Capítulo X – Amor & Descoberta (Parte I)
Estou acordada e estou ouvindo um som: uma música. Ela tem uma sonoridade e uma batida calma, leve e serena. A música é em francês e é muito bonita. Olhando em volta do lugar, vejo que estou em uma cama grande e logo percebo que estou no quarto de Adrian novamente. Ouço um subir de escadas, alguém está adentrando ao quarto.
- Ei!
- Oi! – Eu disse fracamente.
- Como você está? – Adrian perguntou sorrindo lindamente para mim.
- Confusa. – Eu ri. – Todas as vezes que venho parar aqui é porque eu desmaiei. Posso te perguntar uma coisa?
- Claro.
- Como faz o chá de verbena? – Ele riu.
- Ah bom, é simples. Coloque um pouco de água para ferver com uma folha de verbena junto. Deixe ferver por um ou dois minutos e retire a folha. Coloque a água numa xícara e acrescente um pouco de açúcar. A água fica um pouco esverdeada, isso significa, que é a hora de retirar a folha.
- Parece simples mesmo, você tem dons culinários.
- Eu não cozinho apenas sei fazer chá, Will cozinha muito bem.
- Estou surpresa. – Eu ri.
- Como você está agora?
- Um pouco com dor de cabeça.
- Ei Bela Adormecida! – Disse Will entrando no quarto sorrindo e carregando uma bandeja. – Eu trouxe pão com pasta de amendoim e chá para a sua dor de cabeça.
- Oi Will! – Eu sorri para ele. – Como sabe que eu estou com dor de cabeça?
- Ah, isso acontece com algumas pessoas quando entram em contato com o pó vermelho. – Adrian respondeu estranhamente e Will saiu do quarto. Eu mordi o pão.
- Era isso o que eu ia perguntar. O que é esse pó vermelho?
- É um pó feito da Amarílis.
- Amarílis?
- Isso. Amarílis é uma planta herbácea vermelha que cresce em temperaturas medianas, mas a floração é prolongada quando em temperaturas mais baixas.
- Para que serve o pó?
- Beba o chá. – Eu não contestei, bebi um gole do chá. – Lembra o que você perguntou?
- Não, ainda estou confusa.
- Você fica para almoçar comigo?
- Não posso ficar, preciso voltar para casa.
- Então você vem jantar?
- Ah, eu não sei.
- Por favor? – Ele se ajoelhou e eu ri.
- Se você levantar do chão eu aceito.
- Perfeito. Passarei para pegá-la à noite.
- Combinado. – Adorei o convite.
- Posso dar-lhe uma carona?
- Por favor.
Nós saímos do quarto e descemos as escadas. Enquanto Adrian retirava o seu belo carro, eu estava esperando-o nas escadas da porta da frente do castelo. Entrei no carro e enquanto ele dirigia conversávamos pelo caminho todo. Saí do carro, ele acenou um “adeus” e eu repeti. Depois ele foi embora e eu entrei.
- Katherine! – Meu pai correu e abraçou-me.
- Pai, o que foi?
- Eu pergunto-a. O que aconteceu?
- Eu passei mal, Adrian e William cuidaram de mim.
- Que bom filha, eles são bem cavalheiros. Mas eu preciso te dizer o que eu acho.
- O que pai?
- Tenho a sensação de que eles são perigosos. Eles são misteriosos, sérios e estranhos. – Senti que meu pai tinha um pouco de razão.
- Pai, é imaginação sua. Eles são muito educados comigo.
- Espero que seja só imaginação mesmo. Tudo bem. Você pode ir à cidade comprar um jornal para mim?
- Claro pai.
- Aqui está o dinheiro.
- Tudo bem.
Saí de casa. Minha casa não fica tão longe da cidade ou do castelo de Adrian. Enquanto andava, eu refletia sobre algumas coisas. Adrian e Will têm uma doença, se não beberem sangue eles morrem. Não lembro porque desmaiei. Não paro de pensar em Adrian, ele é tão lindo, gentil e eu acho que o amo, não sei. Estou confusa. Também não paro de pensar em William, mas acho que com ele eu só tenho amizade. William é divertido, engraçado, me faz rir, é gentil e sim é bonito também. O que fazer meu Deus?
Chegando na cidade, vou à banca e compro o jornal do meu pai. Olhando a manchete fico impressionada com a notícia.
Homem aparece morto hoje pela manhã
“O rapaz, cujo ainda não foi identificado, está com o corpo marcado por mordidas, provavelmente feitas por um animal, um urso”, diz o policial Benson.
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