Capítulo 8

36 6 0
                                    

Mélanie: Mãe, Mãe.

Gritei mas já em vão, a chamada tinha caído, tentei ligar de volta mas nada, acabava por ir para a caixa do correio.

A dona Teresa veio ter comigo quando percebeu que eu estava a chorar.

Teresa: Que se passa Mélanie?

Mélanie: A minha mãe ligou-me e a única palavra que ela conseguiu dizer foi socorro, algo se está a passar.

Teresa: Já tentaste ligar de novo.

Mélanie: Sim mas não vale a pena, vai para a caixa do correio.

Teresa: Então vem comigo eu vou tirar o carro da garagem e vou contigo até lá.

Ela foi andando para a garagem para tirar o carro e eu fiquei a receber apoio do Martim que também quis ir connosco. Entramos no carro e fomos até minha casa.

Quando cheguei reparei na grande porta de madeira entreaberta, coisa que não era comum e entrei, quando entrei só conseguia ver vidros espalhados pelo chão. Olhei para a esquerda, onde as paredes são tomadas por janelas de alto a baixo e cobertas por uma fino e grande pano de seda que devia ter sido caríssimo e vejo que uma parte está pendida para o chão então aproximo-me para olhar melhor e aí vejo o formato de um corpo que se encontra entre o pano e a janela e pelos pés consigo compreender que é a minha mãe.

Mélanie: Mãe?

Renata: Xiu, não digam nada saiam daqui ele vai-nos matar a todos.

Ela falava em voz baixa e por entre choros.

Mélanie: Nada vai acontecer eu estou aqui, eu vou-te proteger.

Aproximei-me do sítio onde ela estava e afastei o pano. Quando afastei tive noção do que realmente se tinha passado em apenas uns dias de hospital e um dia de ausência, ela estava completamente tomada pela cor roxa, eu mal conseguia ver uma parte da sua pele morena.

Mélanie: Mãe como é que isto aconteceu, ainda à pouco estive contigo no hospital e não estavas neste estado, que se passou?

Renata: Falem baixo, ele daqui a pouco está aí a aparecer. Foi mesmo por ter ido ao hospital e por andar à tua procura que isto aconteceu, ele chamou-me de burra e de incompetente e que tu não valias a pena para andar à tua procura e foi aí que te defendi e fiquei neste estado.

Mélanie: Tu estás assim por causa de mim?

Ela ia para responder mas um barulho se ouviu na cozinha. Todos nos viramos para trás mas nada podíamos ver, apenas vultos.

XXX: Onde é que estás? Desta noite tu não passas sua incompetente.

Renata: Vai começar de novo.

Mélanie: Agora nós somos quatro, nós estamos aqui para ti mãe.

Ela sorriu, foi bom vê-la assim apesar de tudo. Começamos a ver um vulto a aproximar-se e o que estava mais perto era o Martim. O Carlos começou a ir em direção a ele.

Carlos: Ao menos estás a entregar-te de livre vontade, linda menina, anda cá.

Foi aí que eu consegui ver que ele tinha uma faca na mão direita e que queria realmente ferir a Renata e neste caso ele pensava que o Martim era a Renata.

O Martim meteu o pé um pouco à frente e quando ele deu mais um passo para andar acabou por cair aos seus pés desmaiado por culpa do álcool a mais que lhe corria nas veias.

A Teresa foi até à parede e acendeu as luzes e assim deu para perceber a destruição, desde a televisão partida, às mesas de vidros e aos jarros que durante anos foram lá cultivadas as mais diversas flores, estava tudo destruído.

Amor a alta velocidade #Wattys2019Onde histórias criam vida. Descubra agora