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— Preparada? — Carlisle me pergunta.

— Sim — sento-me na poltrona a sua frente. Os outros estão na sala, fingindo não ouvir nada.

— Quando começou os seus poderes?

— Quando eu ainda era humana. Não me lembro bem dessa época, mas desde criança eu sabia que poderia curar ou machucar quem eu quisesse — conto, cruzando os braços ao falar dessa época sombria. Quer dizer, qualquer época da minha vida é sombria. Bom, atualmente está particularmente nublada.

— Com que frequência você os usa?

— Com a frequência que os mestres mandavam. Durante todos esses anos como vampira, eu usei tanto o dom da cura quanto o da morte dezenas de vezes. A última vez foi cinco meses atrás, curei um senador com câncer.

Carlisle assente, franzindo as sobrancelhas. Percebo sua curiosidade, mas ele não diz nada sobre isso.

— Como se sente, física e emocionalmente, depois de usá-los?

Paro um pouco para pensar sobre isso. Eu nunca havia reparado mudanças no meu comportamento. Sempre fui a mesma mimada e mau humorada Lilith.

— Fisicamente eu me sinto cansada, como se tivesse feito um esforço muito grande. Principalmente usando o dom da cura. Emocionalmente... — hesito, sem saber o que dizer. Em retrocesso, depois de usar meu dom eu me sinto vazia.

Uma batida rápida na porta faz eu escapar da pergunta. Edward e Jasper entram.

— Algum problema? — Carlisle pergunta a eles.

— Nós notamos algo. Os pensamentos dela mudaram antes e depois dela usar os poderes hoje — o leitor de mentes se senta ao meu lado sem convite. O loiro segue seu exemplo, ficando do meu outro lado.

— Os sentimentos também. É quase como se ela tivesse se tornado uma psicopata em um curto espaço de tempo.

— Isso é possível? — pergunto, surpresa.

— O que não é possível? — Carlisle parece falar mais consigo mesmo — se formos usar padrões, talvez usar especificamente seu poder para matar a cause efeitos colaterais, que seria a falta de empatia e anti-social.

Eu já sou anti-social por natureza mesmo, quis comentar, mas acho melhor falar algo mais relevante.

— Então é como se eu perdesse todo o meu senso de humanidade quando mato com meus poderes... — sintetizo — e ao reviver algo? Ao curar?

— Talvez seja o oposto — Jasper comenta — quando faz isso, suas emoções afloram, a tornando mais...

— Humana — completo em um sussurro. Será essa a causa das mudanças em meu corpo?

— Mas se seguirmos essa lógica, seu corpo deveria voltar ao normal vampírico ao usar seu poder para matar. Mas você continua com os olhos humanos — Edward diz, respondendo ao meu pensamento.

— E se ela estiver aos poucos se tornando humana novamente? — Jasper sugere — talvez o poder da vida esteja subjugando o da morte. Se tornando mais forte, mesmo que não o use sempre.

— Seria possível você usar ele em si mesma? — Carlisle comenta, seus olhos âmbar brilhando em expectativa.

— Seria possível esse tempo todo o dom estar lutando contra o vampirismo... e agora estar finalmente vencendo? O primeiro sinal disso seria os olhos — Edward parece completar o pensamento do pai.

Ficamos em silêncio por um tempo, cada um absorvendo o assunto a sua maneira. Não sei como reagir a tudo que disseram. Ser humana novamente — ou algo perto disso — me causa um desconforto que não sei explicar. Estou acostumada a suprimir minhas emoções ou simplesmente não tê-las. Mas e agora? O que faria com sentimentos humanos vindo à tona? Mas eu ainda posso evita-los... Se eu matar o suficiente...

— Eu sei que parece assustador encarar seu lado humano depois de tantos anos vivendo como um monstro — Edward chama atenção para si, me olhando de maneira intensa — mas não deixe isso te impedir de sentir novamente. Nós estaremos com você em cada momento e a ajudaremos. Seja como for, qual rumo seus poderes decidirem tomar, nós a ajudaremos a lidar com isso.

— Você não precisa matar desenfreadamente só para manter sua frieza — Carlisle comenta e eu o olho surpresa — não é muito difícil adivinhar seus pensamentos agora. Principalmente se a teoria estiver certa e seu dom da morte influenciar suas emoções.

— Não sei se quero ser humana novamente — encolho os ombros — não deu certo da primeira vez.

— Vamos conversar sobre isso em outra sessão — Carlisle diz com amabilidade — então poderemos trabalhar com seu receio com a humanidade. E não sabemos se você vai voltar a ser humana. Seu poder pode somente afetar os olhos e parar por aí. Teremos que esperar.

— O que eu faço enquanto isso? Pode demorar semanas ou meses — reclamo, sentindo um vazio dentro de mim. Parece que estou novamente na torre. Só que Corin não está ao meu lado e tudo se torna mais difícil. Era mais fácil ser acomodada.

— Você pode frequentar a escola conosco — sorri Edward. Isso é algum tipo de provocação? — você mesma inventou a história de que é irmã mais nova de Esme. É crível. Pode muito bem dizer que tem minha idade.

— Podemos dar um jeito de sempre ter aulas com algum de nós — Jasper diz, tocando meu ombro com solidariedade — não se sentirá sozinha. E assim pode treinar a convivência com os humanos.

Viver entre eles durante horas e não mata-los? Parece sem graça.

— Matar é a primeira regra que devemos estabelecer aqui — Edward me encara sério — basta um pensamento seu para tudo ir aos ares: precisamos ver como você fica sem usar seu dom. E matar alguém estragaria tudo. Controle seu temperamento.

— Por mais irritante que uma pessoa pode ser — Jasper completa — e acredite, adolescentes são especialistas em serem irritantes.

— Mas a parte boa é que eles não se aproximam de nós, então vai ficar segura daqueles selvagens — Edward pisca para mim.

— Tudo bem, tudo bem — Carlisle sorri, nos olhando com diversão — mais tarde vocês conversam mais. Agora preciso fazer os exames.

Os outros dois assentem e saem, nos deixando a sós.

Carlisle examina cada centímetro do meu corpo, fazendo todo o tipo de teste. É entediante e desconfortável, mas engulo as reclamações.

— Aparentemente apenas seus olhos estão diferentes — Carlisle comenta, sentando-se novamente em sua cadeira — mas mesmo assim eles tem o mesmo... alcance que os da nossa espécie. Você está enxergando tão bem quanto qualquer um de nós nessa casa.

— Pelo menos isso — comento.

— Agora pode ir conversar — ele sorri bem humorado — vou ligar para a escola.

Faço uma careta, mas aceno para ele e saio, indo até a sala. Alice agarra meu braço de tal maneira que ele poderia ser quebrado se eu fosse humana.

— Precisamos fazer compras!

como vocês acham que lilith vai se sair na escola?

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como vocês acham que lilith vai se sair na escola?

um personagem vai dar em cima dela... humano. em quem vcs apostam? rs

e aproveitando que você chegou até aqui... da uma conferida se você me segue! se não, me siga e fique por dentro das minhas outras obras ♥️

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