"Então você mentiu?", ele estreita os olhos.
"Não exatamente, quer dizer...", tento achar palavras, mas ele está botando mais pressão em mim. "É raro", ele ri.
"Allie Pressman ficando com estranhos em festas, quem diria!", ele fala alto fazendo questão das pessoas escutarem. Tento tapar a boca dele com a minha mão, mas ele continua falando com a voz abafada dele.
Sinto meu bolso da minha calça vibrar e pego meu celular. Vejo o nome de Cassandra na minha tela e atendo.
"Oi", digo.
"Vai agora pra porta da casa!", ela diz apressada. Está estranha.
"O que aconteceu?".
"É a mamãe. Aconteceu alguma coisa com a bombinha de insulina. Vem agora pra porta que estou chegando!", me levanto no mesmo instante. Nem reparo que Harry ainda está aqui quando diz:
"Tá tudo bem?", ele se levanta também.
"É a minha mãe. Gostei muito de falar com você, mas preciso ir agora, desculpa". Me viro e saio correndo o mais rápido possível pra conseguir entrar na casa.
"Espera, quer carona?"
Achei estranho ele me oferecer carona, mas neguei explicando que já estavam vindo me buscar. Entrei na mansão e percebi que enquanto estava sentada na piscina chegaram mais gente. Atravessei as pessoas pedindo licença e Harry continuava me seguindo por onde eu ia. Quando chego no quintal da frente da casa só preciso esperar alguns segundos até que Cassandra chegue e estacione o tempo suficiente pra eu entrar e saímos, Harry ainda chamou minha atenção mais uma vez antes de ser u entrar no carro:
"Vai ficar tudo bem, ok?"
Assento com a cabeça e minha irmã pisa no acelerador. O que será que aconteceu?
"A bombinha de insulina da mamãe começou a apitar e não sabemos o que era, então o papai levou ela pro hospital enquanto eu vinha te buscar", ela diz como se tivesse adivinhado o que eu pensava
Minha mãe tem diabetes tipo 2. Descobrimos a doença a 11 anos atrás quando eu ainda era criança, foi complicado no começo porque foi inesperado, e então veio os medicamentos, mas ao longo dos anos fomos nos acostumando com a rotina de uma pessoa diabética. A bombinha serve pra injetar insulina suficiente pra ela, pois seu corpo não consegue produzir o suficiente. Nunca apitou a bombinha antes, fico preocupada que seja algo grave.
Em menos de 20 minutos chegamos no hospital e encontramos mamãe numa sala onde tinham macas com cortinas dividindo cada uma. Ela estava deitada em uma delas, e meu pai estava numa cadeira de madeira do lado com a cabeça apoiada na mão e olhando pra baixo.
"Oi, chegamos. Está tudo bem? O médico algum médico já apareceu?", diz Cassandra preocupada.
"Oi, quando a entramos, uma enfermeira nos atendeu e disse que éramos pra esperar aqui", meu pai responde.
"E o que aconteceu com a bombinha?", pergunto antes que alguém fale algo.
Quando papai ia falar alguma coisa, uma mulher jovem com uniforme de enfermaria acaba me respondendo:
"A bombinha deu problema e estamos vendo o que é, mas sua mãe já recebeu outra, e caso volte a acontecer isso, demos mais canetas". A caneta é um aparelho de que injeta insulina, mas só usamos em caso de emergência.
A enfermeira simpática respondeu mais algumas perguntas do meu pai e da Cassandra, preenchemos mais umas fichas, e enfim fomos embora.
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Hallie - A outra versão do mundo
Fiksi PenggemarUma vez Allie disse para Harry "Às vezes eu me pergunto se há outra versão deste mundo em que somos amigos", essa história conta a outra versão do mundo deles