Capítulo 14

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Charlotte
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Cheguei no escritório as oito da manhã, antes de ir para a sala do Max, fui até a sala da senhora Mendes perguntar se havia algum trabalho para eu fazer, precisava mostrar para as pessoas que eu não era secretária de fachada.

— Bom dia Senhora Mendes, tem algum trabalho para mim?
— Não, o senhor Di Santis virá hoje e provavelmente mandará você fazer alguma coisa
— Hã — Falei sem graça

A senhora Mendes me encarava atentamente, eu não conseguia olhá-la, tenho a impressão que ela já está desconfiada da minha relação com o Max. O telefone da mesa dela tocou e ela atendeu, ouviu o interlocutor e falou em seguida
— Ela já está aqui, vou mandá-la subir Senhor Di Santis
Ela desligou e voltou a me encarar
— Seu chefe quer sua presença agora na sala dele
— Então já vou — Falei sem graça
Me levantei e já estava preparada para sair, quando ouço a voz da senhora Mendes
— Sei que não tenho nada a ver com a sua vida, mas saiba que estou aqui para ouvi-la se precisar de um ombro amigo para desabafar
— Obrigada — Falei baixo

Saí da sala desolada, ela já sabe com certeza que sou amante do Max, andava cabisbaixa, a impressão que tinha era que todos no escritório sabiam.

Andei rapidamente sem nem olhar para os lados, entrei no elevador e avaliei minha imagem no espelho, usava um terninho feminino cinza, sapatos de meio salto fechado. A roupa era bem comportada, nem um pouquinho sexy, apesar de se ajustar perfeitamente em minha silhueta. Era um tipo de vestimenta que não atrairia olhares de cobiça. Escolhi a roupa pensando em afugentar a libido do Max. Ri de mim mesmo, acho que não é somente ele que tem a libido despertada, só o fato de pensar nele me faz desejá-lo. Que droga! Como me controlar diante dele e me mostrar fria?

A porta do elevador abriu-se, sai e olhei o ambiente, não havia ninguém ali, como sempre. Andei a passos lentos, estava tentando ganhar tempo, não que não queira transar com ele, eu quero, mas não posso, sou casada e ponto final.

Preciso confronta-lo sobre a casa, tentarei o convencer a voltar atrás, não posso aceitar tal presente, um presente de grego por sinal, não vou transar com ele na cama que dormirei com o Paul, está fora de cogitação.

Cheguei até a porta do escritório e respeitei fundo, vamos lá, não tem jeito, vamos enfrentar isso logo.

Girei a maçaneta e empurrei, entrei no receito e ele estava sentado em sua mesa olhando para o computador, ao perceber minha presença falou de madeira irônica
— Finalmente! Estava vindo a passos de tartaruga?
— Por mim nem viria aqui Max
— E vamos começar o dia bem, já discutindo. É a vida com uma mulher. — Falou preguiçoso
— Se quer ter suas manhãs tranquilas, deveria ficar longe das mulheres, principalmente as casadas.
— Não posso, você me dominou, me viciou em você

Ele falou aquilo aproximando-se de mim, em
passos sedutores, seu corpo atlético encoberto por um terno impecável não escondia o quanto era magnífico, meus olhos desceram para baixo, não podia deixar de contemplar sua ereção já visível, salivei e engoli em seco, preciso fazer pará-lo, não posso sucumbir tão facilmente, voltei meus olhos para seu rosto e falei em tom venenoso

— Está situação entre nós está ridícula, as pessoas do escritório já estão desconfiando, tenho certeza que a senhora Mendes já sabe
— Não me preocupo com isso
— É claro que não se preocupa, você é solteiro, eu sou a casada aqui é estou traindo meu marido
— Um marido que não comparece na cama
— Vai para o inferno Max, você não sabe nada da minha relação com o Paul — Falei aquilo me afastando dele
— Posso não saber o que realmente vocês combinaram, mas sei que tem alguma coisa, tenho certeza disso

Infiel (concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora