Episódio XVI - A musa da internet

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Isadora e Katherine abriram os olhos ao mesmo tempo ouvindo o som das batidas na porta do quarto. Consuelo, a empregada, jamais as acordaria àquela hora em pleno fim de semana.

Embora não estivessem abraçadas, as garotas haviam adormecido de frente uma para a outra, seus narizes a menos de um centímetro de se tocar. Quando abriram os olhos, a primeira coisa que viram fora a face uma da outra.

—Bom dia – dissera Katie em um sussurro preguiçoso, sorrindo.

Isa ficara alguns segundos em silêncio absorvendo a informação do barulho na porta. Enquanto isso admirava as madeixas douradas caindo desarrumadas sobre os lindos olhos azuis da amiga.

—Bom dia – respondera finalmente com outro sussurro – Ele acordou cedo.

—Não mandamos boa noite ontem depois que chegamos. Certamente veio se queixar disso. Acho que não temos escolha senão o atender...

A nerd ia responder quando a loira levara a mão até sua face e aproximando os poucos centímetros que faltavam, a beijara demoradamente.

—Eu... – Isadora tinha um discurso em mente, mas só conseguira dizer Eu...

—Não se preocupe, só queria a lembrar que amei tudo... – argumentara a amiga em defesa a um sermão naquele momento – Concordamos que seria um segredo e será. Agora vou abrir a porta antes que ele a derrube.

A ninfa – era assim que Isa a via agora – se levantara e ao invés de ir até a porta, seguira para a janela, abrindo uma fresta larga que permitira ao sol invadir o meio do quarto. Era um sol ameno e não estava quente, como quase sempre em San Dimas, mas era a luz do dia. E não havia nenhum vampiro ali para que fugissem da luz matinal.

Em seguida abrira uma gaveta na enorme cômoda que tinha e apanhara um baby doll azul e uma camiseta branca com estampa de gatinho confeccionado em lantejoulas. Vestira a camiseta e dera o baby doll para Isadora, que se vestia enquanto ela finalmente seguia para a porta.

—Espero que tenha uma boa razão para estar nos acordando em plenas oito e meia da manhã de domingo – dissera, procurando parecer indignada.

Leonard entrara como se desfilasse por uma passarela. Ironicamente, a luz da janela aberta por Katherine desenhava uma espécie de corredor dourado por onde o mesmo passava. Leon vestia uma calça jeans justíssima, que caía com perfeição em seu corpo magro e alto. Os sapatos deveriam brilhar mais que os usados pelo presidente – pensara a loira quando o sujeito avançara por ela.

Vestia ainda uma camisa branca sem estampas que cobria a cintura da calça e um colete negro sem mangas, deixando as mangas curtas da camisa à mostra. O look se fechava com um cachecol pink enrolado no pescoço. O rapaz passara por Katie com a mão esquerda na cintura, o polegar no bolso da calça, enquanto a outra mão gesticulava no ar, claramente revoltado.

—O que houve com vocês ontem? Não disseram sequer um boa noite depois que voltaram para casa. Estavam transando, por acaso? – nenhuma das duas reagira ao comentário. Katie e Isadora tinham o hábito de dormir uma na casa da outra desde pequenas e Leonard nunca cansava de as provocar por isso. Não era uma desconfiança real ou qualquer coisa do tipo.

—Na verdade, estávamos – respondera Katie – Quer saber os detalhes?

Isa sabia que era apenas mais uma provocação naquele joguinho.

—Não me atente, bitch – respondera o rapaz – Se fosse verdade, eu saberia.

Era bom que pensasse assim – refletira Isadora, se levantando.

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