Capítulo 5

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Voltei para trás e falei com o Polícia.

Mélanie: Ouvi o que foi dito no transmissor, eu conheço quase toda a gente da minha idade, eu tenho a mesma idade dessa pessoa mencionada, será que poderei ir com o senhor no caso de ser preciso identificar a pessoa?

Ele abanou a cabeça afirmativamente. A minha consciência estava a começar a pesar por a ter deixado lá e não a ter ido ajudar então achei que se lá voltasse talvez pudesse fazer alguma coisa. Quando cheguei vi o Martim a ser interrogado por um policia e quando ainda estávamos no carro o polícia perguntou.

Polícia: Conhece alguém que aqui se encontra? Se não conhece é escusado por aqui ficar, pode causar atrapalhação na investigação.

Mélanie: Está a ver aquele rapaz ali? Ele é namorado da minha melhor amiga, e se ele está naquele estado eu estou com medo que se tenha passado alguma coisa com ela.

Policia: Mas acha que esse rapaz está envolvido nessa coisa de corridas de carros?

Mélanie: Não, eu não estou a ver o Martim nisso.

Tentei mentir, não lhe podia dizer que sim porque o Martim poderia estar a conseguir engana-los e se eu dissesse que sim estragaria tudo, e para pior também poderia ser considerada como cúmplice por saber das corridas e ele poderia associar à minha presença no local onde me encontrou, bem como o meu nervosismo.

Dirigi-me então ao Martim e vi passar uma maca, quando olhei era a Ariana, que estava a receber soro, mas eu nem acreditava que tudo estava a ser verdade. Caí no chão, tudo isto estava a deixar-me destroçada. Eu acabara de sair do hospital, acabara de saber que a família que tenho não é a verdadeira, a minha melhor amiga está à morte e o namorado dela participa em corridas de carros. Tantos anos que a minha vida foi secante sem novidades e em menos de uma semana tanta coisa foi revelada. Só conseguia chorar, e senti alguém a tocar-me no ombro. Quando olhei para trás não podia acreditar. Levantei-me e a única vontade era mata-lo, aquele Micael que destruiu a vida de todos.

Mélanie: A culpa é toda tua.

Micael: Sim eu já sei que te estraguei o macacão tem calma.

Mélanie: Eu quero lá saber do macacão.

Micael: Então que se passa agora?

Mélanie: Tu é que trouxeste o Martim para isto e arrastas-te a Ariana para aqui, se ele não estivesse cá ela também não estava, a culpa da morte dela é tua.

Micael: Mas quem te disse que ela está morta?

Mélanie: Viste o estado dela, viste? Espero que não durmas nem que comas nem nada, que apenas te venha à ideia a Ariana e a culpa que tens do estado dela.

Virei costas e saí dali. Comecei então a lembrar-me que se calhar a culpa não fosse dele, mas sim minha, fui eu que a mandei saber onde é que era a corrida para ir "dar cabo dele"eu só queria que ela fosse arrasar e que o deixasse a pensar no facto de estar ali ou sair, mas ela deu mesmo cabo dele, ele não parava de chorar para o polícia, nem eu estava a conseguir conciliar tudo, nem imagino ele.

Olhei para o lado e vi uma rapariga, devia ter uns 20 anos, alta, morena, digamos que ela tinha uma aparência linda, ela estava a falar com o policial que veio comigo e do nada, eu reparo nela a apontar para mim, foi aí que percebi que estava tudo estava tudo estragado, ele começou a vir na minha direção.

Policia: Quando passei por ti, vinhas a sair daqui? Não te esqueças que está na presença de um agente de autoridade e que deves responder com a verdade e apenas a verdade.

Mélanie: Quer toda a verdade?

Policia: Quero sim.

Mélanie: Podemos falar noutro local?

Polícia: Vamos então para a esquadra.

Entrei no jipe da polícia e dirigimos-nos para a esquadra. Ele começou o interrogatório.

Policia: Tu conheces a rapariga, certo? Tu sabias de tudo por isso é que quiseste vir comigo não estou enganado pois não?

Mélanie: Podemos só falar na esquadra? Eu ainda estou a tentar processar tudo o que se tem passado comigo.

Na chegada à esquadra fomos para o seu gabinete e percebi que ele era o comandante da PJ.

Polícia: Pronto chegamos já pode começar a falar.

Mélanie: Eu peço desculpa não ter dito logo na altura, mas o que se passou foi o seguinte, à uma semana atrás fui para o hospital devido a um acidente que tive e a Ariana, que é a minha melhor amiga foi-me visitar e informou-me que o seu namorado está a participar em corridas, eu tentei convencê-la a tirar-lhe essa ideia da cabeça mas ela como já sabe a teimosia dele não fez isso até que ele chegou ao hospital e disse que ia para essas tais corridas e a Ariana saiu a correr, eu tentei convencê-lo mas sem sucesso também e foi então que eu disse para ela tentar descobrir onde e quando eram essas corridas para ela ir lá e tentar arrasar, ou nem que fosse só falar com ele. Mas nesse mesmo dia, ou seja, hoje, acabei por sair do hospital, perguntei onde era a corrida e fui, esbanjei com um rapaz que me entornou cerveja, daí o meu estado e acabei por perder um pouco o rumo a tentar encontrar a Ariana, até que olho para a partida e a vejo lá, o que não percebi o porquê, ela odeia corrida de carros, e o mesmo me apercebi quando olhei para a cara do Martim, ele também não estava a acreditar que a namorada estava ali. Ouvimos então o barulho que dá autorização para a partida e ela deu a partida e quando deu, em vez de se manter atirou-se para a frente do carro dele que ainda tentou travar, mas tarde demais.

Policia: Ou seja, foi sem intenção.

Mélanie: Foi sim senhor, mas por favor não meta os nomes no caso, eu não quero ver os meus amigos a sofrer.

Policia: Eu acho que de sofrimento já chega a situação da sua amiga, portanto irei poupar-vos este caso, a si e ao seu amigo, desde que ele deixe de vez estas corridas. A situação que irei deportar será uma pessoa que se apoderou do carro dele para participar na corrida e que depois acabou por escapar certo?

Mélanie: Muito obrigado senhor guarda, não imagina a felicidade que acabou de me dar.

Policia: De nada menina, só espero que não aconteça nada à menina Ariana boas melhoras.

Mélanie: Obrigado.

Sai e fui para o hospital a tentar perceber como a Ariana estava, quando chego vejo a minha mãe aos prantos a chorar como se eu tivesse morrido, ou seja, a minha falsa mãe.

Mélanie: Alguém me explica o que se está a passar?

Renata: Aí minha filha eu não sabia de ti vamos para casa, estava muito preocupada.

Mélanie: E lá vamos nós para a mesma história.

Renata: Qual historia?

Mélanie: Vamos contar como se conta aos meninos do jardim de infância. Era uma vez uma menina chamada Mélanie que viveu com os seus pais até aos seus 16 anos e percebeu que eles eram falsos quando uma incrível garrafa lhe bateu na cabeça, o que não se sabe como a fez perder muito sangue e precisar de transfusão, e ainda para pior sem ter nenhuma visita dessas pessoas que se diziam pais dela, até hoje ela não sabe o paradeiro da mãe dela, e viveu feliz para sempre, vitória vitória acabou-se a história.

Renata: Tia.

Mélanie: Mas porque estas agora a falar da tia, ela é a única pessoa que nunca me deixou de parte e que sempre me falou a verdade. Ouviste bem, a única.

Renata: Tens a certeza?

Mélanie: Tenho sim senhora.

Renata: Pois bem, essa tua heroína não passa de uma falsa, a tua incrível tia é a tua mãe.

Tudo me caiu em cima naquele momento


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Mais um capítulo, espero que gostem queridos, beijinhos e boas leituras

Amor a alta velocidade #Wattys2019Onde histórias criam vida. Descubra agora