Step one - Begin

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-Você! - a mulher que eu chamava de mãe apontou para mim, morena, médio porte, expressões de raiva e sinais de alcoolismo em sua voz -Venha aqui - ditou novamente, mas continuei parada sentada abraçando meus joelhos naquele chão gelado -Eu mandei vir! - veio em passos raivosos em minha direção puxando-me pelos cabelos -Você é uma criança levada! Vai aprender bons modos! - rapidamente levantou minha blusa e levou seu cigarro até minhas costas apagando-o.

Eu não entendia o porquê disto, minha mãe sempre chegava alterada altas horas da madrugada. "Você é má" ela dizia.

Eu tinha que fazer algo para mudar isso, e eu fiz.

Dois anos depois

- Lisa já separou suas coisas? - minha tia indagou do andar de baixo.

- Sim tia! - desci as escadas com minha mochila em mãos, minha tia estava parada no meio da sala, ela era alta, loira, de aparecia jovial o que não condizia com a idade, ela abriu um sorriso genuíno ao me ver.

- Venha cá - fui em sua direção e a mesma se abaixou um pouco para ficar de minha altura ajeitando meu casaco - Está pronta para o seu primeiro dia na escola nova? - assenti repetidamente animada - Oitavo ano... Quem diria que minha menininha iria conseguir- afagou meus cabelos.

- Eu sou inteligente tia! - exclamei raivosa.

- Eu sei que é! Agora vamos antes que se atrase uh?

Dois anos depois

-Eu quero minha filha Selgui! - a mulher ditou brava, o som estava abafado já que a porta da sala em que se encontrava estava fechada.

- Você não tem todos os requisitos necessários para tê-la de volta! Mal tem onde morar! - esbravejou.

Eu estava sentada em uma cadeira de ferro a algumas horas, minha bunda doía, mas não podia sair daqui, minha tia pediu que eu ficasse sentada. A mulher que estava lá dentro era minha mãe, ela fez muito mal para mim até os meus onze anos, ela bebia, fumava, se drogava e depois descontava em mim.

Eu decidi interna-la em um centro de reabilitação, ela e o meu dito como pai. Como ainda era jovem fui obrigada a amadurecer mais rápido. Minha tia Seulgi me ajudou e vem cuidando de mim todos esses anos. Faltam dois anos para eu completar o ensino médio. E aqui estou eu, numa espécie de tribunal de justiça para decidirem com quem fica minha guarda.

- Ei! - um homem aparentemente jovem, altura mediana, cabelos perfeitamente arrumados, roupas perfeitamente alinhadas, provavelmente confiante e gentil, me chamou - O que uma menina tão bonita faz aqui? - levei meu olhar até a porta.

- Me deixe ficar com ela até ela terminar o ensino médio! - prestei atenção na conversa dentro da sala.

- Você tem quanto anos? - o homem tornou a falar.

- Quinze - respondi ainda tentando prestar atenção no que elas conversavam.

- Sabe que pode escolher com quem vai ficar né - murmurei um "uhum" em resposta - Quem vai escolher?

- Lisa! - Minha tia abriu a porta da sala - Vamos sair logo daqui - me puxou pelo braço não me dando a oportunidade de responder o homem, seu sorriso foi a última coisa que vi antes de sair do tribunal. "Quem vai escolher?"

Três anos depois, Dias atuais.

- Acabei indo morar com minha tia até meus dezessete anos, eu via meus pais duas vezes na semana e com o tempo eu fui aprendendo a perdoa-los, hoje em dia eu moro com eles e vim aqui pedir-lhe um emprego para os dois - suspirei cansada, já era o quinto lugar que eu ia só hoje para pedir emprego aos meus pais, mas infelizmente ninguém quer contratar ex-viciados - Eu te asseguro que ele não tem mais nenhum envolvimento com nenhum tipo de substância alcoólica ou alguma droga.

Forward ✍🏻 Chaelisa 🎸Onde histórias criam vida. Descubra agora