prático de viajar. E depois, as estatísticas dizem que é o meio de transporte mais seguro do mundo.

Mas há muito tempo que não estou a bordo. Com todos os meus anos estudando medicina, e então os meus empregos, não tive muito tempo para viajar.

Matt olha para o guia que ele estava consultando e os vira para mim.


MATT: Você está bem, Nicole?

NICOLE: Vou me sentir melhor quando chegarmos lá! Me sinto melhor no chão sólido! Parece que você está habituado a voar, não é?

MATT: Sim, viajei muito antes de ficar doente. Tive de visitar quase toda a Itália e a Alemanha. Egipto, Norte de Africa, Oriente Médio... Uma boa parte da Grécia também, claro. Mesmo que haja tantas coisas que quero ver lá que sinto que não explorei metade!

NICOLE: Uau! Sempre viagens culturais, então?


Ele encolhe os ombros com um sorriso.


MATT: Não consigo evitar se me sinto atraído por civilizações antigas como um imã! Mas não, já esquiei muito, por exemplo, com os meus pais. Na Alemanha, Suíça e até na Suécia. Na Lepónia norueguesa, também, uma vez, onde o trenó canino era praticado. O meu pai é um entusiasta do esqui, por isso costumávamos ir lá todos os anos durante as férias do carnaval.

NICOLE: Sortudo! Mas você ficou principalmente na Europa, então?


Ele me dá uma olhadela maliciosa.


MATT: Quando lá fui, o Egipto e o Médio Oriente... não estavam na Europa.


Eu dou uma cotovelada ligeira nele, tendo o cuidado de apontar mais alto que o abdómen. Não quero magoá-lo onde ele pica as agulhas que o mantém saudável.


NICOLE: Eu protesto! Eu disse 'principalmente'!


Ele ri, enquanto passa um braço à volta dos meus ombros e beija a minha testa.


MATT: Se fosse de má fé, culparia o francês, que não é a minha língua materna. Mas, na realidade, é que eu pulei com o pretexto de te provocar, desafiando o vocabulário!

NICOLE: Só porque estudei ciências não significa que não conheça geografia!

MATT: Eu sei. Sei que você sabe muitas coisas. Em particular, coisas que são muito mais úteis do que as datas de nascimento e morte dos autores gregos e romanos. Sabe que admiro muito tudo o que você pode fazer como médica. E eu nunca teria sido capaz de estudar medicina, a propósito.

NICOLE: Eu sei, não se preocupe com isso! Você já me disse isso, e eu sei que você está falando sério.


Ele sorri, reassegurado.

Depois penso no que estávamos a dizer há uns minutos atrás.


NICOLE: Mas aqui, se a sua língua materna é o alemão... É alemão, não é? Você me disse que a sua mãe era alemã. Porque é que você fala tão bem francês, sem qualquer sotaque? Há quanto tempo você está em Paris?


Matt abana a cabeça.


MATT: Não, não, eu já falava francês antes de vir para cá. Em Luxemburgo, eu fiz todos os meus estudos em francês. Estava na faculdade em francês para acrescentar mais uma língua ao meu arco. A minha mãe é alemã, por isso a minha língua materna é o alemão. E o meu pai é luxemburguês, por isso também falo francês perfeitamente. Obviamente aprendi inglês na escola, e depois grego por paixão...


Termino fingindo contar com os meus dedos.


NICOLE: E latim, e grego antigo...


Matt ri.


MATT: Sim, mas raramente tenho a oportunidade de usar esses dois para ter uma conversa. Caso contrário, para responder à sua pergunta, vim para Paris quando tinha 17 anos. Após a formatura, para começar o ensino superior. E como nasci a 16 de Setembro, depois das aulas começarem...

NICOLE: Estou a ver! Estou a ver! Você já está em França há muitos anos!

Amor nas Urgências - 2ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora