Capítulo 4 - Adrian

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Capítulo IV – Adrian

Chegamos. Adrian desceu do cavalo e depois ajudou-me a descer. Minhas irmãs e minha mãe estavam na soleira da porta. John correu e abraçou-me no meio do caminho.

- Katherine! – As palavras de John eram de alívio.

- Pai, eu estou bem. Acalme-se.

- Você está mesmo, minha filha? – Ele disse preocupado.

- Sim. Adrian cuidou muito bem de mim.

- Adrian?

- Sim. Eu desmaiei na festa e ele me levou para sua casa. Lá ele me deu um chá e já sinto-me bem melhor.

- É verdade, ele disse por telefone. Oh meu jovem, eu lhe agradeço muito por cuidar tão bem de minha filha. – John disse olhando para Adrian. – Se existir algo que eu possa fazer por Vossa Alteza.

- Na verdade existe algo sim. Se não for um incomodo, gostaria de pedir vossa permissão para deixar Katherine ir hoje a noite jantar comigo em minha casa.

- Ela pode sim! – Disse minha mãe euforicamente.

- Grace, temos que saber se Katherine quer. A vontade é dela.

- Tudo bem pai. – Eu virei de costas para dizer a John. – Eu aceito o convite. – Desvirei e disse para Adrian olhando diretamente nos seus olhos.

- Bem, eu... Ai! – Adrian pôs uma de suas mãos no coração. Sua pele estava pálida, seus olhos castanho-claros estavam ficando negros e seu cabelo estava ficando castanho-claro.

- Adrian, você está bem? – Perguntei preocupada.

- Estou. Eu preciso ir. Mandarei alguém vir buscá-la. – Ele pôs a mão novamente no coração. Subiu rapidamente no cavalo e foi embora. Gritei um “adeus”, mas ele não correspondeu. O que será que aconteceu?

Entrei em casa e sentia que uma chuva de perguntas estava por vir. Minha mãe e minhas irmãs faziam mil perguntas: como é Adrian, o que ele faz, o que ele gosta, como é o castelo, como ele cuidou de mim, entre outras coisas. Era uma euforia de perguntas. Depois de responder tudo, peguei o meu livro e subi para o meu quarto. Encostei-me na cabeceira da cama e comecei a ler. Dessa vez, não li muito apenas uma citação que dizia:

“E eu sempre amei

Infinitamente mais a sua

Companhia do que qualquer

Companhia do mundo, mesmo

Eu nunca tendo demonstrado isso.”

 

Essa citação pertence à Tati Bernardi. Fechei o livro e deitei na cama. Fiquei refletindo sobre os últimos acontecimentos: eu desmaiei e Adrian cuidou de mim. Desde quando ele veio aqui em casa, achei que era autoritário, arrogante e ignorante – por ser príncipe e se achar o maioral o tempo todo -, mas estava enganada. Ele é bom, gentil e cavalheiro. Assim como o irmão. Adrian não sai da minha cabeça, ele é tão bonito. Será que ele está interessado por mim? Claro que não. Sou filha de um dono de fábrica que acabou de falir. Nunca que alguém da classe alta vai se interessar por alguém da classe baixa.

Fechei meus olhos. Não vou ficar iludindo-me com algo que nunca vai acontecer. Estou pensando loucamente em Adrian. No seu cabelo, os olhos, o rosto e o sorriso encantador. Algo faz com que eu não pare de pensar nele. Sinto-me atraída por ele como ímã atraído pelo metal. Por que será que ele me ajudou? Pura educação? Por que me convidou para jantar? Não consigo entender. O que ele quer de mim afinal? Percebo que toda vez que ele fala comigo, seus olhos penetram os meus mostrando interesse, mas isso não pode ser verdade.

Perigoso Amor (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora