Parte 1: Reavivamento doentio
Com a professora como seu próximo alvo, Yuna saiu de seu quarto e seguiu pelos corredores para o segundo andar do prédio B, seu destino era a sala de medicação.
Junto da garota, a Sorte andava pelas sombras no outro lado da realidade e notou que, durante o trajeto ela parecia estar muito apressada para completar sua tarefa.
Não havia nada como hesitação ou receio nas ações dela.
Quando a pequena entrou na sala do doutor, o encontrou olhando para o chão, tão distraído que nem percebeu a entrada de Yuna até que chegasse suficientemente perto dele.
Havia sangue no chão perto de seus pés, e pela bagunça da sala dava para dizer que tinha acontecido uma briga bem feia. O médico tinha vários ferimentos de arranhões pelos braços.
"Ele realmente a matou?!" A enganadora se perguntava.
Não tinha dúvidas que pior do que ter visto a cena era não ter visto, pois assim tudo ficava a cargo de sua própria imaginação.
— Quem é você? — Perguntou o médico.
— Como assim? Não me conhece mais? Deve estar louco... — Yuna deu de ombros.
— Não... Você eu não conheço, mas se está falando daquela cantora perfeitinha... Ela já está morta. Yuna não está mais entre nós, sabe que parando para pensar eu até gostava um pouco dela, sabe?
— Do que você está falando? Está me assustando, seu maluco. Estou viva e na sua frente, deixa de idiotice!
— Yuna morreu e ponto final. Não precisa ser inteligente para entender, sobrou apenas essa coisa que você se tornou... Apenas um monstro em forma humana, nesse estado posso dizer que você está mais perto do reino da Sorte do que o nosso reino.
— Como você...
— Deixe de perguntas e vá... Faça o que deve ser feito porque seu prazo está bem curto. É chegada a hora da terceira e quartas almas serem tragadas para o submundo, a terceira, a amiga que te ajudou está esperando na sala secreta...
A pequena não conseguia lidar com aquelas palavras que o médico proferia, mas não era a hora para discutir.
Ela precisava agir.
Então, Yuna foi até os fundos da sala de medicação seguindo o que o doutor lhe disse, pegou três malas bem grandes, escuras e nada discretas, mas que por sorte tinham rodinhas para ajudar no deslocamento entre os andares.
Em seguida, ela pegou um bisturi enorme, seria o seu instrumento, por fim guardou uma seringa em um refil de material cirúrgico, colocando na mala.
"Afiado o suficiente para estraçalhar ligamentos, mais poderoso que os usados em cirurgias..." Ela pensou, segurando aquela navalha, sentindo o poder de ter em mãos um instrumento capaz de matar alguém sem nenhuma dificuldade.
Ao sentir um cheiro esquisito rondando aquela sala, Yuna olhou para a sua direita, a fonte do odor e viu que havia ainda mais outra porta que dava em uma sala mais aterradora que as outras.
"Quantas salas secretas têm nesse lugar? Deus do céu, será que..."
Yuna levantou a sobrancelha ao entender que além daquela porta havia um necrotério, onde ela apostou que estavam os corpos das duas garotas que matou ou ajudou a matar.
Segurou o bisturi com toda sua força na mão esquerda e entrou na sala.
Preferiu nunca ter feito isso.
Camas e mais camas, uma sala incompreensível fisicamente, mas estava ali na sua frente e o cheiro não deixava mentir. Parecia um açougue de gente, moscas voando por todo lado e infiltrações no teto mostravam a falta de manutenção daquele lugar.
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Absoluta Sorte
HorrorOlá! Yuna aqui! Nossa, por onde eu começo? Vamos lá, eu sou uma jovem cantora que desde cedo fui acostumada a vencer e ser a melhor! Canto desde criança e te juro que treinei muito em toda a minha vida, tipo, muito mesmo! Assim que completei 1...