Capítulo 8

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Charlotte
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        Senti a mão do Paul me cutucando discretamente, ele falou constrangido pigarreando pelo fato de eu não ter apertado a mão do homem ainda
— Charlie, esse é meu chefe Maximiliano Di Santis

Não conseguia mover nenhum músculo, estava paralisada olhando para aquele homem que foi o motivo dos meus desejos sexuais no último mês, o homem que contribui para meu pecado, que assombra meus sonhos e que vem em minha mente nos momentos mais inoportunos, quando estou na igreja ou até dormindo nos braços do Paul. O homem que nem em meu pior pesadelo pensei que surgiria na minha frente novamente. Agora estava ali para me desmascarar e mostrar para todos o quão infiel fui.

Aquele cena era constrangedora, o homem com a mão estendida, eu paralisada e Paul quase tendo um ataque cardíaco pela minha falta de educação por não ter cumprimentado o chefe dele.

Chefe, parecia até piada que justamente o homem com quem transei nas vésperas do meu casamento era agora o chefe do meu marido. Coincidência? Tenho certeza que não. Uma alarme piscou em minha cabeça, por que ela faria isso? Qual o intuito? Para que oferecer um emprego dos sonhos para Paul se ele sabia que eu era a esposa dele?

Observei melhor aqueles olhos cor de ébano e só confirmei o que já havia percebido, ele sabia quem eu era muito antes de pisar ali, não havia dúvidas disso. Novamente senti a mão do Paul me cutucando, o homem ainda com a mão estendida e um sorriso de mofa nos lábios.

Já que ele vai manter aquilo em nível social, levantei minha mão e segurei a dele, seu aperto era firme, minha mão estava como pedra de gelo e a dele quente, uma corrente elétrica passou por todo meu corpo, lembrei tudo que fizemos na cama e de todos os lugares que aquela mão tocou meu corpo, senti a vagina piscar e ao mesmo tempo meu estômago embrulhou, eu sou uma adúltera ordinária, em uma situação daquelas, sinto desejo por aquele homem.

— Muito prazer Senhora Burnett, fico feliz em conhecê-la, Paul me falou muito de você

Ele soltou minha mão, percebi o suspiro de alívio do Paul. Fiquei em alerta, ele estava me tratando como se nunca tivesse me conhecido antes, não sei qual seu jogo, porém precisava falar algo, tentei manter a firmeza na voz o máximo que pude
— Muito prazer Senhor Di Santis
— Oh! Sem formalidades, me chame de Max, sinto que seremos excelentes amigos, Paul conquistou a minha confiança, assim como tenho certeza que você conquistará também
— Claro — Falei somente para ser educada, aquela situação era um pesadelo para mim
— Essa é minha esposa Charlotte, mas pode chamá-la de Charlie, todos a chamamos assim, não é querida — Paul falou, parecia nervoso
— Acho que prefiro Charlotte, se me permite Senhora Burnett
— Cla-a-aro
Não queria gaguejar, mas foi impossível, a atitude dele estava me deixando confusa e amedrontada, espero que a qualquer momento ele aponte para mim e diga o que aconteceu entre a gente

Max lançou um último olhar para mim e falou de maneira educada
— Se me derem licença, cumprimentarei as outras pessoas, fiquem a vontade

Com isso ele se afastou e eu fiquei como uma estátua petrificada, Paul pegou em minha mão e chamou minha atenção
— Charlie, o que aconteceu com você? Não foi nem
um pouco educada, ele veio falar conosco primeiro e você demorou uma eternidade para cumprimentá-lo
— Paul, não estou me sentindo bem, podemos ir para casa?
— O que você tem? — Perguntou preocupado
— Estou morrendo de dor de cabeça, por favor Paul, vamos embora
— Charlie, eu entendo, mas será que não dá para aguentar? O Max fará um discurso e depois terá um jantar, por favor faz um esforço, isso é importante para mim

Infiel (concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora