Capítulo 18

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Olhamos um para o outro sem perceber o que ele queria dizer, mas não ligamos. Seria apenas mais uma ameaça feita. Voltei a abraça-lo e a agradecer por me dar força de ter chegado até ali.

Micael: Sabes o que podemos fazer?

Mélanie: Não.

Micael: Vamos até casa buscar as nossas coisas e vamos para a casa da minha mãe. Se a Rute não acreditava em ti ela não te merece.

Até gostei da ideia dele, mas esta nossa aproximação estava a ser rápida demais e bastante estranha mas acabei por concordar.
Ele dirigiu até à casa da Rute e quando lá chegamos ela estava à entrada da casa à nossa espera.

Rute: Peço desculpa por não ter confiado em vocês.

Mélanie: As desculpas não se pedem, evitam-se.

Ela engoliu em seco mas continuou.

Rute: Mas mostra quando uma pessoa está arrependida e eu realmente estou.

Mélanie: E por me teres abandonado em criança? Por me fazeres gostar de ti como tia e nunca me dizeres nada? Julgavas que eu não íria descobrir mais cedo ou mais tarde?Eu não sou burra, desculpa te informar.

Rute: E não era por burra que te queria passar. Achas que eu era capaz de te assumir como filha enquanto a tua avó foi viva? Tu sabes o que ela sofreu por causa da Renata?

Mélanie:Sei sim mas isso não é razão para abandonares uma filha.

Rute: Eu nunca te abandonei eu sempre estive por perto, vais dizer que é mentira?

Mélanie: Nem é mentira nem é verdade. Durante a infância estiveste lá sempre mas à uns anos que parece que esqueceste a minha existência.

Rute: Desde que me mudei para aqui torna-se difícil estar perto de vocês.

Mélanie: Mas eu não quero saber. Tu foste a culpada de tudo isto estar a acontecer. O Carlos tinha raiva de mim porque tinha que me sustentar e eu não era filha dele.

Rute: Ele concordou em tu ficares com eles porque a Renata não podia ter filhos. Ele ter mudado de opiniões foi alguma coisa que o fez não eu.

Mélanie: Rute, a partir de agora não me procures sim? Eu não fui tua filha até agora também não será agora que vou ser.

Subi as escadas seguida do Micael que ouvira a discussão atento e ficara admirado por tudo isto.

Micael: É preciso seres forte para teres ultrapassado tudo isto.

Mélanie: É a vida.

Entrei no meu quarto e pus o que era meu e a restantes coisas que me interessavam numa mala. A Rute tinha dito que a casa era minha então as roupas que ela me comprou e tudo mais também é meu.
O Micael veio-me bater à porta.

Micael: Estás pronta?

Mélanie: Sim estou.

Ele pôs o braço à volta do meu pescoço, andamos pelo corredor e descemos as escadas. Ouvimos ao fundo a Rute a chamar mas ignoramos e continuamos a andar.
Chegamos à rua e metemos as malas no carro dele.

Mélanie: Será que antes de irmos posso ir falar com a Renata?

Micael: Claro, mete a morada no GPS e vamos lá.

Assim fiz. Digitei a morada e ele conduziu até lá.
Ainda se conseguia ver as fitas amarelas a indicar o local do crime mas notava-se que já tinham sido rebentadas na zona da porta.
Saí do carro e fui pelo caminho de pedrinhas que dava acesso à entrada principal.
Pensei em tocar à campainha mas como tinha as chaves achei por bem abrir a porta.
Entrei e estava tudo deserto, parecia que aquela casa tinha sido deixada.

Amor a alta velocidade #Wattys2019Onde histórias criam vida. Descubra agora