capítulo 15

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No final da tarde Arthur foi embora, devo admitir que soube bem conversar com ele.
Estava a preparar algo para comer quando o meu telemóvel tocou.

- Quem é? - atendo sem ver.

- Duas semanas sem atender e já não reconhece o número do marido. - a voz de Noah é se ouvida.

- Noah!?

- Não é o papa.

- Quê que queres Noah?

- Quero a ti, de preferência nua e na minha cama.

- Estás bêbedo?

- Não. - claro que ele está. - Porquê que conversas com o meu pai, mas não comigo?

- Como?

- Bella disse que ouviu os meus pais conversar e que o meu pai ia ter contigo.

- Sim o teu pai veio aqui e conversamos.

- Sobre?

- Não te interessa.

- INTERESSA POIS, ÉS A MINHA MULHER E EU TENHO O DIREITO DE SABER ONDE ESTÁS. - até ao telemóvel ele grita.

- Noah estou cansada eu não tou com cabeça para conversar contigo.

- Espera. Desculpa ok, desculpa se te levei para um lado desconfortável ou se eu disse algo que te ofendeu, mas por favor volta, volta para mim. - ele estava a chorar.

- Vai para casa Noah é melhor descansar.

- Tu és a minha casa e eu preciso de ti. Eu amo-te Vee.

Ele disse, ele disse as três palavras.

- Boa noite Noah.

Desligo a chamada sem ele responder. King estava a olhar para mim como se eu tivesse cometido um crime.

- Que foi? Não olhes assim para mim, ele tá bêbedo amanhã não se vai lembrar de nada.

King sai da cozinha e vai se deitar no sofá da sala.

Acordo e fico a olhar para o teto do meu quarto. Lembro de ajudar meu avô a pintar o meu quarto. No teto está pintado os planetas e galáxias e tem algumas estrelas. A luz do quarto é o planeta Vénus. Meu quarto era baseado na galáxia e mesmo agora adulta eu não vou o querer mudar.

Desço até a cozinha onde preparo panquecas e bacon para mim e dou de comer a King.

- Então campeão quais são os planos para hoje? - pergunto a King. - O que achas de ir treinar um pouco no campo de tiro. - King ladra em concordância.

Vou vestir uma roupa mais confortável ou seja calças militar e uma t-shirt branca, calço as botas militares e estou pronta para dar uns tiros. Vou até a garagem do meu avô e abro o compartimento secreto onde tiro o fuzil do meu avô.
Chegando no campo noto que tem alguns carros, lembro que quando vinha com o meu avô para treinar raramente tinha gente. Saio da velha carrinha do meu avô com um mochila as costas e o fuzil numa mão.
Ao entrar no campo reparo que só tinha homens e ele ficaram a olhar para mim.

- Acho que a princesinha enganou-se. - disse um.

- Não ouças o Jace ele não bate bem. Sou xerife Howard.

- Vee Riggs. - aperto a mão do xerife.

- Riggs? Espera tu és a tão famosa neta do Alexander Riggs.

- Famosa não sou, mas sou neta dele.

- É uma honra a conhecer, sinto muito pela sua perda já agora.

Dou um sorriso em agradecimento e vou para uma das bancadas. Tiro a minha Glock da mochila e a carrego sobre o olhar dos homens.

- É melhor ter cuidado, vai que ela pense que somos nós o alvo. - disse um deles fazendo todos rirem. King não gostando do comentário rosna para o homem.
Começo a disparar seguido e quando as balas acabam os homens olham para onde acertei e arregalam os olhos. Tinha acertado no meio da cabeça, na zona do coração e no meio das pernas.

- Se eu quisesse vos matar vocês já estariam e nem teriam notado. - digo agora carregando o fuzil.

Volto a disparar, mas diferente da outra vez a cara do homem do alvo desaparece.

- Como? - pergunta um deles.

- Atiradora de elite Vee Riggs. - digo vendo todos abrirem a boca.

- Quem é vivo sempre aparece. - disse um homem da casa dos 60. - tinha apostado com o teu avô quanto tempo ias durar no exército e eu perdi.

- Meu avô é bom com apostas.

- Perdi mais dinheiro com ele do que com a minha mulher.

Rio com o comentário do senhor.

- Conhece ela Damian? - pergunta o tal Jace.

- Claro que conheço, esta menina dispara neste campo desde os seus nove anos.

- Damian Marley? Desculpa dizer, mas você está diferente.

- Eu sei que estou velho menina não precisas dizer. - o senhor vem me abraçar e fica a olhar para mim. - Cada vez que te vejo ficas mais parecida com o teu avô. Só espero que não sejas orgulhosa como ele.

- Acho que até nisso sou igual.

- Alguém traga uma cerveja para esta rapariga. Bebes cerveja certo?

- Claro.

Passei o dia no campo de tiro com os homens a ouvir a suas histórias e a rir das suas piadas. Damian contou histórias dele e do meu avô. Pelos vistos o meu avô era como um rei na pequena cidade.

Depois da GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora