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Eu não falei com Edward e ele não falou comigo. Pelos boatos na escola eu soube que ele e a Swan conversaram em uma das aulas. Eu passei o intervalo na biblioteca, perdida entre livros. Depois disso eu perdi a paciência e decidi faltar o resto das aulas. Peguei a chave com Rosalie e fiquei em seu carro ouvindo música e desejando ardentemente poder dormir.

Mas é claro que isso não aconteceu. Em vez disso eu esperei com tédio até a hora da saída. Com todos reunidos ao redor dos carros, fito o chão com falso interesse.

— Essa situação está insuportável — Alice começa e eu suspiro.

Levanto meu olhar e não presto atenção no sermão da Alice, mas sim na fixação da humana em nossa família. Ela tem a decência de desviar o olhar quando eu a olho, mas isso não é o suficiente para mim.

— Por que ela está olhando tanto? — murmuro, incomodada.

— Deixe a garota, Lily — Alice tenta colocar a mão em meu ombro, mas eu desvio do seu toque.

— Já volto — se eu estou louca por uma briga? Talvez.

— Você fica! — ouço a voz autoritária de Rosalie e sei que ela está me dando cobertura.

As pessoas parecerem parar para prestarem atenção em mim. É medíocre, mas o que esperar de adolescentes?

— Oi — cumprimento Bella Swan. Ouço ela prender a respiração, chocada pelo contato.

— Oi — ela responde, tão baixo que um humano normal teria dificuldades para ouvir. Ela parece se encolher em seu casaco esportivo alguns números mais largo.

— Por que você está olhando tanto para minha família? — questiono, cruzando os braços. Sei que estou sendo dura demais com ela, mas não consigo evitar. Está no meu sangue confrontar.

— Eu... — ela gagueja, mas perco o foco ao ouvir gritos ao longe. Viro-me para trás e vejo um carro entrando no estacionamento sem nenhum controle. O motorista grita assustado.

Penso se vale a pena salvar a humana. Eu posso muito bem sair correndo e deixá-la aqui. Mas Edward não me perdoaria por isso. E, claro, não seria o certo. Mas por que todo mundo é tão obcecado em fazer o certo afinal de contas? Por que eu estou me esforçando para fazer o certo?

Pego a humana pela cintura e desvio do carro, que bate no carro da humana, a centímetros de nós. O para-choque chega a rasgar minha jaqueta profundamente, mas não faz danos a minha impecável pele — é claro.

— Você está bem? — sussurro para ela. Com seus olhinhos assustados de Bambi, ela segura meus braços com toda a sua força (que não é muita).

Ela não parece encontrar sua voz, então apenas assente. O jeito que ela olha para mim admirada me faz levantar uma sobrancelha em dúvida. Ela está me admirando, admirando? Ou apenas admirando?

— Tem certeza? Está me olhando de um jeito esquisito — comento.

— Você... — ela somente nega com a cabeça, sem conseguir terminar a frase.

As pessoas se aglomeram ao nosso redor, me fazendo revirar os olhos.

— Vamos lá — me levanto e a levo junto.

As pessoas nos puxam para longe dos carros, que agora sai uma fumaça preta de ambos. Na verdade, eu acho que a lata velha da humana vai explodir a qualquer momento.

— Você está bem? — Rosalie me puxa para um abraço. Estranho. — o idiota tentou intervir, mas seguramos ele — ela sussurra no meu ouvido. É claro que ele tentaria salva-la. Mas acho que ele não contava que eu a salvaria primeiro, não é?

AlvoradaOnde histórias criam vida. Descubra agora