5. Harry

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"O que foi aqui no refeitório?", o diretor pergunta olhando para nós dois enquanto nos sentamos nas cadeiras em frente sua mesa de escritório.

"Foi ele que começou", eu e o babaca do Will falamos ao mesmo tempo. Nos encaramos e o reitor nos interrompe.

"O que exatamente aconteceu?"

"Eu estava sentado na minha mesa almoçando e ele", o idiota repsonde antes que consiga dizer algo e ainda por cima aponta o dedo pra mim "pulou em cima de mim..."

"Eu não pulei em cima de ninguém!", digo antes que ele continue.

"Claro que você pul..."

"Que mentira..."

Começamos a falar um em cima do outro elevando a voz igual duas crianças. E o Sr. Bingham vendo aquela situação deu um basta:

"CHEGA! Detenção pros dois!", eu e Will desabamos nossas costas na cadeira, desistindo. "Agora. Para aula", nos levantamos e seguimos até a porta, " Você não, Harry".

Paro ainda segurando a porta da sala dele aberta. "O que foi?", digo sem paciência pra sermão de pai.

"Como assim 'o que foi' ?", diz apoiando seus cotovelos na mesa de madeira escura. "Você parti pra cima de um garoto e acha que está tudo bem?"

"É que..."

"Eu e sua mãe damos tudo o que você quer e é assim quem nos agradece?", típica fala de pais. "Estou decepcionada com você filho. Eu esperava mais", diz decepcionado com a minha atitude. Admito que nesse momento senti uma pontada de culpa, mas o que eu podia fazer? O cara ficou com a minha namorada. Falando nisso, preciso conversar direito com a Kelly sobre isso depois.

Ele aponta a saída e me retiro de cabeça baixa.

O resto do dia passa rápido e nos momentos que encontrava Kelly nos corredores ignorava-a. Recebi várias mensagens também: "Me atende", "Desculpa não era pra ser assim", "Me atende, tá caindo na caixa postal", "Eu juro que te explico tudo", "Me desculpa Harry, me responde". Apaguei todas. Tirei um tempo a tarde em casa me ocupando pra não ficar pensando nisso.


Hallie - A outra versão do mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora