Capítulo 17

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Charlotte
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Paul havia saído para o trabalho, a viagem dele estava marcada para a noite, assim que chegasse, era só tempo de pegar a mala e correr para o aeroporto. Eu seguia para o trabalho, por sorte Max não apareceria na Closer, no entanto, não estava preocupada com ele, meus pensamentos estavam voltados para o Paul. Não o confrontei sobre o medicamento, decidi esperá-lo voltar de viagem, apenas coloquei no mesmo lugar e o observei bem durante o jantar. Sim, ele parecia mais pálido e com olheiras, mas pensei que isso fosse pelo trabalho excessivo.

Na noite passada, o observei enquanto trabalhava no Laptop, as vezes ele fazia expressão de dor, mas era quase imperceptível. Ele olhou para mim e sorriu. Eu não conseguia identificar nada, mas pelo seu histórico é bem capaz de ele estar me escondendo seu estado de saúde e eu o entendo, porém se realmente ele estiver doente, dessa vez quero ficar do seu lado e lhe dar apoio, jamais o abandonarei. Isso me fez lembrar do Max, ele terá que sair da minha vida definitivamente, depois que o Paul voltar de viagem, o confrontarei, se realmente estiver doente, vou convencê-lo a irmos embora, de preferência para um lugar onde Max não nos encontre.

Sei que sofrerei, não queria admitir, mas me apaixonei por ele, tentei evitar, correr, me recriminei, mas não deu, me apaixonei pelo meu amante e me odeio por isso. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto solitária, a minha vida estava uma bagunça, tudo por uma noite insana, uma única noite e tudo mudou. Nunca senti tamanha vontade de voltar no tempo como naquele momento.

Cheguei no trabalho e como sempre não havia muita coisa para fazer, durante a manhã apenas digitei relatórios e a tarde fiquei com meus pensamentos. Max também não ligou, o que foi estranho já que ele liga varias vezes ao dia. De qualquer maneira, no final do expediente, corri para casa, precisava esperar o Paul e me despedir dele.

Cheguei em casa e fui tomar um banho, Paul enviou uma mensagem dizendo que estava a caminho. Assim que ele chegou o recebi na porta.

— Oi, como foi seu dia?
— Cansativo, Max hoje estava impossível, sabe que não gosto de reclamar do chefe, mas o homem estava muito exigente, acho que a loira não está fazendo o serviço direito

Ele riu e eu apenas esbocei um sorriso sem graça. Subimos e ele entrou direto no Closet, ainda falando.

— Só terei tempo de tomar um banho rápido, o voo está marcado para às sete
— Não vai comer nada?
— Eu como alguma coisa no aeroporto
— Nada disso Paul, eu preparo um sanduíche pra você, não custa nada

Ele saiu do Closet naquele momento e me olhou com carinho
— Você é um amor Charlie, tenho muita sorte por ter casado com você, porém agradeço, não comerei porcaria, não se preocupe

Com isso, ele se dirigiu até a porta do banheiro e parou bruscamente, cambaleou e lavou a mão na testa, me aproximei e o segurei nos ombros
— Está sentindo alguma coisa?
— Não, só foi uma tonteira, já estou melhor. Acho que é o calor, Los Angeles parece uma fornalha no verão.

Ele rapidamente entrou no banheiro, fiquei pensativa, não é o calor, a casa é climatizada e naquele momento a temperatura do ambiente assemelha a uma floresta tropical, eu mesmo usava um cardigan leve. Tem alguma coisa errada com ele, tenho certeza disso.

Paul já estava pronto, descemos as escadas, o carro da empresa do Max com motorista havia chegado e o aguardava na entrada.

Infiel (concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora