Capítulo Quarenta e Cinco

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Oliver não conseguia pensar direito durante o longo caminho até a mansão. Ele estava tão irritado, tão possesso, que não havia percebido o quão estranhamente longo estava aquele caminho. Raiva não o definia completamente, sentia um ódio grande demais, Todas as coisas que gostaria de falar para ela, estava entalado em sua garganta, e se não se acalmasse, acabaria sendo bruto de uma forma que ele nunca foi, e apesar de a mãe merecer, ele sabia que não seria o certo a se fazer. O Queen não queria acreditar. Mesmo depois de tudo que ela fez, ele não queria acreditar que sua mãe era a culpada de ele nunca ter sabido dos gêmeos. Ele nunca poderia imaginar que ela era a culpada. Que ela tinha escondido uma carta endereçada a ele. Quando sua irmã chegou no apartamento dizendo que achou algo importante, ele jamais imaginou que tinha sido a carta. A carta que Felicity tinha dito que havia lhe enviado; ele nem mesmo estava lembrado dela. Sua irmãzinha achou nas coisas da mulher que deveria ser a mãe deles. Não queria acreditar, mas ele confiava em sua irmã, e confiava em sua esposa. Ela tinha suspeitas e não contou por não ter provas. Moira, a mulher que lhe deu a vida, escondeu a carta que por mais de seis anos, e nunca revelou tal coisa a ninguém. Como ela pôde? Que tipo de mãe faria isso com o próprio filho? Ele balançou a cabeça, pensando já deveria ter imaginado. Quem mais faria tal coisa? Já era de se esperar. Sua esposa tinha mandado a carta contando sobre seus filhos, e tinha sido entregue nas mãos de alguém. De alguma forma, sua mãe conseguiu pegar, e esconder por todos aqueles anos.

Oliver estaciona o carro de qualquer jeito, e seus seguranças fazem o mesmo, atrás do carro dele. Eles descem, mas não entram com o amigo. Sabiam que ele estava revoltado, possesso com o que tinha acabado de descobrir. Oliver percebeu que a porta estava aberta e entrou sem avisar a ninguém, direto para as vozes que ouvia; a sala de jantar.

Como alguém poderia destruir a vida do próprio filho? Como pode vê-lo sofrer, e não fazer nada? Ela sabia onde Felicity estava em todos aqueles anos, sabia que ela estava grávida dos gêmeos, e nunca contou. Ela sempre soube. Ele não conseguia compreender como uma mãe poderia fazer tal coisa. Ela não destruiu só a sua vida, ela destruiu a de sua esposa, e de seus filhos. Eles passaram por um inferno, por culpa de Cooper, mas sua mãe tinha uma parcela de culpa também. Se ele soubesse onde estava Felicity, ela nunca teria sido perseguida pelo maldito, porque ele teria ido até ela, explicado tudo, e a levado de volta para a casa deles. Teria ouvido os coraçõezinhos dos gêmeos juntos, teria visto o nascimento deles, teria visto os primeiros passos e as primeiras palavras. Tudo aquilo era culpa de sua própria mãe.

Oliver parou na porta da sala de jantar, mas nem seu pai e nem Moira o viu. Eles estavam conversando, rindo, se divertindo E ele se perguntava quem era aquela mulher a sua frente. Walter ficaria decepcionado. Ele sofreria, e isso era terrível, porque não era o que Oliver desejava. Mas também não poderia deixar de colocar tudo a pratos limpos. Ele merecia saber, e Oliver também merecia saber tudo da boca dela. Quanto mais ele pensava em tudo aquilo, mais ódio ele sentia. Ele já sentiu muitas coisas pela mãe, mas ódio, nunca foi um deles. Era a primeira vez que sentia aquele ódio tão grande e tão forte, pela mulher que lhe deu a vida.

— Querido. – Ele viu o sorriso dela, mas só sentiu mais raiva do que já sentia. Quantas vezes ela não lhe deu aquele mesmo sorriso, enquanto escondia várias mentiras por trás dele. – Você veio jantar conosco? Vou pedir para colocar outro prato.

— Sente-se, filho. – Walter diz com um sorriso, apontando para a cadeira ao seu lado.

— Eu não vim jantar. Eu vim resolver um assunto muito importante com a minha querida mamãe. – Diz, completamente sarcástico, fazendo os presentes à sua frente, ficarem curiosos

— O que, exatamente, filho?

— Pai, você sabia que a sua querida esposa sabia por todos esses anos, que Felicity estava grávida? – Walter franziu o cenho.

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