capítulo 4

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Noah foi buscar os pais e a sobrinha ao aeroporto enquanto eu me preparava para o almoço.
Não sabia o que vestir e não tinha Sky para me ajudar. Noah disse me para vestir como se eu fosse encontrar os meus amigos, mas o problema é que quando me encontro com os meus colegas pareço uma mendiga.
Acabo por escolher umas calças pretas rasgadas no joelho e uma camisola de capuz que vai até o umbigo e calço a minhas botas estilo militar.

Ao chegar no restaurante do hotel vejo Noah com uma criança ruiva no colo e percebo que é a sobrinha. Chego mais perto e Sky é a primeira a me notar.

- Para uma militar tens um visual digamos que jovem. - disse ela chamando a atenção de todos na mesa para mim.

- Teu irmão disse para eu vir como se fosse ter com os meus amigos e tenho a certeza que não seria uma boa impressão que passaria aos teus pais.

- Mãe, pai esta é Vee minha esposa. - disse Noah se levantando e passando a mão por trás da minha cintura. - Vee esta é a minha mãe Teresa e meu pai Arthur.

- É um prazer os conhecer.

- É mais linda que nos sites de fofocas querida.

Noto que Noah é a cópia do pai enquanto a Sky é da mãe.
Vejo a ruiva júnior abraçar a mãe e sussurrar algo.

- Vee apresento te Bella, Bella esta é Vee a tua nova tia.

A pequena deu um pequeno sorriso e reparei que mesmo sendo a cópia da mãe e da avó ainda tinha os lindos olhos verdes do tio e avô.

Já estávamos a comer quando a pequena decidiu fazer um questionário para mim.

- Queres ter filhos com o tio Noah ?

- Um dia quem sabe possamos adotar.

- Para quê adotar quando o tio pode por a semente dentro de ti? - rio com a expressão que ela falou. A esta altura todos estavam atentos a nossa conversa.

- Digamos que eu não posso ter filhos, pelo menos gerados por mim. - digo sabendo que tenho um sorriso triste.

- Porque não? - questionou a curiosa, Sky repreendeu a filha pela pergunta mas eu resolvi responder.

- Eu era militar até meses atrás e na minha última missão acabei por me magoar o que prejudicou certas partes de mim. - explico.

- Já matas te alguém? - perguntou com os olhos brilharem de alegria.

- Já. - respondo ignorando a comida.

- Quantas pessoas?

- Bastantes pessoas para conseguir salvar outras. - digo não querendo traumatizar a criança.

- Posso ser militar mamã? - perguntou a pequena a ruiva.

- Pensava que querias ser lutadora que nem eu. - disse Noah tentando fazer cara de zangado.

- Tia Vee luta para salvar pessoas né tia? - é bom ter outra pessoa que me chame de tia e que não seja o Brian.

- É. - digo voltando a comer.

- Vee querida como os teus pais reagiram ao casamento? - questionou dona Teresa.

- Minha mãe adorou que a sua filha de trinta anos finalmente se casou, já meu pai ele não gostou tanto.

- Algum problema com o meu filho?

- Não, quer dizer Noah não é propriamente aquilo que o meu pai queria para mim.

- E o que teu pai queria? - é a vez do pai de Noah perguntar.

- Ele queria que eu casa se com um dos filhos dos amigos dele. Família é tudo para o meu pai, mas ela nunca gostou do facto de eu querer seguir uma vida diferente da dele.

- Pais podem ser complicados. - disse Senhor Arthur.

- Desculpa perguntar, mas eu preciso de saber. Quem falavas durante o combate? - perguntou Teresa.

- Durante o combate falava com Scott, um dos meus melhores amigos, ele estava a assistir o combate em casa com outros dois amigos meus e um deles é fã do Noah e Scott estava a dizer que Liam não parava de reclamar que eu não merecia estar sentada naqueles bancos. - respondo imaginando a cara de Liam naquela noite.

- Papá disse que tinhas um cão. - disse a pequena impedindo a avó falar.

- É verdade, seu nome é King.

- Posso vê-lo um dia?

- Quem sabe. - sorriu.

- Papá diz que não posso ter um cão porque não passamos muito tempo em casa.

- Eu também passava pouco tempo em casa, viajava muitas vezes, mas como era a trabalho King vinha sempre comigo e como ele é um cão muito bem treinado eu posso o levar para qualquer lado

- Então porque não o trouxes te para cá?

- Porque eu não pensava que ia ficar tanto tempo fora.

- Isso significa que vais ter que voltar? - perguntou triste.

- É se eu conseguir depois de amanhã estou de volta a casa.

Noah olha para mim confuso, eu já tinha comprado bilhete e tudo só estava a espera do momento para avisar.

- Porquê? Não gostas de mim é? - pergunta com lágrimas nos olhos.

- Oh querida claro que gosto de ti, mas eu tenho um cão e um trio de adultos que parecem mais crianças que sem mim fazem asneiras.

- Não quero que vás.

- Mas tu podes me ir visitar quando quiseres e assim conheces King.

- Então significa que não vais ao próxima combate de Noah? - disse Sky

- Infelizmente não. Meu melhor amigo e minha melhor amiga vão se casar esta semana e eu tenho que estar presente e ainda tenho que ensaiar a dança dos padrinhos com o meu par.

- Pera um homem vai te tocar? - perguntou Noah furioso.

- Sim, eu nem sei quem é, Liam disse que era surpresa.

- Eu quero ir a esse casamento. - disse ele decidido.

- Como? Não vais não.

- E porque não tu és a minha esposa tenho tudo o direito de te acompanhar ao casamento.

- Tá bem, mas tens a luta e eu não te quero lá.

- E porque que não?

Eu não lhe podia dizer que era bem provável do meu ex e meu pai irem ao casamento.

- Responde Vee porque eu não posso ir?

- Porque é bem provável que o primo de Liam esteja presente.

- E? É primo o que isso tem haver.

Dou um sorriso amarelo e ele dá um murro na mesa e sai do restaurante. Acho que ele entendeu o que quis dizer. Vou atrás de Noah, mas ele apanha um táxi e vai sei para onde. Sigo em direção ao quarto e deito na cama. Ele não tem motivos para se chatear conhecemos nos a menos de uma semana.

Já estava a dormir quando alguém bate a porta no quarto, olho o relógio e vejo que nem meia noite era, talvez fosse Noah que decidio finalmente aparecer. Abro a porta e vejo Adam com Bella no colo.

- Ela disse que queria dormir contigo.

- Numa boa. - digo pegando a pequena no colo.

Despedi de Adam e levei a pequena para a cama.

Minutos depois Noah aparece, ele cheirava a álcool e a perfume de mulher. Ele olhou para a cama onde a pequena estava e foi tomar banho. Quando ele saio do banho deitou se na cama e dormiu.

Depois da GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora