Capítulo 9

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Charlotte
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        Depois de alguns minutos tentando me recompor daquela loucura, volto ao banheiro e tento parecer apresentável. Não sei como conseguirei encarar o Paul, preciso convencê-lo a irmos embora, caso contrário irei sozinha, não ficarei no mesmo ambiente com meu marido e meu... Meu o que? Amante? Jamais! Se ele pensa que nos encontraremos novamente está fora de cogitação.

Zangada, lavo o rosto e ajeito os cabelos com vigor. Ele age como se estivesse com raiva de mim, por qual motivo? Por que transei com ele já sendo comprometida? Sei que estou errada e não tirarei a culpa sobre mim, na verdade sou a única culpada por tudo, no entanto, ele não tem o direito de exigir  nada de mim, se fosse o contrário com certeza não iria cobrar nada a ele, aliás, os homens podem fazer o que querem e as mulheres quando faz algo assim, é considerada um qualquer, então se acham no direito pode fazer o que quer comigo.

Suspirei desanimada, a quem quero enganar, a menos de meia hora estava gemendo nos braços dele. Era apenas dizer não é pronto, mas o que eu fiz, transei com ele como uma vadia. Mirei-me no espelho com tristeza, não entendo como me tornei assim, nunca fui uma maníaca sexual, na verdade sexo para mim era algo natural, algo que faz parte da vida, sentia vontade, mas nada desesperador. Agora, basta ele me tocar que parece fogo líquido em minhas veias, eu perco a capacidade de raciocinar.

Balancei a cabeça em movimento negativo, estou completamente perdida, sem saber o que fazer. Paul não merece isso. Respirei fundo varias vezes e sai do banheiro, andei vacilante até o salão, olhei em volta procurando o Paul, ele estava sentado em uma das mesas e assim que me viu acenou. Fui ao seu encontro já preparada para convencê-lo a irmos embora

— Charlie, que demora foi essa?
— Desculpa Paul, havia uma sacada acabei ficando um pouco lá contemplando as luzes da cidade
— Tudo bem! Melhorou da dor de cabeça?
— Não muito, por isso te peço para irmos embora

Paul estava preparado para falar, quando ouço a voz dele atrás de mim
— Tão cedo Charlotte? Sua dor de cabeça pode melhorar depois de comer
Fiquei paralisada, queria virar-me e encara-lo, mas minhas pernas negavam-se a sair do lugar. Ele aproximou-se da nossa mesa e puxou uma cadeira para mim convidando-me a sentar, eu o fiz, não conseguia manter as pernas, se ficasse mais um minuto de pé, cairia de joelhos. Max sentou em sua própria cadeira de frente para mim e me encarou, sua expressão era de alguém que estava se divertindo.
Paul falou um pouco nervoso
— Fomos convidados pelo Max a sentarmos em sua mesa e o acompanhar no jantar. Você acabou perdendo o discurso Charlie.

Não sabia o que fazer, ele me encarava com ar cínico, como se estivesse se deliciando com meu constrangimento. Não sei que tipo de jogo ele está fazendo e não faço ideia o que ele pretende com isso, mas me sentia a pior das criaturas, sentada na mesma mesa com meu marido e o homem com quem acabei de transar. Meu rosto pegou fogo só de imaginar o que acabamos de fazer. Max falou

— Charlotte não está interessada no que tenho a falar Paul, talvez esteja mais interessada no que posso oferecer.

Meu Deus! Ele estava fazendo um jogo manipulador, brincando de gato e rato. Engoli em seco, movia minhas mãos nervosamente em baixo da mesa. Senti quando ele passou a pena nas minhas, pulei da cadeira assustada
— Algum problema Charlie? — Paul perguntou
— Na-a-ão — A palavra quase não saia da minha boca, ele ainda passava as pernas na minha
— Parece nervosa amor, é sua dor de cabeça?
— Sim, me desculpa, eu realmente não estou me sentido bem
— Pedirei Champanhe para nós, creio que se sente melhor depois que bebe — Max falou olhando diretamente em meus olhos com um sorriso de lado.
— Eu não beberei, estou dirigindo, mas Charlie pode beber uma taça

Infiel (concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora