— Comprei um presentinho para você! — Alice me entrega uma caixa com estampa elegante. Abro-a com cuidado e um pouco de curiosidade, imaginando o que será desta vez.
Desde que fui ao shopping com Jasper e Rosalie, Alice tem agido assim. Primeiro, ela ficou extremamente insatisfeita e reclamou bastante. Depois, ela começou a aparecer em casa depois das aulas com presentes. Segundo a morena, é para eu enxergar o quanto ela é legal. Então, a primeira pessoa que eu devo lembrar para me acompanhar a qualquer lugar que envolva comprar é ela.
— Obrigada. É belo — agradeço, passando a mão pela blusa escura de cetim. O corte é delicado e elegante. Eu acho lindo, mas não consigo me animar com isso. Ela percebe, claro.
— É melhor eu ir — suspira — você não está em um bom humor.
— Sinto muito — sussurro, recebendo um sorriso triste e compreensivo da menor.
Ela sai tão silenciosa quanto entrou, me deixando sozinha com minha sede. Coloco a caixa em cima da minha cama e sento-me em frente ao piano.
— Eu estou tão faminta — resmungo, batendo minha cabeça no piano. Não consigo me distrair, não consigo formar um plano, não consigo simplesmente pensar com coerência. Maldita seja essa sede insuportável.
— Algum problema? — Edward entra no quarto tão silencioso quanto Alice. Eles realmente poderiam ser irmãos biológicos, principalmente pelas similaridades físicas entre os dois.
— Você sabe que sim — murmuro.
— O que te impede de ir caçar? — ele questiona com seriedade. Ele, e provavelmente todos os outros, devem estar pensando que eu vou surtar a qualquer momento e sair matando os tediosos cidadãos de Forks.
— Eu nunca fiz isso — respiro fundo, levantando meu rosto e o encarando — minha refeição sempre era levada até mim. Como diabos eu vou sair para caçar? Quero dizer, há regras para isso? Tem um... tipo? Eu não sei!
O desgraçado segura o riso, se sentando ao meu lado.
— Se quiser, eu posso te ajudar — o olho com desconfiança. Como assim, garoto? — você sabe, nós caçamos animais. Posso te ajudar a saciar sua sede assim.
— Animais? — engasgo uma risada, mas considero a opção. Não poderia ser tão mal. Os Cullen parecem bem e vivem disso. Ora, sangue é sangue não importa a fonte... e eu estou realmente desesperada...
— Isso é um sim? — Edward se aproxima e eu o olho um pouco desnorteada. Ele dá um sorriso presunçoso e eu não entendo — fica desnorteada quando eu estou perto, Lilith?
Demoro alguns segundos para entender que ele está flertando.
— Eu estou com tanta sede que até raciocinar dói — fecho os punhos, me controlando para não soca-lo — então pode fazer o favor de não exigir muito da minha capacidade intelectual? Ela está meio prejudicada no momento.
— Vamos logo caçar — ele se levanta, me erguendo com delicadeza. Não reclamo.
Preciso me alimentar, preciso me alimentar, preciso me alimentar...
— Precisa de ajuda? — Esme pergunta a Edward e me lança um olhar preocupado. Percebo que estamos na sala de estar. Até onde minha sede pode me distrair?
— Está tudo bem — ele a tranquiliza — Alice?
— Tudo limpo — a morena não tira os olhos da revista que está lendo — mantenham-se ao norte.
Edward então pega minha mão com gentileza e eu não recuso, focada em deixá-lo me ajudar. Eu preciso recuperar o controle e para isso preciso saciar minha sede. Rápido.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Alvorada
FanfictionEm busca de ajuda, Lilith acaba na casa dos Cullen. Ela só não esperava se envolver tanto, especialmente com o irritante leitor de mentes. Amizade que se transforma em amor, passando por tribulações que provam até onde vamos por quem amamos. Ele a e...