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*Esteban

Um mês depois...

-Nem acredito que chegou o dia da exposição! -Angel vibrava do meu lado. Entre nós, era a que mais estava ansiosa. -Animado?

-Um pouco. -falei antes de pôr o cigarro na boca.

-Eu to ansiosa para ver o que vocês aprontaram. -ela recolhia seus pertences que estavam jogados em cima da mesa com uma incrível rapidez. Hoje em especial, estava ainda mais enérgica do que costumava ser.

-E o que você aprontou? -perguntei e ela sorriu para mim, e eu saquei na hora que se tratava de um segredo.

-Isso é surpresa. -me deu um beijo na bochecha. -Se vemos mais tarde.

-Tchau gata. -a beijei. 

-Tchau. -ela acenou quando já estava um pouco mais distante e depois voltou a olhar para frente andando apressadamente. Se todos os dias fossem uma competição da melhor versão da Angelina, a de hoje com toda certeza ganhava. E ela estava tão linda naquele vestido justo de flores, com seus longos e ondulados fios negros soltos que a deixavam ainda mais bela. Sua boca naquele costumeiro batom vermelho era o meu eterno lembrete do quão gostoso era a beijar, e os seus olhos... Meu tudo. 

-Bom dia. -Dustin falou ao se aproximar da mesa, me tirando dos meus pensamentos.

-Bom dia. -falei o observando, parecia que não havia dormido bem. -Que cara é essa?

-Não sei do que você está falando. -ele deu de ombros e se sentou do meu lado.

-De uns dias para cá você parece estar sempre triste. Se quiser conversar eu estou aqui Dustin, e sempre estarei. -eu não podia negar o quão preocupado estava com ele, afinal fui eu quem o encontrei novamente no terraço prestes a acabar com a sua vida. Eu me importava com o Dustin, ele era o meu melhor amigo e mais que isso, era como um irmão para mim. Talvez por isso fosse mais doloroso para mim do que para Manoel, todas as vezes que ele começava a afundar de novo.

-Eu to bem. -ele esfregou os olhos e em seguida começou a comer.

-Vai estar hoje na exposição? 

-É, eu vou.

-E o que vai levar? Você fez mistério demais levando seu material para o terraço, quase achei que ia fazer uma pintura do mar.

-Não, fui apenas para me inspirar.

-E conseguiu?

-Digamos que sim. -ele respondeu e voltou a beber sua coca cola.

-Quantos quadros vai expor?

-Dois.

-Só isso? -perguntei estranhando, pois na exposição anterior ele levou muito mais.

-É, eu não decidi ainda se vou levar os desenhos que eu fiz e também um outro quadro que tenho lá.

-Melhor se decidir, você só tem até meio dia para levar para a srta. Perroni.

-Não se preocupe, vou fazer as coisas a tempo. Mas e você? -ele limpou a boca e pegou um cigarro do meu maço que estava jogado na mesa.

-Eu vou levar os desenhos que fiz da Angel.

-Claro a sua musa! -ele sorriu, não era surpresa para ninguém que a única coisa que consegui desenhar no último mês foi ela.

-Pelo menos eu não dispensei minha musa! -o alfinetei.

-Não foi bem assim. -ele fechou a cara e desviou o olhar e então bocejou.

-Ah não, você só deixou ela ir... E falando nela. -apontou com a cabeça na direção dele.

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