Capítulo 45

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Os dias que se passaram depois que Louis foi para a casa de sua mãe ajudar com os bebês, foi mínimo desafiador. Primeiro ele teve que aguentar os olhares atravessados dos pais do seu padrasto, eles estavam sempre falando entrelinhas que ele não seria um bom exemplo para os bebês, depois veio o próprio Deniel, com suas restrições e deixando claro que não precisavam dele lá, isso o magoava mais que tudo, mas ele tinha Jay, sua mãe estava orgulhosa do seu esforço para aprender como cuidar dos irmãos, passar aquele tempo com ela valia a pena.

Na segunda bem cedo ele foi ao supermercado, com uma lista que sua mãe fez ele levar, pois segundo ela, ele não lembraria se não levasse. Andando entre os corredores ele pode notar alguns olhares sobre si, sabia exatamente o porquê, aquela manhã em especial ele tinha vestido uma bermuda rosa com flores brancas e uma camiseta branca, o dia estava particularmente quente por causa do verão e ele apostou nos tons claros para amenizar o calor, mas o que parece a escolha perecia não agradar aos demais frequentadores do supermercado. Ele tentava não ligar para essas coisas, era mais fácil quando estava com seu namorado ou amigos, mas quando estava só, parecia que estava vulnerável.

- Louis? - ele ouviu alguém lhe chamar quando estava se dirigindo ao caixa, ele podia esperar qualquer pessoa quando virou para atender o chamado, todos menos seu pai.

- Pai - sua voz saiu baixa e tremula, Louis pode ver o homem na sua frente lhe avaliando com os olhos, ele tinha uma camada de gloss nos lábios e tinha colocado uma de suas lindas sapatilhas e definitivamente Mark não pereceu satisfeito com o que via.

- O que está vestindo? - foi uma pergunta e uma acusação, o coração do menor acelerou, ele quase não podia segurar a cesta que carregava - sua mãe te deixa sair assim?

- E-eu ... tenho que ir - e assim ele saiu quase correndo pelo corredor, enquanto passava suas compras no caixa ele olhava para os lados, mas seu pai não estava em lugar algum, aquilo o deixou aliviado. Assim que saiu do supermercado ele andou às pressas pelo estacionamento segurando as sacolas, só queria chegar em casa, mas o destino não estava ao seu lado.

- Eu ainda não terminei de falar com você - Mark se posicionou bem na frente de Louis, com os braços cruzados e o semblante carregado - isso não é certo, não vê como as pessoas te olham? Como sua mãe permite algo assim - Louis respirou fundo, e de repente ele não estava mais com medo, ele estava com raiva.

- Como se atreve? - ele gritou a plenos pulmões - depois de todos esses anos, como se atreve a me parar no meio da rua para julgar a forma com que me visto? Minha mãe me ama da forma que sou, e mesmo que não amasse eu sou maior de idade e faço o que quero da minha vida ...

- Abaixe o tom para falar comigo, eu sou seu pai ...

- Ou o que? Vai me bater? Você me abandonou quando eu tinha seis anos, disse que voltaria e nunca voltou, você não é meu pai, é no máximo alguém que me deu a vida e me largou - Mark abriu a boca para rebater olhando para os lados já percebendo que estavam chamando atenção, mas Louis não deixou, ele não deixaria essa oportunidade passar - e eu te esperei ... Deus como eu te esperei, todos as tardes ia para a calçada e te esperava, quando escurecia minha mãe me obrigava a entrar e eu chorava a noite inteira, uma criança de seis anos se perguntando o que tinha feito de errado para seu pai não o amar, até que um dia eu não esperei mais, então eu não me importo se não me aprova, eu não me importo mais - com a voz falha ele terminou deu as costas e passou a andar rápido e como esperado Mark não o seguiu ou argumentou, mais uma vez ele se acovardou e desistiu outra vez.

Enquanto Louis andava ele tentava regular sua respiração e segurar suas lagrimas, ele não queria preocupar sua mãe, muito menos por causa do seu pai, ela sofreu muito quando ele foi embora, ele não estragaria sua felicidade agora. Quando chegou na frente da sua casa ele viu Harry descendo da sua moto, tão lindo e sorridente, foi como um sopro de felicidade instantânea, ele largou a sacola no gramado e correu até o maior, que o recebeu num abraço de urso o erguendo do chão.

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