*Rosalía
Acordei já dando de cara com Manoel dormindo com a cabeça apoiada nos meus peitos desnudos, com um semblante despreocupado e em paz. Era surreal ter ele ali comigo, eu morria de medo de ser apenas um sonho e eu acordar e tudo acabar. Depois de dois anos longe, as coisas pareciam boas demais para ser verdade.
Mas felizmente era real.
-Ei! -o catuquei mas ele continuou imóvel, apenas soltando um grunhido. -Amor, está tarde e vamos perder a aula.
-Que se dane a aula. -ele falava bem grogue.
-Balé não é igual estudar artes, chegar tarde não expressa nada mais além de indisciplina. -mexi em seus cabelos, estavam com cheiro de vinho. Tentei forçar minha mente para me lembrar o que havíamos feito na noite anterior, mas nenhuma resposta surgiu.
-Fica aqui comigo, deixa eu te disciplinar. -ele murmurou e deu um beijo em um dos meus peitos.
-Eu amaria passar todo o tempo do mundo ao seu lado mas preciso ir. -o tirei de cima de mim e me levantei pegando minhas roupas, antes que eu mudasse de ideia. -E a gente tem tempo.
-Prefiro ficar aqui dormindo. -ele cobriu a cabeça com o cobertor.
-Claro que prefere. -respondi enquanto me vestia.
-Seu celular está tocando. -ele se descobriu e pegou o aparelho em cima do aparador. -Angelina.
-Ela deve estar preocupada.
-Alô! -ele se espreguiçou e se levantou em seguida.
-Me dá isso! -pedi mas ele não deixou eu pegar o celular enquanto ria de mim.
-É ele mesmo. Não se preocupe Angelina ela já está indo. A culpa é minha, estava com muita saudade dela por isso se atrasamos, mas da próxima vez você pode vir também.
-Não acredito. -sorri balançando a cabeça enquanto terminava de pegar minhas coisas.
-Tudo bem, beijos Angel, na sua boca! -ele riu e desligou em seguida. -Ela é bem mandona, igual a você.
-Me acha mandona? -perguntei arqueando a sobrancelha.
-Acho. -ele foi até a mim. Agora sem camisa em plena luz do dia, era bem difícil de ignorar o quanto ele estava magro. Mas sem sair do nosso roteiro, eu simplesmente escolhi ignorar naquele dia. -Minha mandona.
Ele me beijou, e por dois segundos quase desisto de ir para a aula. Eu sei que temos tempo, afinal eu mesma disse isso, mas a saudade era tão grande que eu não queria me separar tão cedo. Se me perguntassem como acabamos juntos, poderia contar até de trás para frente e, com toda certeza era algo que eu jamais iria esquecer. Eu achava ele mal educado e pidão, mas também o achava lindo e charmoso. O jeito que ele olhava para as outras garotas era tão sexy, eu desejava muito que ele me olhasse daquele jeito também. Depois de um tempo, passei a fazer então tudo o que as outras garotas faziam, e funcionou, comecei a chamar a atenção de muitos garotos da escola, inclusive dele. Claro que eu me aproveitava da vantagem que eu tinha dele ser amigo do meu irmão e estar sempre lá em casa, sempre passando de toalha e com roupas curtas, cabelo escovado e muito perfumada, qualquer coisa para chamar sua atenção. E então ele veio uma vez, no meio da madrugada, todo machucado e precisando de ajuda. Naquele dia Esteban não estava em casa, então fui eu quem limpou todos os seus machucados, e também fui eu quem ficou do seu lado até ele dormir. Mas antes de pegar no sono de verdade, ele chamou meu nome, e então me beijou.
-Preciso ir. -dei um selinho. -Te amo.
-Também. -ele deu um beijo na minha testa. -Mais tarde se vemos.
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Vício
RomanceVício (ví.ci:o) s.m. 1.Dependência física ou psicológica de um droga, um medicamento, uma prática. 2.Defeito ou imperfeição grave de pessoa ou coisa. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx AVISO: Essa história contém coisas que podem gerar gatilhos em algu...