Catorze: a confirmação dos guardiões

19 4 0
                                    


     Na tarde seguinte Madrini foi buscar Salesh e Lótus e os três partiram novamente para Santa Barbara.

     – Quero testar uma coisa. – Madrini foi logo dizendo – Sua mãe não sabe, não quero iludi-la.

     – O que?

     – Eu acho que durante a época de abertura dos portais, mesmo que não seja meia noite, eu consigo atravessar não só a mim, mas mais pessoas.

     – Jura? Que legal!

     – E, tenho uma coisa chata pra te contar.

     – O que? – Salesh olhou a amiga, preocupada.

     – Noah é quem vai te treinar.

     Ela bufou, mas estava aliviada por não serem notícias graves.

     – Por quê? Por que não você?

     – Cada um tem suas obrigações de guardião e sua mãe acha que pelo Noah ser o mais novo entre nós poderá te treinar de igual pra igual... E ela também acha que não levaremos os treinamentos a sério e ficaremos só conversando.

     – É, isso é bem verdade.

     E as duas deram risadinhas.

     – Bruna... Eu tenho mesmo que lutar? Uma coisa são as competições que eu participo... Outra coisa bem diferente é uma batalha. Onde pessoas podem morrer de verdade... Não tem outro jeito?

     – Sabe... Nós estivemos na zona de guerra, mais de uma vez. Para tentar apaziguar a situação e até mesmo para lutar. E não é bonito Salesh, não mesmo. E depois de um tempo nós descobrimos onde a líder da Dinastia da Guerra estava e... – Madrini suspirou – Você ainda não precisa saber os detalhes.

     Salesh concordou com a cabeça, relutante. Não se imaginava numa guerra como as que ouvia falar nas aulas de história, ela era apenas uma adolescente e nada mais.

     Após constatarem que a teoria de Madrini era verdadeira, atravessaram para Antaris.

     Lótus imediatamente pulou do colo de Salesh e sua pelagem mudou de aparência.

     – Lótus?

     Então ele abriu suas asas e voou para se exibir.

     – Lótus! –Salesh repetia admirada.

     – Eu não disse?

    – Disse, mas, mesmo assim é tudo bem difícil de acreditar...

     As duas tiveram que caminhar até o palácio, pois ninguém as esperava, e quando entraram de surpresa na sala do trono, Anandí recomeçou a chorar.

     Salesh queria que ela parasse com todo aquele drama, mas não se atrevia a dizer nada, porque sabia que nunca poderia imaginar o que Anandí estava sentindo.

     – Tenho uma surpresa! – Anandí disse após se acalmar.

     – Que tal a gente dar um tempo de surpresas?

     – Vem... – Ela sorriu e a levou ao segundo andar do palácio, onde foi apontando as diversas portas do largo corredor – Além do quarto da Madrini, que você já conheceu, estes são o do Liam, do Kamal e aqueles do Áster e do Noah.

     – Todos os guardiões moram aqui?

     – Não todos e não sempre, mas gosto que se sintam em casa e tenham coisas pessoais por perto se precisarem... – e continuaram andando até o final do corredor – Estes outros estão vazios e escolhi este, virado para o leste, para que seja seu.

A Dinastia da GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora