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Recolhemos o resto da família e levamos até o escritório de Carlisle. Deixamos Bella, Leah e Jared no comando da festa.

— Demitri disse que tem uma atividade suspeita em Seattle — Hunter conta quando o último de nós entra — vampiros recém-criados estão se multiplicando rápido.

— E perto demais, pelo visto — cruzo os braços, sentindo-me novamente uma Volturi. A sensação nostálgica retorna com tudo, a adrenalina de fazer parte de algo tão poderoso é um veneno em minhas veias.

— Quem é o líder? — Carlisle pergunta.

— Preciso descobrir — Hunter diz, claramente insatisfeito com isso.

— Eu vou com você! — me precipito, ansiosa por finalmente participar da ação.

Vários protestos surgem ao mesmo tempo, me fazendo revirar os olhos.

— Só vamos sondar, não vai acabar em briga — ah, vai sim.

— Não vai não — esqueci que tenho um chato vigiando meus pensamentos.

Quanto tempo eu não entro em luta corporal? Meses atrás, com Heidi, meu cérebro me lembra. Estávamos treinando. Eu gosto da sensação de uma briga.

— Qualquer coisa eu os mato, então — dou de ombros. Seja com as mãos ou meu poder.

— Matar? — Esme cruza os braços — o que conversamos sobre isso?

— Falamos sobre humanos, não sobre recém criados — rebato.

— De certa forma, isso é ainda pior. Eles estão apenas no começo da vida vampira, provavelmente não sabem direito o que está acontecendo — Madre Esme de Calcutá diz, me fazendo assentir.

— É por isso que a taxa de desaparecimentos por Seattle aumentou de uma hora para outra — Emmett diz o óbvio — alguém está sequestrando pessoas para serem transformadas — ok, talvez não tão óbvio assim.

— Um exército? — sugere Jasper. Percebo a excitação que ele tem pela ideia. Não o culpo, final, é sua especialidade.

— Mas para que alguém faria um exército? — Alice pergunta. Tem tantas possibilidades que me deixa nauseada.

— Contra os Volturi? — chuta Rosalie.

— Ninguém seria tão burro — me jogo no confortável sofá — bom, talvez os romenos.

— Eles não contam — Hunter diz com desdenho — estão empacados na Romênia há séculos, enfurnados naquele castelo em ruínas remoendo o passo.

— Mas não ousados o suficiente para mudar o presente — completo, venenosa. Todos sabem da rixa Volturi x Romenos. Sempre a achei divertida.

— Ou sequer pensar em um futuro — Hunter ri debochado.

— Talvez o alvo do mandante seja outro — Edward retoma o ponto.

— Somos o clã mais próximo — observa Esme.

— Mas quem iria querer nos prejudicar? — Alice questiona.

Todos ficam em silêncio, pensando em seus inimigos.

— É, bom, talvez eu tenha algumas pessoas na lista — comento.

— Eu também — Hunter concorda.

— Nem Jesus agradou todo mundo — sorri Carlisle, afrouxando sua gravata e sentando-se em sua cadeira. É difícil pensar que ele tenha inimigos.

— Então todos temos prováveis suspeitos? — todos assentem, menos Esme. Realmente, eu não vejo ela arrumando confusão com ninguém — não gosto desse suspense. Vamos procurá-los essa noite.

— Vamos todos? — Rosalie pergunta.

— Vai assusta-los — Jasper opina — tem que ser um número pequeno o suficiente para passar despercebido, mas forte o suficiente para lidar com imprevistos.

Todos sabem que tipo de imprevisto seria.

— Eu e Hunter podemos cuidar disso — insisto.

Trocamos todos olhares silenciosos, ponderando. Eu entendo perfeitamente que eles queiram me proteger e não afetar meu desempenho — seja com meus poderes ou caráter — e sou grata, me sinto amada. Mas eu ainda sou a pessoa mais poderosa dessa sala e não são recém criados que vão me abater, não importa o quão humana eu esteja.

— Está bem — Edward diz, sentando-se ao meu lado e me puxando para perto, um abraço — não há necessidade de alarde. Você é poderosa e Hunter também. Podem se virar.

— É lógico que você também vá, Edward — Jasper diz.

— Será um trunfo — concorda Carlisle.

— Um leitor de mentes, um cara com dom de teletransporte e uma garota que pode te matar em um piscar de olhos? — Rosalie sorri — isso não está nem perto de ser um jogo limpo.

— Quem está fazendo um exército por debaixo dos panos não está jogando limpo também — sorrio também.

— Vamos? — Hunter se adianta.

— Sem trocar de roupa? — Alice questiona, olhando duvidosa para o meu vestido caríssimo.

— Voltaremos ilesos — prometo — e nessas roupas podemos nos passar por jovens festeiros.

— E não é isso que somos? — Hunter sorri, gerando mais sorrisos. Ninguém está ileso ao charme dele.

Voltamos todos para sala de estar, mas ela parece estar muito mais vazia. Poucos adolescentes dançam e todos que restam parecem fofocar freneticamente.

— O que houve? — questiona Alice, se aproximando de Jared e Leah.

Como um dos doces servidos, querendo forças para o final da noite de hoje.

— Leah brigou com um garoto que assediou a Bella — conta Jared — Isso meio que estragou com o clima da festa.

— Leah matou alguém? — me aproximo animada.

— Não, só deu um chute nas partes baixas e arrastou o babaca até a saída — Jared explica.

— E onde está Bella? — pergunto, preocupada com a humana.

— Colocando gelo na mão — Leah sorri orgulhosa — ela deu três socos naquele desgraçado.

Sorrio chocada, mas orgulhosa também. Bella não é a menininha indefesa que parece. Ela é tão feroz quanto sua parceira.

Edward pega minha mão e vamos até seu carro. Hunter se despede de Jared e nos segue.

O clima dentro do carro é leve, apesar da nossa missão. Jazz toca suavemente na rádio. Poderia dizer que somos apenas jovens amigos curtindo a noite.

Só que não.

AlvoradaOnde histórias criam vida. Descubra agora