Acordo com o cheiro de panquecas me atingindo em cheio. Checo o relógio. Eu dormi apenas duas horas. Bom, para quem não dormia há anos, essa é uma evolução e tanto. Percebo também que o cheiro de Edward está forte, ou seja, ele esteve aqui. Enquanto eu dormia. Estranho.
Faço minha higiene matinal e vou até a cozinha, onde Esme deixou meu café da manhã pronto antes de ir às compras.
Edward entra no cômodo, me fazendo suspirar. Seu cheiro no meu quarto me deixou louca. É tentação demais.
— O que você fez no meu quarto? — questiono.
Ele me olha inexpressivo, mas sei muito bem que só está ganhando tempo. Não adianta, telechato. Fala logo o que foi fazer lá.
— Só ler sua mente — confessa, desviando o olhar. Pelo menos tem a decência de parecer envergonhado — seus sonhos são... diferentes.
— Você quer dizer bizarros — falo — é, eu sei. Parece que meu subconsciente desacostumou com isso, então ele me joga coisas fora do normal.
— É como assistir um filme antigo — diz, parecendo fascinado. Como deve ser não poder observar os sonhos da humana, hein?, ele não responde, apenas fecha a cara.
— Sorte a minha que eu gosto de filmes antigos — dou de ombros. Não posso reclamar. Dormir é uma benção bem-vinda, nem que dura apenas algumas horas.
Edward sai da cozinha e eu posso comer em paz. Sempre como mais do que o necessário e as questões fisiológicas me incomodam, mas vale a pena usar a privada por causa de alimentos tão bons. Carlisle diz que preciso ter uma dieta balanceada, já que meu corpo não é como os dos humanos e nem como os dos vampiros, então eu preciso ser saudável na medida do possível. Se eu sou? Nem ferrando.
— Vamos logo — Jasper me chama, puxando suavemente uma mecha do meu cabelo para trás.
— Posso só comer mais um pouco?
— Se controla, Lily — ele revira os olhos — desse jeito teremos que ser mais rígidos com sua dieta.
— Eu nem estou com fome mesmo — me levanto em um pulo, lavando a louça com rapidez e indo para sala.
— Você sempre está com fome — comenta Emmett. Ele e Rosalie estão na sala assistindo um filme qualquer, apenas esperando o pessoal sair para fazerem a festa.
— Todos nós somos insaciáveis de algo — retruco. Meu pecado mortal é a gula, mas quem pode me julgar?
— Vamos nos atrasar — avisa Alice. Com isso, nos apressamos em ir para o carro de Edward. O caminho até a escola é entediante e chegar lá é pior ainda. Os alunos parecem animados para o passeio até um lugar sem graça com plantas (se eu quisesse ver mato era só ir para a floresta), enquanto eu olho para o céu insatisfeita. Por que deixei que eles me arrastassem para isso?
— Agora já é tarde — Edward responde aos meus pensamentos.
— Nunca é tarde demais para desistir — digo sabiamente.
— As vezes, é sim — seus pensamentos parecem tomar outro rumo. Hmmm...
— É o nosso — Alice aponta para o ônibus que chega. É naquela coisa caindo aos pedaços que vai nos locomover? Se eu pudesse morrer de desgosto, morreria.
Felizmente divido meu pequeno espaço com Jasper e não com algum humano fedido.
Minha decepção só não é maior quando vejo o lugar porque minhas expectativas eram baixas. Só de pensar em ficar aquele lugarzinho tenho vontade de me banhar em álcool em gel. Fujo para as escadas externas, onde observo o movimento do estacionamento. Deixo meus pensamentos voarem em direção a Jared. Preciso me resolver com ele. Mas para isso, preciso conhecer mais sobre os transformos que se acham lobisomens.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Alvorada
FanfictionEm busca de ajuda, Lilith acaba na casa dos Cullen. Ela só não esperava se envolver tanto, especialmente com o irritante leitor de mentes. Amizade que se transforma em amor, passando por tribulações que provam até onde vamos por quem amamos. Ele a e...