Capítulo 7

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Charlotte
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O trânsito caótico me tirava do sério, pedi para minha chefe sair um pouco mais cedo do trabalho para conseguir fazer algumas coisas antes de ir para a festa de comemoração no trabalho do Paul, preciso passar no supermercado e ainda fazer alguns afazeres em casa e justo hoje algo aconteceu que tudo estava parado. Tentava ver o que tinha acontecido, só vi as sirenes, algum acidente à frente. Os carros andavam lentamente, até que finalmente sai daquele engarrafamento. Realmente havia acontecido um acidente e eu perdi meia hora do meu tempo. Fazer o que, coisas da vida.

Passei no supermercado antes de ir para casa, não posso esquecer de comprar as coisas que o Paul gosta, paguei a lista e conferi, andei apresada entre as sessões e apanhei tudo que precisava. Estava na fila para pagar quando meu celular tocou

— Alô
— Charlie, está no trabalho?
— Não mãe, pedi para sair mais cedo hoje, estou indo para casa daqui a pouco
— Soube do emprego do Paul, a mãe dele me ligou, você nem me contou
— Desculpa mãe, só tivemos a confirmação ontem que realmente ele conseguiu a vaga, não queria criar expectativas
— Tudo bem Charlie, de qualquer maneira estamos muito felizes, sua avó manda lembranças
— Obrigada vovó — Sabia que ela estava ouvindo tudo no viva voz
— Quero bisneto — Ela falou ao fundo

Suspirei fundo, essa cobrança já estava me irritando, evitava ligar para minha mãe e avó justamente por causa disso, até ir visitá-lós se tornou um martírio. Como sempre apenas confirmei a minha desculpa
— Está muito cedo vovó
— Não demore minha filha, não quero que vocês sejam aqueles casais que pensem mais na carreira do que em construir uma família
— Vovó, quando chegar o momento teremos filhos

Não quero tirar a esperança da minha avó, tentarei enrolar até onde pudermos, porém um dia teremos que comunicar para família que não teremos filhos biológico. Já aconselhei o Paul contar a verdade pelo menos para a nossas famílias, mas ele não quer nem pensar nisso, quer ver o Paul sair do estado calmo é cogitar essa possibilidade. Eu apenas aceito sua decisão e entendo sua recusa em assumir tudo, é muito doloroso para ele.

Minha vez na fila chegou e me despedi delas
— Mãe preciso ir, nos falamos mais tarde
— Fica com Deus filha

Encerrei a ligação e comecei a colocar as compras na esteira. Depois de pagar, segui para o carro. Por sorte o supermercado não era longe de casa e em pouco tempo já havia chegado. Guardei as compras. Meu próximo afazer foi lavar algumas roupas. Não lavo todas as roupas em casa, apenas peças do dia a dia, os ternos do Paul e meus conjuntos de Blazer e saia, a maioria de estilo de roupas uso para trabalhar, mando para lavanderia.

Nosso apartamento se mantém organizado e limpo, deixo para fazer uma limpeza nos fins de semana. Pretendo contratar alguém para me ajudar com os afazeres, caso comprarmos uma casa, mas isso só para um futuro, Paul primeiro precisa se estabelecer no trabalho, não podemos assumir uma dívida tão grande como a conta de uma casa, vamos esperar ao menos um ano para fazermos isso. Até lá, eu também posso estar ganhando melhor e o Paul já estará definitivamente estabelecido.

Enquanto a roupa está lavando, vou até o closet e olho para meus vestidos, não tenho muitos, a maioria das minhas roupas diferente das do trabalho, são vestidos casual apenas para ir à igreja. Tenho apenas alguns vestidos para festa. Olhei a fileira, talvez o preto ficará bem, o preto básico, nunca falha. O peguei, pensei, voltei olhar a fileira de vestido, escolhi um vermelho tomara que cai, o peguei também e coloquei os dias lado a lado. Fiquei na dúvida entre os dois, decidi pelo vermelho, a cor da paixão, preto lembra velório e hoje vamos comemorar.

Infiel (concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora