— Eu poderia ter pego o carro da Rose — comento, falando pela primeira vez desde que entramos no carro. Estamos quase chegando a livraria que eu preciso.
— Aham, ela com certeza ia te emprestar o carro dela — retruca Edward com um sorrisinho cínico.
— Por que não emprestaria?
— Amor, assim você me força a falar sobre seus problemas de direção — sinto meu coração acelerar com a palavra amor. Que droga é essa?
— Eu não tenho problemas de direção — por que ele vive insistindo nisso?
— Porque você tem — responde meu pensamento.
— Eu deveria ter pegado o meu carro e vindo sozinha — concluo.
— Matar humanos atropelados ainda é matar humanos — ele diz.
— Matar você seria uma boa opção, então — dou um sorriso falso a ele.
— Você pode tentar — ele sorri convencido — mas não conseguiria viver sem mim.
Ultimamente você não tem me dado muitos motivos para ama-lo, garoto.
— Você também é uma Cullen agora — ele muda de assunto.
— Tecnicamente eu sou seja lá qual o sobrenome de solteira que Esme tenha — falo.
— Engraçado que ninguém pensou nisso durante seu cadastro no colégio, certo? Eles simplesmente ignoraram o fato de você ser uma Cullen sendo que esse sobrenome vem de Carlisle.
— Humanos são estranhos.
— Deve ser por isso que você está virando humana. É estranha também — ele comenta, me fazendo dar um tapa em seu braço, ofendida. Meia humana, nunca humana completa!
Ele para o carro em frente a livraria, onde eu encaro com desânimo a fachada rústica.
— Vai comprar um lanche para mim. Te encontro em quinze minutos aqui — dispenso ele com a mão e saio do carro, ouvindo a risada dele atrás de mim, enquanto arranca em alta velocidade. E eu que sou a louca no volante.
Entro na loja e a primeira coisa que eu reparo é o cheiro forte de incenso. Alguém morreu aqui e estão tentando encobrir o cheiro?
— Boa noite — falo para o atendente, um senhor de idade com traços indígenas — gostaria de livros que falem sobre as lendas quileutes.
— Específico — ele estreita os olhos.
— Posso ser ainda mais específica: como funciona o relacionamento dos homens que se transformam em lobos? Há alguém no comando ou algo assim?
— Como a senhorita sabe disso? — ele parece surpreso.
— É uma lenda local, certo? Eu me mudei para La Push há pouco tempo e gostaria de entender mais sobre a cultura deles. Me sinto deslocada por todos falarem sobre as lendas e eu não saber nada — minto.
Ele ainda me olha de maneira desconfiada, então eu esbarro de propósito em um suporte com cartões, onde enfio meu dedo profundamente em um aço.
— Jesus! — finjo dor. O corte é profundo o suficiente para sangrar um pouco, mas sei que logo vai parar.
— Aqui, senhorita — ele parece aliviado ao ver o sangue, me entregando um papel para conte-lo. É claro que logo meu dedo para de sangrar, mas eu finjo ainda estar estancando o sangue.
— Está ficando tarde e eu preciso voltar para casa — lanço meu melhor olhar de súplica. Por que não posso matar humanos mesmo?
— Tudo bem — ele suspira e separa um livro. Ele é grande, com aparência antiga e bem artesanal.
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Alvorada
FanfictionEm busca de ajuda, Lilith acaba na casa dos Cullen. Ela só não esperava se envolver tanto, especialmente com o irritante leitor de mentes. Amizade que se transforma em amor, passando por tribulações que provam até onde vamos por quem amamos. Ele a e...