Parte I: A Apresentação, A Estrela, A Deusa
Existem muitas sensações inesquecíveis que uma pessoa pode enfrentar no decorrer de sua vida.
A maioria delas é vivenciada durante a adolescência ou nos anos iniciais da fase adulta, enquanto na infância muitas memórias são associadas a traumas que ficam para a vida toda no subconsciente das crianças.
Talvez a mais poderosa de todas as sensações que podemos sentir seja estar na frente de várias pessoas te observando e julgando o modo como você anda, se veste, ou fala. Além disso, dizem que uma expressão corporal equivocada pode levar a desaprovação da plateia já no começo da apresentação.
Sendo esse o maior desafio de sua vida, Yuna andou lentamente em passos trêmulos e lentos em direção as cortinas. O tempo passava em câmera lenta e todas suas lembranças de sua vida, desde a infância até aquele presente momento passaram em sua cabeça.
Porém evitava as más lembranças, não era hora para aquilo.
Quando as cortinas baixaram, viu o microfone à frente, a banda em sua esquerda bem escondida pelo sistema de iluminação e o apresentador do centro de exposições no outro lado. O destaque seria para ela, apenas para ela.
Aquele era seu grande dia do qual ela fez tudo para chegar ali, suspirou e se aproximou do microfone, deu duas batidas com o dedo indicador, sentiu o barulho da microfonia, não poderia ficar nervosa, não poderia perder o controle.
Respirou fundo, inspirou e expirou mais cinco vezes e começou a cantar à capela, demonstrando todo o poder de sua voz, e lembrando que seu relógio já lhe garantiria o sucesso, então deixou-se levar:
— Heeeeeeey-oh. Quando o perigo sobressaltou a nós.
Você se escondeu, fugiu e me deixou a sós.
Mesmo que dissesse, que era tudo por mim, por mim.
Você fez tudo pelos seus fins!
A melodia começou lentamente com a batida eletrônica erguendo o ritmo da música. Todavia, ninguém prestava atenção na parte instrumental apenas trocavam olhares entre si incrédulos com aquela voz.
Com o medo deixado para trás, por observar a reação da plateia, sorriu repleta de malícia e felicidade:
— Heeeeeeey -oh. Quando tudo começou a dar errado.
Virou-me as costas e me deixou de lado.
Mesmo que dissesse que era tudo por mim, por mim.
Você fez tudo pelos seus fins!
Ao terminar a estrofe a guitarra entrou em cena, dando um ritmo forte e marcante com acordes graves, caracterizado pelas notas Mi e Sol. Ao passo que a percussão acompanhava e dava, substancialmente, mais intensidade à melodia as pessoas começarem a bater os pés no chão ainda sentados.
Era o primeiro passo para o envolvimento total.
Logo, a melodia ficou mais calma para começar o primeiro verso. Saindo de suas travas imaginárias, se libertando por completo de suas prisões, ela iria tomar as rédeas de seu próprio destino.
De uma vez, a enganadora removeu o microfone do tripé e tornou a cantar aproximando-se das pessoas no palco:
— Tudo começou com a nossa união.
Algo destinado à perfeição.
Eu começava, você terminava,
O mundo seria nosso, seria nosso...
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Absoluta Sorte
HororOlá! Yuna aqui! Nossa, por onde eu começo? Vamos lá, eu sou uma jovem cantora que desde cedo fui acostumada a vencer e ser a melhor! Canto desde criança e te juro que treinei muito em toda a minha vida, tipo, muito mesmo! Assim que completei 1...