Capítulo Quarenta e Dois

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Felicity tinha dois de seus filhos nos braços; um menino e uma menina. A outra garotinha estava nos braços de Gregory, que estava sentado na poltrona ao lado da cama, observando o rostinho gorducho da recém-nascida.

Ele achava a pequena Killie extremamente parecida com Felicity. Era a mais parecida, em sua opinião. Ela chupava os dedinhos, era muito fofa. Kyle era muito parecido com Oliver, com a única diferença, seus olhos, eles eram idênticos aos da loira a sua frente. A segunda garotinha, Katie, era um pouco dos dois. Tinha os olhos e a boca de Felicity, mas o resto era de Oliver. E mesmo eles tendo algumas pequenas diferenças, eram extremamente parecidos. Quase idênticos, se não fosse pelas pequenas diferenças entre eles.

Helena terminava de costurar a loira, que até pouco tempo sangrava. A sorte era que tinha anestesia na mala que ela havia levado consigo. Felicity respirava devagar, emocionada. Seus filhos estavam bem. Helena verificou se a loira estava bem, confortável e com a pressão normal, para só então se sentar na cama, aliviada. Assim como os bebês, a nova mamãe estava perfeitamente bem, mas os dois agentes sabiam que os quatro precisavam de um hospital.

— Helena... — As mulheres se olharam. — Obrigada.

— Não foi nada. — Responde com um sorriso. — Greg, pode nos deixar a sós?

— Vou confiar que como você a salvou e ela te agradeceu, - fez uma pausa antes de retomar sua fala - vocês não tentarão se matar. — Ambas riram.

— Pode ir tranquilo, Greg. — Felicity diz.

— Vamos ficar bem. — Ele se levantou da poltrona e Helena se aproximou dele. — Me dá a bebê.

Ele passa a menina para ela e sai do quarto. Gregory realmente achava que as duas precisavam conversar, e assim, ele poderia pensar e encontrar uma forma de levar Felicity e os trigêmeos em segurança até Oliver. Helena se senta com calma na poltrona onde o amigo estava antes, olhando para a bebê em seus braços. Quando ela soube da gravidez da loira, sentiu uma dor no peito, que ela não sabia se conseguiria suportar. Mas ela sabia que aquilo estava fazendo o homem que amava feliz, e por esse motivo, tentou, com todas as suas forças, ficar feliz por ele. Foi difícil? Com certeza. Mas ela sabia que aquela era a melhor forma de ver tudo com outros olhos, de se esquecer de Oliver de uma vez por todas. As mulheres se olham por um momento, em silêncio. A morena solta o ar bem alto e se senta onde Gregory estava.

— Eu..., pensei muito durante a minha viagem e achei que deveria te pedir... — Respirou fundo. — Perdão. Encontrei o momento certo para isso. Quão mais estranho isso pode ficar?

— Helena...

— Me deixa falar. — Pede. – Eu fui uma vaca no começo. Não fui justa, e realmente, você tinha razão em me chamar de vadia.

— Na verdade, eu não devia ter dito daquela forma.

— Acho que foi a forma certa. Eu abri os olhos depois daquilo. Eu não pensei nos sentimentos de ninguém. Em especial nos das crianças. — Balançou a cabeça. — Eu sei como é crescer com pais separados. Eu sei como é ver uma madrasta querer destruir uma família, infelizmente passei por esse inferno quando mais nova.

— Eu sinto muito.

— Eu amo o Oliver, é verdade. Mas eu estou tentando esquecê-lo. — Felicity assentiu. — Eu não quero mais sofrer por um amor impossível. E eu não quero ser alguém que destrói uma família. Por isso me perdoa. — E ela sentiu alívio ao colocar tudo pra fora.

— Tudo bem. É claro que eu te perdoo. Eu também peço desculpas por minhas palavras grosseiras. Apesar de não me arrepender por ter falado algumas daquelas coisas.

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