*Manoel
Eu tinha feito uma enorme merda e eu sabia disso, durante toda a semana minha mente perturbada não me deixou esquecer. Mas tentaria consertar tudo com toda certeza porque eu gostava de Rosalía, e mais do que tudo eu precisava dela na minha vida. Na noite da festa ela juntou as coisas dela e foi para a sua casa escondido de todos nós, e já havia se passado uma semana e nada dela responder minhas mensagens. Era óbvio que ela queria um gesto maior de mim, e eu daria isso a ela porque reconhecia que apenas mandar mensagens pedindo desculpas nunca seria o suficiente para todo o dano que eu causei.
Naquela manhã me levantei bem cedo e me arrumei do melhor jeito que podia pois precisava causar boa impressão, mesmo que estivesse claro que eu não havia dormido bem naquela noite. Confesso que a ansiedade estava me matando e para matá-la eu bebi, por isso minha aparência não era das melhores. Me vesti com o melhor jeans que eu tinha, a melhor camisa e o melhor tênis, e estava perfumado também. Peguei o carro da Angel -já que ela era a única de nós que tinha um- emprestado para chegar o mais rápido possível. Quando cheguei no nosso bairro passei direto da casa dela e fui para outro lugar, um que eu me proibi de pisar por tempo demais.
Aquela casa me trazia tantas lembranças... Doía ficar frente a frente com ela novamente, mas era importante e eu devia isso a ela. Parado em frente a porta parte da minha coragem foi embora e minhas mãos começaram a suar. O velho hábito de olhar a garagem antes de entrar veio com tudo e eu me peguei procurando um carro que eu sabia que não estava mais lá. Voltei para a porta da frente e olhei para ela; eu podia me ver a abrindo arrastando a mala puto, enquanto mandava Diego ir se foder uma última vez.
Ele não está mais aqui.
Respirei fundo e expirei por várias vezes e então bati na porta. Segurei a vontade de correr instantaneamente e me obriguei a continuar de frente para porta. Bati de novo. Agora eu estava nervoso demais e nem o exercício bobo de respiração me ajudava.
-Já vai! -ouvi ela gritar de lá de dentro. -Pois não... Filho!
-Oi mãe. -sorri para ela. Suas mãos cobriram a boca e ela deu dois passos para trás antes de sair para o lado de fora. Ela começou a chorar e me abraçou forte, eu retribuí o abraço na mesma intensidade. Como eu sentia falta dela.
-Eu nem acredito nisso. Obrigada minha santa muito obrigada! -ela falava tremendo. Começou a me analisar dos pés a cabeça assim como Julieta fez, mais lágrimas vieram. -Entra filho vem! Meu Deus eu deveria forçá-lo a voltar para casa... -ouvi ela falar baixinho.
-Eu nunca pensei que voltaria aqui de novo, mas a Julie me contou que ele foi embora então... Eu tinha que vir falar com a Rosalía então eu pensei que devesse vir aqui. -eu estava sem jeito, um arrepio percorreu minha espinha ao ver a sala do jeito que sempre foi, totalmente intocada.
-Eu imaginei que viria atrás dela, fiquei na esperança de vir me ver sabe. -ela falou se sentando ao meu lado no sofá.
-Jamais pisaria aqui e deixaria de ver a senhora. -dei um beijo nas suas mãos e disparei a falar. -Eu te amo muito mãe, me perdoa por tudo que fiz por favor, nunca quis te deixar mais triste e nas mãos daquele verme mas...
-Ei eu não tenho que te perdoar você não fez nada! Eu amo você filho e sempre vou amar incondicionalmente, você é meu menininho e sempre vai ser. -ela fez carinho nos meus cabelos. -E agora meu menininho vai ser pai.
-Ela te contou? -perguntei levantando a cabeça para a olhar.
-Sim, veio aqui com a Esmeralda me contar. Nunca fiquei tão feliz em saber que vocês três estão bem, na verdade fiquei surpresa do Esteban parar de implicar com o namoro de vocês.
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Vício
RomanceVício (ví.ci:o) s.m. 1.Dependência física ou psicológica de um droga, um medicamento, uma prática. 2.Defeito ou imperfeição grave de pessoa ou coisa. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx AVISO: Essa história contém coisas que podem gerar gatilhos em algu...