Mélanie: Mãe, Mãe.
Gritei mas já em vão, a chamada tinha caído, tentei ligar de volta mas nada, acabava por ir para a caixa do correio.
A dona Teresa veio ter comigo quando percebeu que eu estava a chorar.
Teresa: Que se passa Mélanie?
Mélanie: A minha mãe ligou-me e a única palavra que ela conseguiu dizer foi socorro, algo se está a passar.
Teresa: Já tentaste ligar de novo.
Mélanie: Sim mas não vale a pena, vai para a caixa do correio.
Teresa: Então vem comigo eu vou tirar o carro da garagem e vou contigo até lá.
Ela foi andando para a garagem para tirar o carro e eu fiquei a receber apoio do Martim que também quis ir connosco. Entramos no carro e fomos até minha casa.
Quando cheguei reparei na grande porta de madeira entreaberta, coisa que não era comum e entrei, quando entrei só conseguia ver vidros espalhados pelo chão. Olhei para a esquerda, onde as paredes são tomadas por janelas de alto a baixo e cobertas por uma fino e grande pano de seda que devia ter sido caríssimo e vejo que uma parte está pendida para o chão então aproximo-me para olhar melhor e aí vejo o formato de um corpo que se encontra entre o pano e a janela e pelos pés consigo compreender que é a minha mãe.
Mélanie: Mãe?
Renata: Xiu, não digam nada saiam daqui ele vai-nos matar a todos.
Ela falava em voz baixa e por entre choros.
Mélanie: Nada vai acontecer eu estou aqui, eu vou-te proteger.
Aproximei-me do sítio onde ela estava e afastei o pano. Quando afastei tive noção do que realmente se tinha passado em apenas uns dias de hospital e um dia de ausência, ela estava completamente tomada pela cor roxa, eu mal conseguia ver uma parte da sua pele morena.
Mélanie: Mãe como é que isto aconteceu, ainda à pouco estive contigo no hospital e não estavas neste estado, que se passou?
Renata: Falem baixo, ele daqui a pouco está aí a aparecer. Foi mesmo por ter ido ao hospital e por andar à tua procura que isto aconteceu, ele chamou-me de burra e de incompetente e que tu não valias a pena para andar à tua procura e foi aí que te defendi e fiquei neste estado.
Mélanie: Tu estás assim por causa de mim?
Ela ia para responder mas um barulho se ouviu na cozinha. Todos nos viramos para trás mas nada podíamos ver, apenas vultos.
XXX: Onde é que estás? Desta noite tu não passas sua incompetente.
Renata: Vai começar de novo.
Mélanie: Agora nós somos quatro, nós estamos aqui para ti mãe.
Ela sorriu, foi bom vê-la assim apesar de tudo. Começamos a ver um vulto a aproximar-se e o que estava mais perto era o Martim. O Carlos começou a ir em direção a ele.
Carlos: Ao menos estás a entregar-te de livre vontade, linda menina, anda cá.
Foi aí que eu consegui ver que ele tinha uma faca na mão direita e que queria realmente ferir a Renata e neste caso ele pensava que o Martim era a Renata.
O Martim meteu o pé um pouco à frente e quando ele deu mais um passo para andar acabou por cair aos seus pés desmaiado por culpa do álcool a mais que lhe corria nas veias.
A Teresa foi até à parede e acendeu as luzes e assim deu para perceber a destruição, desde a televisão partida, às mesas de vidros e aos jarros que durante anos foram lá cultivadas as mais diversas flores, estava tudo destruído.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor a alta velocidade #Wattys2019
Teen FictionPor vezes uma história, pode começar com um simples olhar ou sorriso e daí vir tudo mais, como se estivéssemos numa corrida de carros, onde é tudo a alta velocidade. Esta é a história da Mélanie e do Micael que por entre corridas de carros e famíli...