capítulo trinta e quatro

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Beatriz:

Fiquei deitadinha no colo da Debs enquanto ela fazia carinho nos meus cabelos com as mãozinhas leves dela.

Já fazem duas horas que eu voltei e eles ainda estão por lá.

Meu Deus que aflição,que aperto no peito.

A Débora começou a cantar uma música baixinho e me deu um beijo na testa.

Debs: Eu te amo tanto amiga,sério não sei o que faria se te perdesse.

Eu: Eu também te amo tanto, obrigada por tudo.-sorri pra ela.

Debs: Eu sei que cê tá aflita,mas eles vão voltar bem tá?Vai ficar tudo bem e logo,logo os dois vão sair por ai de mãos dadas desfilando pelo morro.

Eu: Nós quatro né?Eu Coringa,Loirão e você. -falei imaginando.

Finalmente a porta abriu e vi o Fábio entrar.

Sozinho?

Formou logo um nó na minha garganta e senti vontade de chorar.

Olhei pra ele procurando respostas e ele abaixou a cabeça.

Me desesperei e deixei as lágrimas caírem.

Eu: Cadê eles Fábio?Me diz uma coisa boa pelo menos por favor.-implorei sentindo meu coração doer.

Fábio: Eu sinto muito pela dona Fran.

Falou e sentou do meu lado,me dando um abraço apertado enquanto a Débora passava as mãos nas minhas costas chorando também.

Eu: E o Coringa?-encarei ele que negou com a cabeça.

Fábio: Ele fugiu Beatriz.-neguei chorando.-Ele precisava de um tempo pra ele,ele tá confuso e com o coração destruído.

Eu: Ele não confiou em mim,a gente podia ter passado por essa barra junto.-choraminguei.

Debs: Ele vai voltar Bea,ele te ama mais que tudo,mas entende o lado dele.Porra,ele perdeu a mãe.

Eu: Preciso ficar sozinha.-levantei e subi as escadas.-Avisem pro Loirão providenciar um velório e enterro digno pra dona Fran,ela merece muito.

Falei antes e entrar no quarto dele batendo a porta.

Derrubei tudo que tinha no criado mudo e me joguei no chão chorando horrores.

Que dor no peito meu Deus.

Eu não preciso de palavras,nem de grandes demonstrações...
Apenas o teu olhar,eu consigo ver que Você me ama...
E quando estamos a sós minha cabeça no teu peito faz silenciar todos os medos dentro de mim.

...

Acalma a tempestade no meu interior,minha alma agitada que quer sempre atenção.

Mesmo com todas essas circunstâncias sei que Tú estás comigo Pai,eu sei que Tú conforta o meu coração.

Aninha: Beatriz?Posso entrar.-bateu na porta falando com voz de choro.

Eu: Entra.-falei enxugando as lágrimas.

Aninha: Me desculpa tá,por ter te chamado de várias coisas feias.-assenti.-Eu ouvi tudo Beatriz,a gente precisa uma da outra agora e finalmente eu entendi que meu irmão te escolheu porque você faz ele muito feliz.

Sorri pra ela que sentou do meu lado.

Encostei a cabeça no ombro dela e fiquei olhando pro nada.

Ainda sem entender quando foi que a minha vida mudou tão de repente.

...

Apenas um olhar. (Morro)Onde histórias criam vida. Descubra agora